Bolsonaro explora gafe de Lula sobre bater em mulher e edita final da fala
O presidente Jair Bolsonaro (PL) cortou uma gafe cometida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre agredir mulheres e voltou a usar a primeira-dama Michelle Bolsonaro em propaganda eleitoral exibida hoje na televisão.
No início da peça publicitária, o vídeo exibe trecho de um discurso do ex-presidente durante um comício no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, no final do mês passado. Nesse recorte, Lula diz: "Quer bater em mulher? Vá bater em outro lugar, mas não dentro da sua casa".
Na versão original, porém, o ex-presidente não encerrou a frase nesse momento. "Quer bater em mulher? Vá bater em outro lugar, mas não dentro da sua casa ou no Brasil, porque nós não podemos aceitar mais isso", afirmou.
Ainda que o vídeo tenha sido utilizado por Bolsonaro editado, a declaração de Lula foi interpretada como uma gafe na ocasião. Uma das críticas que o ex-presidente recebeu com base nessa fala foi da senadora Simone Tebet (MDB), que também é candidata ao Palácio do Planalto.
À época, ela foi ao Twitter para dizer que Lula ainda não havia se posicionado contra o ex-presidente da Caixa Econômica Federal Pedro Guimarães, que deixou o comando do banco em junho após ser acusado por diversas funcionárias de assédio sexual.
"Pela segunda vez nesta campanha, Lula deixa aflorar o machismo. Primeiro não condenou o ex-presidente da Caixa acusado de assédio. E agora essa frase lamentável. Chega de violência contra mulher!", escreveu Tebet.
Michelle reapareceu em campanha na TV
Nessa mesma peça publicitária exibida hoje pela campanha de Bolsonaro, a primeira-dama Michelle Bolsonaro voltou a aparecer para ajudar o marido.
"Se para alguns parece estranho que o Jair tenha feito tanta coisa para a proteção das mulheres, é porque não conhecem o presidente", disse ela, em breve participação.
No início deste mês, a ministra Maria Claudia Bucchianeri, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), acatou o pedido de Tebet e ordenou a suspensão de uma propaganda eleitoral com Michelle. Na peça, a primeira-dama falava diretamente com as mulheres nordestinas para a campanha de Bolsonaro.
A senadora argumentou e a ministra acatou que Michelle excedeu o tempo que poderia aparecer na publicidade como "apoiadora". Caso a propaganda não parasse de ser transmitida, seria aplicada multa de R$ 10 mil. A que foi no ar hoje, porém, se trata de outro vídeo.
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