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Turnowski, candidato pelo PL e ex-chefe da Polícia Civil no Rio, é preso

30.nov.2020 - Delegado Allan Turnowski na época em que era secretário da Polícia Civil - Divulgação/Polícia Civil
30.nov.2020 - Delegado Allan Turnowski na época em que era secretário da Polícia Civil Imagem: Divulgação/Polícia Civil

Lola Ferreira e Marcela Lemos

Do UOL e colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

09/09/2022 08h07Atualizada em 09/09/2022 15h12

O ex-secretário de Estado de Polícia Civil Allan Turnowski foi preso nesta manhã durante uma operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) do Ministério Público do Rio. Ele foi preso em sua casa, na Barra da Tijuca, zona oeste da capital fluminense, por suspeita de envolvimento com o jogo do bicho. Um fuzil foi apreendido no local.

Turnowski foi chefe da Polícia Civil por um ano no governo de Sérgio Cabral. Ele voltou ao cargo, que hoje tem status de secretário de estado, quando Cláudio Castro (PL) assumiu o governo. Em março deste ano, deixou o função para concorrer à Câmara pelo partido do presidente, Jair Bolsonaro (PL).

Em seu número de urna, colocou a quantidade de civis mortos na Chacina do Jacarezinho. Seu slogan era "tolerância zero contra o crime". Turnowski será levado para a sede da Secretaria da Polícia Civil.

O UOL entrou em contato com a defesa de Allan Turnowski e aguarda resposta. Em caso de manifestação, este texto será atualizado.

Procurada, a Corregedoria-Geral da Polícia Civil informou que ainda não recebeu cópia da denúncia para poder se manifestar sobre a ação realizada pelo Gaeco e afirmou que "foi na atual gestão do Governo do Estado do Rio de Janeiro que os três chefes das principais facções da contravenção, Rogério Andrade, Bernardo Bello e José Caruzzo Escafura, o "Piruinha", foram investigados e tiveram os pedidos de prisão solicitados à Justiça".

A operação também cumpriu mandado de busca e apreensão contra Antônio Ricardo Nunes, ex-chefe do Departamento-Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa e candidato a deputado estadual pelo Podemos.

Segundo a defesa do delegado, nenhum objeto ilícito foi encontrado, "corroborando que não há nenhum envolvimento dele em atos criminosos vinculados com contraventores do jogo ilegal, nem com o investigado preso".

Em nota, a advogada Adriana Galucio diz que, segundo informações prestadas pelos pelos agentes que realizam o ato, a busca foi justificada por conta de diálogos travados com o investigado Maurício Demétrio em 2017, e foram interpretados de forma equivocada. "Após 23 anos combatendo o crime, sem nenhuma mácula em sua vida profissional, a defesa esclarece que respeita o trabalho realizado, porém não condiz com a realidade. O fato será esclarecido e sua inocência será comprovada."

Apoio a Castro e família Bolsonaro tinha destaque nas redes do candidato. Engajado na campanha, Turnowski postava fotos com nomes do bolsonarismo para atrair o eleitorado.

Presente nos atos pró-Bolsonaro em Copacabana no 7 de Setembro, o ex-secretário posou ao lado de Bolsonaro (PL), do senador Flávio Bolsonaro (PL), de Castro e do candidato a deputado federal por Minas Gerais Nikolas Ferreira.