Bolsonaro ataca Lula: 'Essa gente tem que ser extirpada da vida pública'
Em manifestação hoje no Rio de Janeiro, o presidente Jair Bolsonaro (PL) fez discurso contra seu principal rival na eleição do próximo mês, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O presidenciável do PL acusou o petista de ser um "quadrilheiro de nove dedos" e acrescentou que "esse tipo de gente tem que ser extirpado da vida pública".
Além de atacar Lula e a esquerda, Bolsonaro usou o pronunciamento de cerca de 15 minutos para reforçar pautas conservadoras —como ser contra a legalização das drogas e do aborto—, atacou o STF (Supremo Tribunal Federal) e pediu aos apoiadores que tentem convencer eleitores de esquerda, que, segundo ele, têm "cabeças vazias".
"Quadrilheiro de nove dedos". O ex-presidente Lula, que vem liderando as pesquisas de intenção de voto para a Presidência, foi atacado diretamente por Bolsonaro. "Compare o Brasil com os países da América do Sul, compare com a Venezuela, compare com o que está acontecendo na Argentina, e compare com a Nicarágua. Em comum esses países têm nomes que são amigos entre si", disse o presidente.
"Todos são amigos do quadrilheiro de nove dedos que disputa a eleição no Brasil. Esse tipo de gente tem que ser extirpado da vida pública. Eu peço a vocês que não tentem convencer um esquerdista, façam o contrário, fale para ele convencer você a ser esquerdista", falou em Copacabana.
Ataque ao STF. Bolsonaro afirmou que seu governo não permite qualquer controle das redes sociais, que, segundo ele, "vieram para libertar a nossa população". Em seguida, afirmou que isso serviu para que o povo conheça as instituições. Quando o presidente mencionou o STF, o público recebeu com uma vaia.
"Nós damos para vocês o conhecimento de como funciona a Presidência da República. Hoje vocês sabem também como funciona a Câmara dos Deputados. Sabem como funciona o Senado Federal. E sabem também como funciona o Supremo Tribunal Federal", declarou.
"Exemplo para o mundo". O presidente exaltou o Brasil, disse novamente que a economia local é exemplo para o mundo, reforçou a rivalidade com a esquerda ao redor da América Latina e focou em questões da moralidade cristã.
"Não estamos do lado da Venezuela, tampouco da Nicarágua. O nosso governo respeita a carta da democracia, que é a nossa Constituição. O outro lado assina cartinha que não é a nossa Constituição", afirmou sobre manifestos pró-democracia.
O presidente ignorou a situação crescente de fome no país e disse que o Brasil garante "a segurança alimentar de 1 bilhão de pessoas ao redor do mundo". Depois, afirmou ser contra a legalização do aborto e fez uma conexão com a questão das drogas.
Nós somos o governo, e sabemos que o estado é laico, mas o seu presidente é cristão. Nós defendemos a vida desde a sua concepção. Não existe no nosso governo a ideia de legalizar o aborto
Jair Bolsonaro, no Rio
Nós sabemos o que uma mulher passa, uma mãe, quando tem dentro de casa um filho no mundo das drogas. Por isso, o nosso governo não aceita sequer discutir a legalização das drogas. Não admitimos levar adiante a ideologia de gênero. Os nossos filhos são o nosso patrimônio. E a escola é lugar do garoto buscar conhecimento. Educação quem dá é pai e a mãe
Jair Bolsonaro, no Rio
O ato no Rio. O evento de 7 de Setembro ocorre em Copacabana, na zona sul, onde o chefe do Executivo chegou pilotando uma moto e acompanhado de apoiadores em uma motociata. Normalmente, a comemoração do feriado ocorre no centro da capital fluminense.
Estiveram no Rio com Bolsonaro o vice de sua chapa, general Braga Netto, o governador do estado, Cláudio Castro (PL), e o filho do presidente e senador Flávio Bolsonaro (PL). Também foram para Copacabana o empresário Luciano Hang e Daniel Silveira, que recebeu um perdão especial do chefe do Executivo em abril, o empresário Luciano Hang, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e o pastor Silas Malafaia.
Antes da chegada de Bolsonaro, apoiadores estavam em jet-skis em meio a navios da Marinha do Brasil, carregavam um caixão com fotos de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), pedidos de golpe de Estado e adotavam tom eleitoral. Os manifestantes começaram a tomar a avenida Atlântica, entre os postos 5 e 6 no meio da manhã.
Em Brasília. No evento em Brasília hoje de manhã, Bolsonaro fez discurso eleitoreiro e puxou um coro de "imbrochável" após citar a esposa, Michelle, e compará-la a outras primeiras-damas. O presidente também a chamou de "princesa".
O presidenciável do PL evitou atacar o Supremo, apesar de vaias dos apoiadores. Ao citar o STF, Bolsonaro não emendou em críticas aos ministros e limitou-se a dizer que "todos sabem" o papel da Corte atualmente.
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