Eduardo chama brasileiros armados para serem voluntários de Jair Bolsonaro
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) convocou, por meio de uma publicação nas redes sociais, os brasileiros que possuem "armas legalizadas" para se tornarem "voluntários" em defesa do presidente Jair Bolsonaro (PL).
No Twitter, Eduardo, filho "03" de Bolsonaro, chamou os seguidores que compraram alguma arma de fogo ou que frequentam clubes de tiros para se voluntariar ao bolsonarismo armado. O parlamentar orientou que os interessados peçam adesivos do presidente, que tenta a reeleição no pleito deste ano, e distribuam.
"Você comprou arma legal? Tem clube de tiro ou frequenta algum? Então você tem que se transformar num voluntário de Bolsonaro. Peça ao seu candidato a deputado federal adesivos e santinhos do presidente. Distribua", publicou.
Nos comentários, o parlamentar foi ironizado pelo também deputado federal André Janones (Avante-MG), que culpou o governo Bolsonaro pela morte de brasileiros na pandemia.
"Você teve algum familiar morto pela covid? Morreu à espera de vacina? Então você tem que se transformar num militante contra o bolsonarismo! Peça ao seu candidato a deputado federal adesivos e santinhos do presidente Lula, distribua!", postou.
STF limita acesso a armas nas eleições
Hoje, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Edson Fachin, afirmou ver risco de violência política nas eleições deste ano, e determinou a suspensão de trechos de decretos editados pelo presidente Jair Bolsonaro, que facilitou a compra e o porte de armas de fogo no país.
Além disso, o magistrado restringiu os efeitos de uma portaria conjunta em que os ministérios da Justiça e Segurança Pública e da Defesa liberam a compra mensal de até 300 unidades de munição esportiva calibre 22 de fogo circular, 200 unidades de munição de caça e esportiva nos calibres 12, 16, 20, 24, 28, 32, 36 e 9.1mm, e 50 unidades das demais munições de calibres permitidos.
A decisão ocorre dentro de três processos em que PT e PSB dizem que os atos de Bolsonaro violam dispositivos do Estatuto do Desarmamento, aprovado em 2003. "Deve-se indagar se a facilitação à circulação de armas, na sociedade, aumenta ou diminui a expectativa de violência privada", questiona o ministro.
O advogado Angelo Ferraro, que representa o PT na ação, comemorou a decisão de Fachin. "Diversos estudos livres de ideologia mostram que a afirmação de que o maior número de armas reduz a criminalidade não é verdadeira", lembra.
Líder da Frente Parlamentar da Segurança Pública, conhecida como bancada da bala no Congresso Nacional, o deputado federal Capitão Augusto (PL-SP), criticou a decisão de Edson Fachin, classificada por ele como "absurda e aberração".
"É o Supremo, mais uma vez, não respeitando decisões dos demais Poderes. É uma situação preocupante, que eu vejo como uma interferência e ingerência", declarou.
Na semana passada, Capitão Augusto já havia criticado o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por restringir o uso de armas em locais de votação 48 horas antes do primeiro turno, em 2 de outubro, e 24 horas depois.
Os ministros do TSE argumentaram que, devido ao atual momento de polarização e crescente violência política no país, civis ou militares não devem entrar nos locais de votação ou mesmo ficar em um perímetro de até 100 metros das seções eleitorais, portando arma de fogo.
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