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Mauricio Stycer

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Com críticas a Bonner e Renata, ministro pressiona JN a ser duro com Lula

Colunista do UOL

25/08/2022 09h16

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O ministro das Comunicações, Fábio Faria, divulgou na quarta-feira (24) um vídeo com comentários sobre as duas primeiras entrevistas do Jornal Nacional com os candidatos à Presidência. Num tom professoral, ele mostrou que Bolsonaro falou por menos tempo (24:37 minutos) do que Ciro Gomes (29:54 minutos) durante os embates com William Bonner e Renata Vasconcellos.

Faria também criticou o tom de deboche que Bonner teria adotado em muitas das intervenções ocorridas na entrevista com Bolsonaro. E observou que essa postura não se repetiu na conversa com Ciro, que também foi interrompido muito menos.

São fatos. Na live que o UOL realizou logo depois da entrevista com Ciro, comentamos estes mesmos pontos levantados pelo ministro. Mas observamos também que houve razões para estes tratamentos tão diferentes. Ao contrário de Faria, porém, não acho que Bonner tenha debochado de Bolsonaro; fez, de fato, caras (e caretas) de espanto com algumas respostas.

Bolsonaro é o presidente em exercício e, por isso, está naturalmente sujeito a muito mais questionamentos do que qualquer candidato. Suas realizações, para o bem e para o mal, estão na agenda do dia do país há três anos e meio.

Bonner e Renata questionaram e interromperam mais Bolsonaro do que Ciro porque o presidente fugiu das perguntas muito mais do que o pedetista. Mentiu muito mais, distorceu fatos, colocou condicionantes quando foi convidado a se comprometer com o resultado das eleições e não mostrou compaixão com as vítimas da pandemia.

O vídeo de Faria, na verdade, tem dois objetivos principais. 1: reforçar a ideia entre os seus apoiadores que o presidente é vítima da mídia, em especial da Globo. 2. Pressionar o JN a adotar um tom mais duro com Lula nesta quinta-feira.

Assim como Bolsonaro, Lula também tem uma série de questões difíceis ligadas às suas gestões como presidente que merecem questionamento, do mensalão à Lava Jato, passando por sua condenação pela Justiça, prisão e anulação das condenações. São temas incontornáveis em qualquer entrevista.

Com seu vídeo, Faria mostrou que é um atento espectador de televisão. Seria interessante também que comentasse outros aspectos. Sugiro um: por que Faria não compara também a cobertura dos telejornais sobre o governo Bolsonaro e mostre como alguns noticiários se esforçam em reproduzir apenas notícias positivas para o governo, fazendo mais o papel de assessoria de imprensa do que jornalismo.

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