Topo

Paes cobra Castro após prisão de Turnowski: 'Ou tá mostrando que é o líder'

13 ago. 2021 - Prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), participa de divulgação do Boletim Epidemiológico da Covid, no COR, no centro da capital carioca - Andre Melo Andrade/Immagini/Estadão Conteúdo
13 ago. 2021 - Prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), participa de divulgação do Boletim Epidemiológico da Covid, no COR, no centro da capital carioca Imagem: Andre Melo Andrade/Immagini/Estadão Conteúdo

Colaboração para o UOL

10/09/2022 21h13Atualizada em 10/09/2022 23h59

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), cobrou, em entrevista à imprensa hoje enquanto acompanhava o segundo fim de semana do Rock in Rio, uma atitude do governador do estado, Cláudio Castro (PL), após o ex-secretário de Estado de Polícia Civil Allan Turnowski ser preso por suspeita de envolvimento com o jogo do bicho.

"Está na hora de o governador parar de ser o bonzinho, inocente. Isso não dá para ser analisado isoladamente, tem um conjunto de coisas que têm acontecido desde 2018. Isso é máfia, um monte de criminosos. Está na hora de o governador tomar uma atitude ou então ele está mostrando que é líder desse negócio", disse Paes.

O prefeito carioca respondia a pergunta da imprensa sobre o fato de as investigações que levaram à denúncia de Turnowski e do delegado Maurício Demétrio —ambos presos— terem revelado planos para forjar um flagrante por corrupção contra Paes, quando ele disputava o segundo turno das eleições municipais, em 2020.

Segundo o MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro), Demétrio tentou armar um flagrante de entrega de dinheiro ao então candidato, usando um aliado para acionar a Polícia Federal. A ideia era prender Paes.

Além disso, segundo as investigações, havia um planejamento de uma medida investigativa em março do ano passado para atingir Paes, que na época era especulado como pré-candidato ao governo do Rio.

Procurado, o governo do Rio de Janeiro afirmou, em nota, que "o governador Cláudio Castro ressalta que sua experiência com Allan Turnowski está descrita nos números positivos alcançados na segurança pública enquanto o ex-secretário esteve no comando da Polícia Civil". Além disso, pediu "cautela em relação a juízos de valores" e que seja preservada uma "relação de cordialidade, diálogo e respeito".

Delegado cita ex-chefe de polícia em planos de matar Rogério de Andrade

A denúncia do MP-RJ que terminou com a prisão do ex-chefe da Polícia Civil Allan Turnowski destaca uma relação muito próxima entre ele e o delegado Maurício Demétrio, preso no ano passado acusado de chefiar um esquema que exigia propina de comerciantes de Petrópolis, na Região Serrana fluminense.

De acordo com o MP, desde 2016, eles integram uma organização criminosa voltada para a exploração do jogo do bicho.

Em mensagens extraídas de celulares apreendidos de Demétrio, aliado do bicheiro Fernando Iggnácio —genro do também contraventor Castor de Andrade e assassinado em 2020—, o delegado cita ao menos três planos para matar o bicheiro rival Rogério de Andrade, sobrinho de Castor.

Turnowski foi chefe da Polícia Civil por um ano no governo de Sérgio Cabral. Ele voltou ao cargo, que hoje tem status de secretário de estado, quando Cláudio Castro (PL) assumiu o governo. Em março deste ano, deixou a função para concorrer à Câmara pelo partido do presidente Jair Bolsonaro (PL).