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Novo corregedor eleitoral, Benedito Gonçalves herdará ação contra Bolsonaro

25.ago.2022 - O ministro Benedito Gonçalves, eleito hoje corregedor-geral eleitoral - Alejandro Zambrana/Secom/TSE
25.ago.2022 - O ministro Benedito Gonçalves, eleito hoje corregedor-geral eleitoral Imagem: Alejandro Zambrana/Secom/TSE

Do UOL, em Brasília

06/09/2022 19h47Atualizada em 06/09/2022 19h56

O ministro Benedito Gonçalves foi eleito nesta terça-feira (6) o novo corregedor-geral eleitoral, responsável por conduzir as ações de investigação judicial eleitoral envolvendo candidatos à presidência da República. Ele ocupará o cargo deixado por Mauro Campbell Marques, que assumiu a direção-geral da Escola Nacional de Magistrados na semana passada.

O posto de corregedor-geral é tradicionalmente atribuído ao ministro titular oriundo do STJ (Superior Tribunal de Justiça) com mais tempo no TSE. Por isso, Benedito Gonçalves recebeu 6 votos dos colegas.

O sétimo voto, o do próprio Benedito Gonçalves, foi dado ao ministro Raul Araújo, que tomou posse hoje como segundo ministro titular oriundo do STJ e próximo na linha para assumir a função.

A posse de Benedito será na próxima quinta-feira (8) no TSE.

Benedito Gonçalves herdará de Mauro Campbell a ação de investigação eleitoral contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) pela reunião com embaixadores no Alvorada, ocasião em que Bolsonaro reciclou mentiras sobre o processo eleitoral.

No último dia 30 de agosto, o plenário do TSE validou por unanimidade uma decisão proferida pelo ministro Mauro Campbell Marques que mandou as redes sociais e a TV Brasil retirarem do ar a transmissão do encontro.

Em decisão proferida na semana passada, Campbell afirmou que, além de poder configurar meio abusivo de obtenção de votos, a transmissão da reunião de Bolsonaro com embaixadores poderia causar dano irreversível à própria Justiça Eleitoral "em razão da disseminação de informações falsas, relativamente ao sistema de votação e totalização de votos".

"Longe de adotar uma posição colaborativa com o aperfeiçoamento do sistema eleitoral, o representado [Bolsonaro] insiste em divulgar deliberadamente fatos inverídicos ao afirmar que há falhas no sistema de tomada e totalização de votos no Brasil", disse Mauro Campbell Marques, corregedor-geral da Justiça Eleitoral.