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Desconhecido e escondendo Doria, Rodrigo apostará contra Tarcísio em debate

Garcia aparece em terceiro lugar nas intenções de voto na pesquisa do instituto Ipec - Divulgação/Governo de São Paulo
Garcia aparece em terceiro lugar nas intenções de voto na pesquisa do instituto Ipec Imagem: Divulgação/Governo de São Paulo

Do UOL, em São Paulo

13/09/2022 04h00

O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), candidato à reeleição, deve equilibrar seu discurso "paz e amor" com ataques ao adversário Tarcísio de Freitas (Republicanos) durante o debate UOL, Folha e TV Cultura da noite de hoje (13) —com transmissão ao vivo, a partir das 22h. As pesquisas apontam que os dois disputam uma vaga no segundo turno.

Garcia aparece em terceiro lugar nas intenções de voto na pesquisa do instituto Ipec, divulgada na terça-feira passada (6), com 14%, atrás de Tarcísio, com 21%, e Fernando Haddad (PT), com 36%.

A estratégia para o debate. Segundo aliados, Rodrigo deve aproveitar a exposição para se tornar mais conhecido —pesquisa Datafolha publicada no mês passado apontou que 65% dos paulistas não sabem quem ele é, mesmo índice registrado por Tarcísio, afilhado político do presidente Jair Bolsonaro (PL). Na agenda que a reportagem acompanhou ontem, algumas pessoas disseram que não sabiam que ele era o novo governador.

Além de expor mais a imagem do tucano, a campanha diz que o encontro é mais uma oportunidade para ele mostrar suas propostas e o conhecimento que tem dos assuntos do estado.

Embora avaliem que o PT é o adversário histórico do PSDB, aliados de Rodrigo veem a presença de Haddad como praticamente certa no segundo turno. Eles também acreditam que o tucano deve explorar o despreparo e o desconhecimento de Tarcísio sobre o estado em busca da vice-liderança.

O "antídoto" contra os ataques adversários que exploram sua ligação com seu antecessor, João Doria (PSDB), deve ser o mesmo usado no primeiro debate —dizer que não tem padrinho político e mostrar sua participação em administrações de diferentes governadores.

Mudança de tom. O tucano vem ajustando o tom conciliador e pacífico em declarações e em campanhas publicitárias que vinha adotando desde a pré-campanha. O "nem de esquerda nem de direita, pra frente" segue aparecendo no discurso, mas ele já rivaliza com Tarcísio.

"Qualquer um dos meus adversários levaria de um a dois anos pra aprender a governar São Paulo. Lembrem-se que um já teve a oportunidade de ser prefeito aqui em São Paulo e tomou cartão vermelho da população, não foi reeleito. O outro não conhece o estado", declarou em referência a Haddad e Tarcísio ontem (12).

Nas campanhas na TV, Rodrigo tem sido apresentado como um "tocador de obras". Em uma das inserções, o candidato aparece visitando canteiros pelo estado usando um capacete de proteção, num contraponto às principais bandeiras de Tarcísio, que é ex-ministro da Infraestrutura.

Em busca do voto da direita. Tarcísio e Rodrigo disputam o eleitorado conservador e, por isso, seus discursos acabam sendo puxados por temas em comum, como a segurança pública.

De olho nesse segmento, Rodrigo tem dado mais ênfase a essa questão. Em sua conta no Instagram, ele publicou o trecho de uma entrevista em que mostra que está usando colete a prova de balas debaixo da camisa devido às ameaças que diz ter recebido do PCC (Primeiro Comando da Capital). Ele tem usado o bordão "quem vai amarelar aqui vai ser o crime, não vai ser a polícia".

Sujar o sapato. A campanha diz acreditar que Garcia deve crescer mais nas pesquisas nas últimas duas semanas da campanha, momento em que avaliam que os eleitores tendem a prestar mais atenção aos candidatos ao governo estadual.

Até lá, a estratégia é seguir com as agendas de rua na Grande São Paulo e no interior para se tornar mais conhecido. Só ontem, Garcia participou de seis caminhadas em diferentes regiões da capital paulista.

Na quinta-feira (15), o candidato à reeleição também deve se reunir com prefeitos que apoiam sua candidatura.

O que diz Rodrigo sobre o debate? Questionado pelo UOL ontem (12) sobre o encontro durante uma agenda na comunidade de Paraisópolis, na capital paulista, o candidato pediu que as pessoas acompanhem de perto das eleições no estado.

Para ele, "o debate ajuda a população a conhecer bem os candidatos". "É uma eleição muito importante. E é fundamental que agora, nesses 19 dias que faltam, através dos debates e dos programas de televisão, a população acompanhe os candidatos e no dia 2 de outubro possa escolher de maneira democrática aquele que vai governar São Paulo."