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Haddad relata ameaças e cancela evento de campanha em Presidente Prudente

Do UOL, em São Paulo

06/09/2022 16h40Atualizada em 06/09/2022 21h13

O candidato ao governo de São Paulo Fernando Haddad (PT) cancelou a viagem de campanha de amanhã (7) a Presidente Prudente, no interior do estado. De acordo com sua equipe, ele tomou a decisão após tomar conhecimento de ameaças.

O UOL teve acesso ao boletim de ocorrência feito pela campanha do petista. Nele, a coligação afirmou ter sido notificada pela campanha local sobre "ameaças explícitas à passagem do candidato na cidade" por meio de trocas de áudios no WhatsApp.

Haddad participaria de uma sabatina na TV Fronteira durante a manhã. Segundo o boletim de ocorrência, um grupo se mobilizava para hostilizá-lo na porta da emissora.

O que diz o áudio? A mensagem registrada no boletim foi enviada anonimamente à campanha e diz o seguinte:

"O Ricardo tinha que pegar o pessoal do Bolsonaro e hostilizar ele, não sei que horas ele vai chegar na emissora, mas tipo [sic] ter algumas pessoas lá na porta para hostilizar ele. Ia ser muito legal esse Haddad ser hostilizado amanhã."

Segundo o PT, as ameaças "não se limitam ao áudio transcrito". No entanto, ele foi o único reportado à polícia. O boletim foi lavrado por Sônia Auxiliadora de Vasconcelos Silva, coordenadora regional do PT na cidade. Além dele, o PT também enviou um ofício ao 18º Batalhão da PM de Presidente Prudente solicitando providências.

Candidata a deputada federal por São Paulo e apoiadora de Haddad, Marina Silva (Rede) repudiou as ameaças à segurança do candidato ao governo e disse que as ações são um reflexo da expectativa de derrota da extrema-direita. A ex-senadora pediu que as autoridades estaduais "não se omitam de encontrar os que apostam no terror".

Atos de 7 de Setembro. O presidente Jair Bolsonaro (PL) vem convocando apoiadores para diversos atos no feriado da Independência. A mobilização preocupa a campanha petista, que afirmou se tratar de um "chamamento público por parte de adversários deste candidato para que se manifestem publicamente".

No ofício à PM, o PT também afirma temer pela segurança de Haddad e de outros membros do partido diante do "lamentável histórico de violência que permeou nossa política nos últimos anos".

Outro cancelamento. Haddad também não foi a uma caminhada em Diadema, na região metropolitana de São Paulo, marcada para a tarde de hoje. O candidato alegou indisposição e recebeu orientações médicas para repousar durante o dia. Ele lidera a última pesquisa Datafolha no estado, com 35% das intenções de voto —à frente de Tarcisio de Freitas (Republicanos) e Rodrigo Garcia (PSDB), que têm 21% e 15%, respectivamente

Concorrente relatou ameaça de facção. Rodrigo também relatou ter sido alvo de ameaças. O atual governador paulista, que busca a reeleição, tem participado de eventos de campanha utilizando colete à prova de balas após identificar ameaças de uma facção criminosa. Segundo interlocutores do governo, um bilhete com ameaças do PCC ao tucano foi interceptado pelo Serviço de Inteligência da SAP (Secretaria de Assuntos Penitenciários).

Ataques anteriores. A segurança também é uma preocupação da campanha do candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que já chegou a usar colete à prova de balas em atos abertos. A equipe também reforçou os procedimentos de revista em eventos.

Novas medidas foram tomadas depois de ataques a atos com a presença de Lula em Uberlândia e no Rio de Janeiro. Outro episódio que preocupou a equipe lulista foi a morte do guarda municipal Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu (PR), em seu próprio aniversário.