Em véspera de debate, Bolsonaro diz que 'não fugirá de qualquer ambiente'

Na véspera do primeiro debate entre os candidatos à Presidência da República, o chefe do Executivo federal e postulante à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), afirmou hoje em comício na Bahia que "não fugirá de qualquer ambiente" para defender o que ele diz entender como "interesses" da população.

A participação ou não de Bolsonaro nos debates tem sido objeto de especulação desde o início da campanha eleitoral. Ontem, em entrevista ao Pânico, ele foi indagado se compareceria ao duelo com os concorrentes na TV marcado para amanhã (28). Em resposta, o candidato disse que "deve ir", mas evitou bater o martelo.

O primeiro debate entre os candidatos ao comando do Palácio do Planalto será realizado amanhã, às 21 horas, em parceria entre o UOL, Folha de S.Paulo, Band e TV Cultura.

Relacionadas

Bolsonaro acha que ir a debate é o mesmo que depor em delegacia?

Bolsonaro é o 1º a perguntar e pode escolher Lula: veja regras do debate

Bolsonaro diz que deve ir a debate e elogia lealdade de Guedes

"No Brasil, nunca se vendeu tanta motocicleta desde quando assumimos o governo, há pouco tempo. Ontem estive em Minas. Não fugiremos de qualquer ambiente para defender os nossos interesses, que são os interesses de todos vocês. A vocês aqui da nossa Bahia: nós agradecemos esse momento, essa presença de vocês, que vem somar com tantos outros Brasil afora, dando apoio ao nosso governo", disse Bolsonaro na Bahia, hoje, sem associar a fala ao debate deste domingo.

A declaração ocorreu durante comício em Vitória da Conquista, onde o presidente cumpriu agenda de campanha ao lado do vice, general Walter de Souza Braga Netto (PL), do ex-ministro e candidato ao governo da Bahia João Roma (PL), entre outros aliados. Antes e após o evento, o chefe do Executivo acompanhou uma motociata.

O que ele disse na entrevista ao Pânico? Ontem (26), na conversa com os apresentadores do programa da rádio Jovem Pan, Bolsonaro disse que se considera um "alvo compensador" para os oponentes no debate, mas sinalizou que "deve" comparecer ao evento.

"Eu sou um alvo compensador para eles, mas acredito que minha estratégia vai dar certo porque as perguntas... Eu já me preparei, né? As respostas vão ser simples, no tocante a responder que não devo nada. Então é tranquilo responder essas acusações que fizeram ao longo do tempo nas mídias, em especial, no tocante a covid", comentou.

Devo estar no domingo. Não estou batendo o martelo. Em um momento, achei que não devia ir, mas eu acho que vou. Vou ser fuzilado, vão atirar em mim o tempo todo
Jair Bolsonaro

E as especulações nos últimos dias? O vaivém de Bolsonaro em relação aos debates na TV é um fato corriqueiro para o candidato —em 2018, ele esteve em apenas um dos programas. Porém, nos últimos dias, as especulações se intensificaram. Ontem (26), nota publicada pela colunista Malu Gaspar, de O Globo, indicava que ele havia desistido do compromisso, segundo informações de integrantes da cúpula da campanha.

Nos bastidores do núcleo duro bolsonarista, por outro lado, há aliados que entendem que a participação no debate deste domingo pode render dividendos ao postulante à reeleição. De acordo com essa estratégia, seria importante ir para tirar da "zona de conforto" o principal adversário nas urnas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A informação é da colunista Malu Gaspar.

Na quarta-feira (24), as campanhas dos concorrentes à chefia do Executivo haviam dado sinalização positiva em relação ao debate promovido em parceria por UOL, Folha de S.Paulo, Band e TV Cultura.

A coordenação de campanha de Lula chegou a confirmar a presença. Posteriormente, auxiliares do ex-presidente recuaram e divulgaram nota dizendo que 'ainda não havia sido confirmada a participação'.

O debate pode reunir os seguintes candidatos no estúdio da Band, em São Paulo: Luiz Felipe d'Avila (Novo), Soraya Thronicke (União Brasil), Simone Tebet (MDB), Bolsonaro, Lula e Ciro Gomes (PDT).