Rodrigo diz que Rio Pinheiros está limpo e gera reação: 'Em qual planeta?'
O atual governador de São Paulo e candidato à reeleição, Rodrigo Garcia (PSDB), afirmou hoje durante entrevista que o rio Pinheiros, na capital paulista, está "completamente recuperado".
"O rio Pinheiros é hoje considerado um rio urbano limpo", disse ele em entrevista ao SP1, da TV Globo, citando que mais de 600 mil casas foram ligadas à rede de esgoto na bacia do rio. "Não sou eu que considero, são os especialistas e ambientalistas".
O apresentador do programa, Alan Severiano, contestou e apontou para o cenário do programa, gravado às margens do rio. "Candidato, pelo amor de Deus, a gente está vendo o rio poluído aqui diariamente, com cheiro ruim ainda", disse.
O jornalista não foi o único a questionar a fala do governador. No Twitter, internautas reagiram.
"Qual planeta esse cara vive? Quero ir pra lá, um paraíso esse planeta aí", disse uma usuária.
no #SP1 Rodrigo Garcia dizendo que o rio Pinheiros está limpo e que o Feminicidio em SP diminuiu???
-- é © (@Valeria_Jurado6) September 13, 2022
qual planeta esse cara vive?
quero ir pra lá, um paraíso esse planeta aí
"Cadê o mergulho inaugural do governador no rio?", questionou outro.
o atual governador rodrigo garcia disse no #SP1 que a obra do rio pinheiros tá entregue.
-- pedor (@podrepoder) September 13, 2022
cadê o mergulho inaugural do governador no rio?
"Se ele beber um copo do Rio Pinheiros e continuar vivo, tem meu voto", brincou um internauta.
Se ele beber um copo de agua do Rio Pinheiros e não ter nem sequer uma caganeira, tem o meu voto https://t.co/vN6fkd7OJY
-- CEZAR (@cezarmonstros) September 13, 2022
Rio limpo era promessa do governo
O governador João Doria, de quem Rodrigo era vice, prometeu em 2019 que entregaria o rio Pinheiros limpo até dezembro de 2022.
Um dos rios que corta a capital, o Pinheiros recebeu por anos o esgoto de imóveis na região. A professora Marta Marcondes, da Universidade Municipal de São Caetano do Sul, acompanha há anos os níveis da qualidade das águas do rio, e disse não ter observado melhora significativa em água do rio coletada em três pontos. Em alguns índices, a situação até piorou, conforme mostrou reportagem de Ecoa.
Apesar de ter recebido investimentos bilionários nos últimos anos, a sujeira ainda é visível. "Ainda não dá vontade de pular do barco e nadar de uma margem à outra", disse o repórter Marcos Candido, de Ecoa, ao navegar pelo rio em março deste ano.
Em nota, a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do estado informou que o rio "atingiu recorde de melhoria na qualidade da água, de acordo com o monitoramento que é feito desde a década de 1970 no trecho da Usina Elevatória de Pedreira", perto da região de Interlagos, na região sul da cidade.
A pasta informou ainda que unidades de recuperação vão começar a funcionar ainda neste ano, para retirar matéria orgânica dos córregos e melhorar os índices. Veja a nota completa da secretaria:
A Cetesb, Agência Ambiental de referência no Brasil, informa que o Rio Pinheiros atingiu recorde de melhoria na qualidade da água, de acordo com o monitoramento que é feito desde a década de 1970 no trecho da Usina Elevatória de Pedreira. Além disso, o DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio), que mede a quantidade de matéria orgânica na água e é um dos parâmetros que atestam a qualidade da água, foi reduzido em torno de 50%, caindo de 22 mg L-1 em 2017 para 13 mg L-1 em 2021 no trecho Superior (Usina Elevatória de Pedreira - Usina São Paulo) e de 66 mg L-1 em 2017 para 32 mg L-1 no ano passado no trecho Inferior (Usina São Paulo - estrutura de Retiro). Esse resultado foi alcançado depois que o Governo de São Paulo conectou mais de 650 mil imóveis da bacia do rio Pinheiros à rede de esgoto. A agência mantém 22 pontos de medição em toda bacia hidrográfica do Pinheiros (afluentes e calha principal) e constatou a melhora no Oxigênio Dissolvido no trecho Superior do Rio Pinheiros, cujos valores médios anuais se mantiveram próximos a 5 mg L-1. No trecho Inferior, os níveis médios do oxigênio dissolvido ainda estão inferiores ao limite de 2 mg L-1. No entanto, a entrada em operação das Unidades de Recuperação, neste segundo semestre de 2022, que vão retirar a carga orgânica diretamente nos córregos, deve melhorar significativamente estes índices.
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