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The Guardian: Bolsonaro ganhar de Lula seria 'desastre' para democracia

Presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), coloca em dúvida a lisura do processo eleitoral sem apresentar provas frequentemente. - Wilson Dias/Agência Brasil
Presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), coloca em dúvida a lisura do processo eleitoral sem apresentar provas frequentemente. Imagem: Wilson Dias/Agência Brasil

Do UOL, em São Paulo

14/09/2022 09h35Atualizada em 14/09/2022 11h13

Uma possível derrota do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL), seria um "desastre" para a democracia, afirma o jornal The Guardian, em editorial publicado ontem. Na opinião de um dos mais importantes veículos de imprensa do Reino Unido, Bolsonaro demonstrou ser um "líder incompetente" e permanece como "ameaça" para o planeta.

"Ele provou ser um líder imprudente e incompetente e continua sendo uma ameaça à democracia e ao planeta - incitando aqueles que estão destruindo a Floresta Amazônica e que, com a possibilidade de perderem seu campeão, redobram seus esforços destrutivos", diz o jornal.

O jornal britânico ainda cita as medidas tomadas pelo atual presidente para tentar melhorar seu desempenho nas eleições, como a ampliação do Auxílio Brasil, e critica o discurso "violento" de Bolsonaro.

Bolsonaro, que foi esfaqueado um mês antes das eleições de 2018, deveria saber o custo da violência melhor do que qualquer um, mas, mesmo assim, continua usando retórica agressiva e espalhando ódio. Jornal The Guardian, em editorial.

Em outro trecho, o The Guardian também compara Bolsonaro ao ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump ao relembrar que o brasileiro faz acusações infundadas e sem provas de que as urnas eletrônicas já foram fraudadas.

Uma das últimas vezes que o presidente fez isso foi durante a sabatina no Jornal Nacional, da TV Globo, no mês passado. Ao ser questionado por William Bonner e Renata Vasconcellos, Bolsonaro voltou a colocar suas condicionantes sobre transparência e a levantar suspeitas sobre o sistema eleitoral. Até hoje, 26 anos após a introdução da urna eletrônica, não há indícios de fraude no sistema eleitoral.

Lula lidera as pesquisas de intenções de voto na corrida ao Palácio do Planalto, com vantagem maior ou menor sobre Bolsonaro, dependendo do instituto que fez a sondagem.

Segundo levantamento da Quaest divulgado hoje, o petista tem 42%, e o candidato do PL aparece em segundo, com 34%. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos.