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Mercado já sabe que vamos extrapolar o teto no ano que vem, diz Tebet no JN

Do UOL, em São Paulo

26/08/2022 21h54Atualizada em 27/08/2022 05h36

A candidata à Presidência da República Simone Tebet (MDB) afirmou hoje, em entrevista ao "Jornal Nacional", da TV Globo, que o mercado financeiro sabe que o teto de gastos será extrapolado no ano que vem devido aos gastos com a transferência de renda em programas sociais.

O mercado já sabe que nós vamos ter que o ano que vem extrapolar o teto [de gastos], nesse valor de algo em torno de R$ 60 bi para cobrir com essa transferência de renda, porque de novo, não é admissível nós não garantirmos pelo menos R$ 600 para quem tem fome, R$ 600 para quem come, mas não paga o aluguel
Simone Tebet, durante entrevista ao "Jornal Nacional"

Incluído na Constituição em dezembro de 2016, durante o governo Michel Temer (MDB), o teto está em vigor desde 2017 e deve durar 20 anos.

No ano passado, porém, o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) patrocinou a aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Precatórios em Comissão Especial da Câmara, com mudanças que permitiam ao governo "furar o teto" em 2022 para bancar o programa Auxílio Brasil. A medida foi tida como eleitoreira pela oposição.

Ao ser questionada sobre como cumprirá promessas que constam em seu programa de governo e o equilíbrio das contas públicas, Simone Tebet disse ter em sua equipe "o melhor time de economistas liberais"

Nós temos melhor time, a melhor equipe dos economistas liberais do Brasil. Então nós temos um compromisso fiscal, mas como meio para se alcançar a responsabilidade social. A agenda prioritária, o eixo do meu governo são as pessoas. A agenda social, erradicar a miséria, diminuir a pobreza, e acabar com a fome no Brasil
Simone Tebet em entrevista ao "Jornal Nacional"

"Hoje, quando nós saímos daqui, cinco milhões de crianças vão dormir com fome no Brasil. Nós não podemos admitir isso. Pode faltar dinheiro para qualquer coisa, mas não pode faltar dinheiro para acabar com a miséria."

Mudança na cobrança do IR

Em mais uma proposta econômica, Simone Tebet falou que pretende "cobrar os mais ricos" para dar espaço à classe média. Segundo a candidata, a primeira forma de se fazer isso é equalizar melhor as cobranças de imposto de renda, para que quem tem mais pague mais, sem que gere prejuízo para a economia.

Polarização

Sem citar nominalmente outros candidatos, a senadora e presidenciável Simone Tebet (MDB) disse que o Brasil passa por uma extrema polarização que leva o país "para o abismo".

"Nós estamos diante de uma polarização, uma polarização política, ideológica, que está levando o Brasil para o abismo. Essa que é a grande realidade. Você tem aí uma polarização que faz com que os partidos ou alguns companheiros sejam cooptados", afirmou.

Tebet tenta viabilizar a chamada terceira via, opção para eleitores insatisfeitos com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), e é apoiada por partidos como PSDB e Cidadania, que abriram mão de lançar candidaturas próprias ao Planalto para endossar o nome dela.