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"Esperem as eleições acabar", diz Bolsonaro após defender política de armas

Do UOL, em Brasília

14/09/2022 11h51Atualizada em 14/09/2022 12h26

O presidente Jair Bolsonaro (PL) fez hoje uma associação entre a política armamentista do governo, uma de suas bandeiras de campanha, ao processo eleitoral. Em discurso em Presidente Prudente, em São Paulo, o candidato à reeleição disse a apoiadores para que eles "esperem as eleições acabar" [sic] e que "todos jogarão dentro das quatro linhas da Constituição".

Sem dar clareza ao contexto do raciocínio, Bolsonaro disse ser ele um "presidente que cada vez mais fala da legítima defesa", "que não quer desarmar o seu povo, muito pelo contrário". O "outro lado", segundo ele, em referência a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), "fala em desarmar o cidadão de bem".

"Um presidente que cada vez mais fala da legítima defesa, que não quer desarmar o seu povo, muito pelo contrário. Esperem acabar as eleições. Todos jogarão dentro das 4 linhas da constituição", declarou Bolsonaro.

Vamos trazer essa minoria que pensa que pode tudo para dentro das quatro linhas da nossa Constituição. Nós temos dito: as ditaduras foram precedidas de processo de desarmamento da população. Nós agimos de forma contrária
Jair Bolsonaro

Assim como em vários discursos anteriores, Bolsonaro disse considerar que "o povo armado jamais será escravizado" e defendeu o "direito à legítima defesa". Ele também criticou uma decisão do ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), que proibiu operações policiais em favelas do Rio de Janeiro durante a pandemia, em 2020.

"(...) Como nós tivemos, por decisão de um ministro... Temos áreas de exclusão no Rio, onde a polícia não pode entrar. Isso não é política de estado. Isso é início de ditadura. Não aceitaremos no Brasil um narcoestado."

O presidente esteve hoje em Presidente Prudente ao lado de Tarcísio Gomes de Freitas, ex-ministro da Infraestrutura e pleiteante do Republicanos ao governo do estado de São Paulo.

Clima de comemoração. Bolsonaro, Tarcísio e aliados fizeram atividades de campanha no mesmo dia em que o município de Presidente Prudente realizou desfile cívico em homenagem aos seus 105 anos de fundação.

Após desembarcar na cidade, o grupo saiu em "motociata" (termo cunhado para definir desfiles de motociclistas em apoio a Bolsonaro) pelas ruas de Presidente Prudente, do aeroporto estadual até o parque do Povo, na região central. No local, foi realizado o comício.

Antes do deslocamento de moto, Bolsonaro afirmou a jornalistas —sem apresentar materiais que corroborassem a informação— que "a gasolina no Brasil é uma das mais baratas do mundo". Segundo ele, "só não é mais barata" por conta de erros e casos de corrupção que ocorreram em governos passados.

"Somos obrigados a importar diesel e parte da gasolina. Estamos em fase final, com a Rússia e outros países do mundo do Golfo, para importarmos petróleo", declarou.

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Bolsonaro é recebido por apoiadores durante agenda em Presidente Prudente (SP)
Imagem: Reprodução/Facebook

Invasões de terra. O presidente e candidato à reeleição também disse que, se for reeleito, pretende "zerar" as invasões de terra no país.

"Aqui [em Presidente Prudente] é um local onde o MST [Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra] sempre foi muito forte. No governo Fernando Henrique Cardoso [1995-2002], tinha uma invasão de terra por dia. No governo Lula [2003-2010], 20 por mês. No meu? Cinco por ano."

Vamos zerar nos próximos anos as invasões de terra porque daremos dignidade aos assentados do MST titulando terras para eles
Jair Bolsonaro

Presidente desconversa sobre estratégias. Indagado por jornalistas sobre quais táticas ele pretende adotar até o dia do primeiro turno (2 de outubro), o postulante à reeleição optou por desconversar.

"Vocês sabem o que eu estou fazendo. Todos sabem o que eu estou fazendo."

Foto2 - Reprodução/Facebook - Reprodução/Facebook
Motociata de apoio a Bolsonaro e Tarcísio em Presidente Prudente (SP); cidade comemora hoje 105 anos
Imagem: Reprodução/Facebook