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Bolsonaro já gastou 6 vezes mais com campanha atual do que em 2018

Gastos com a campanha de Bolsonaro extrapolam de longe o investido em 2018 - EPA
Gastos com a campanha de Bolsonaro extrapolam de longe o investido em 2018 Imagem: EPA

Do UOL, em São Paulo

13/09/2022 04h00

A campanha pela reeleição já custou ao presidente Jair Bolsonaro (PL) quase seis vezes mais caro do que a corrida presidencial de 2018.

Segundo os dados da Justiça Eleitoral até as 22h de ontem, a equipe bolsonarista contratou até o momento despesas de R$ 14,66 milhões nestas eleições. Quatro anos atrás, juntando primeiro e segundo turno, os gastos foram de R$ 2,45 milhões, equivalentes a atuais R$ 2,65 milhões corrigidos pela inflação.

A diferença entre as campanhas bolsonaristas de 2018 e 2022 tende a ser ainda maior, já que a declaração das informações ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ainda é parcial.

Todos os candidatos do país têm até esta terça-feira (13) para fazer a primeira prestação integral das contas da campanha, com os gastos acumulados até 8 de setembro. A atualização deverá inflar o valor total das despesas de Bolsonaro.

Quanto Bolsonaro pode gastar na campanha? O limite de gastos para Bolsonaro e os demais candidatos à Presidência é de R$ 88,94 milhões. Se houver segundo turno, cada um dos concorrentes poderá gastar mais R$ 44,47 milhões.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), maior rival de Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto, já declarou ao TSE ter gastado R$ 40,56 milhões, pouco menos que a metade do autorizado para o primeiro turno —e quase o triplo do valor despendido pelo atual presidente.

Com que Bolsonaro mais gastou neste ano? Até o momento, as maiores despesas do presidente estão na área da comunicação.

Os gastos declarados com a produção de programas de rádio e TV, por exemplo, saltou de R$ 675 mil nas eleições de 2018 para R$ 5,8 milhões neste ano, com os números ainda parciais.

Outra despesa relevante de 2022, que não havia sequer aparecido nas declarações de quatro anos atrás, é com pesquisas eleitorais particulares. Este tipo de levantamento, comum em época de campanha, não costuma ser apenas quantitativo, mas sim qualitativo, para orientar os candidatos sobre as tendências do eleitorado.

Bolsonaro, que desde o ano passado tem repetido que não acredita nos institutos de pesquisa tradicionais, já gastou R$ 2,2 milhões sob a rubrica "pesquisas ou testes eleitorais", contratados com duas empresas. Dito de outra forma, só com as pesquisas o presidente já investiu mais de 80% dos gastos globais da campanha de 2018.

No pleito de quatro anos atrás, Bolsonaro foi eleito tendo declarado um gasto quinze vezes menor que o ex-ministro Fernando Haddad (PT), com quem disputou o segundo turno. Na ocasião, a campanha de Haddad declarou despesas de R$ 37,50 milhões.

O UOL Notícias buscou a campanha de Bolsonaro para perguntar sobre os gastos neste pleito, mas não obteve retorno até o momento.

Veja quanto cada presidenciável já declarou ao TSE como despesa de campanha:

  • Lula (PT): R$ 40.559.879,69
  • Soraya Thronicke (União): R$ 31.911.674,96
  • Ciro Gomes (PDT): R$ 16.773.287,02
  • Jair Bolsonaro (PL): R$ 14.659.606,10
  • Felipe D'Ávila (Novo): R$ 1.412.215,86
  • Simone Tebet (MDB): R$ 298.501,30
  • Léo Péricles (UP): R$ 269.119,95
  • Sofia Manzano (PCB): ainda não declarou despesas
  • Vera (PSTU): ainda não declarou despesas
  • Padre Kelmon (PTB): ainda não declarou despesas
  • Constituinte Eymael (DC): ainda não declarou despesas