Camisa do Pelé e dinheiro vivo: Suplentes de Moro declaram R$ 27 milhões
Envolvidos em investigação sobre a campanha eleitoral do ex-juiz e candidato ao Senado pelo Paraná Sergio Moro (União), os seus suplentes Ricardo Guerra e Luis Felipe Cunha somam R$ 27 milhões em bens declarados. Dentro das coleções de Guerra e Cunha estão uma camisa que teoricamente pertenceu ao jogador Pelé e R$ 200 mil em dinheiro vivo, respectivamente.
Além disso, de acordo com os dados da plataforma oficial de divulgação de dados dos candidatos, ambos os suplentes têm ações e investimentos em diversas empresas, como BTG Pactual e XP investimentos.
Luis Felipe Cunha, advogado e homem de confiança do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, declarou R$ 7.184.147,26 em bens - incluindo nisso, os R$ 200 mil em dinheiro em espécie. Em comparação, seu candidato titular, Sergio Moro, somente declarou pouco mais de R$1.6 milhão.
O empresário Ricardo Guerra, no entanto, tem, como bem declarado mais curioso, uma coleção de camisas de time de futebol que, com valores somados, custa R$ 102.700. Nesse conjunto, as peças únicas que valem mais são a "camisa do jogador Pelé" e a "Camisa Coritiba Adidas 1985", ambas de R$ 9 mil.
O suplente também possui uma coleção somente da Seleção Brasileira de Futebol, que foi declarada por R$ 32 mil. Somando todos seus bens, Guerra declarou R$ 20.103.035,55 em bens materiais.
Moro foi investigado por irregularidades na campanha
No último sábado, 3 de setembro, o TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral do Paraná) anunciou busca e apreensão na casa de Sergio Moro - que foi indicada como seu comitê de campanha pelo próprio ex-juiz. De acordo com a decisão, as propagandas eleitorais de Moro estão irregulares.
"Em breve observação olho nu, já se nota que Moro, ao que parece, tenta esconder o nome de seus suplentes, Luis Felipe Cunha e Ricardo Guerra, expondo em sua marca de campanha o nome de seus companheiros de chapa em tamanho muito inferior àquele exigido pela legislação eleitoral", afirma o advogado, Luiz Eduardo Peccinin, representando a coligação petista que pediu pela investigação.
A juíza Melissa de Azevedo Olivas determinou recolhimento do material de campanha e a remoção de mais de 300 links das redes sociais dos candidatos, além da regularização do material destinado à propaganda eleitoral gratuita na TV dentro de 48 horas, sob pena de multa diária de R$ 5 mil.
O UOL entrou em contato com a assessoria de Moro para saber os próximos passos de sua equipe. Em caso de manifestação, a nota será atualizada.
*Com informações de Letícia Casado e Weudson Ribeiro
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