Stycer: Lula e Bolsonaro estão se estudando para decidir sobre ida a debate
O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estão atentos aos movimentos um do outro para saber qual postura adotar em relação à ida a debates, analisou o colunista do UOL Mauricio Stycer.
A coordenação da campanha do petista disse que ele irá participar do debate de domingo (28) organizado por UOL, Band, Cultura e Folha. A assessoria de Bolsonaro informou à organização do evento que o candidato também pretende comparecer. "Pessoalmente, acho que nenhum dos dois quer ir", disse Stycer, em participação no UOL News.
"É possível que eles participem porque, no momento em que um deles achar que vai valer a pena, o outro também irá", completou.
Para o colunista, será ruim se o Lula for ao debate sem Bolsonaro e vice-versa. "Os dois estão se estudando. É aquela luta de boxe que cada um está no seu canto hesitando se toma iniciativa do combate ou não", afirmou.
"Seria uma pena não termos [os dois no debate]. É muito importante para o exercício do jogo democrático, mesmo que o debate não traga esclarecimentos", concluiu.
Deboche no JN preocupa Lula mais que Lava Jato
Questionado sobre o "deboche" de William Bonner na sabatina de Jair Bolsonaro no "Jornal Nacional" e a preocupação de Lula com isso, Stycer avaliou que o jornalista não se mostrou diferente de outros momentos no telejornal.
"Houve um sorriso irônico diante de mentiras, mas não foi muito debochado. De fato, o Bonner fez umas caretas [para Bolsonaro], coisas que ele também faz no telejornal", disse.
"O que incomodou realmente Bolsonaro e os bolsonaristas é que o telejornal apertou ele e mostrou em diversos momentos que ele estava mentindo, omitindo, distorcendo. Cobrou dele compromissos que ele não quis assumir, como aceitar o resultado das urnas, sobre o desastre que foi enfrentamento da pandemia de coronavírus, a falta de compaixão dele", acrescentou.
Josias: Lula e Bolsonaro só vão a debate da Band se for extremamente necessário
O colunista do UOL Josias de Souza também avaliou que nem Lula, nem Bolsonaro desejam participar de qualquer debate.
"Só irão se for estritamente necessário. As campanhas fazem diariamente o que chamam de 'tracking', pesquisas telefônicas para detectar movimentos. Hoje, o movimento que Lula gostaria seria um acréscimo no seu potencial de votos para resolver [a eleição] no primeiro turno", disse o jornalista.
"Bolsonaro precisa adicionar um percentual maior de votos para que ele vá para o segundo turno e recomece a guerra. Eles só irão a esse debate se concluírem que é inevitável a participação em função da necessidade de cada campanha", completou.
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