Michelle em evento com Bolsonaro: 'Mulher tem que ser ajudadora do esposo'
A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, declarou hoje que a mulher precisa ser "ajudadora" do esposo em discurso ao lado do marido, Jair Bolsonaro (PL). A fala ocorreu durante o evento "Mulheres pelo Brasil" realizado em um espaço de eventos na zona norte de Natal, no Rio Grande do Norte.
Aqui tem um homem talvez um pouco mais técnico, mas aqui tem uma mulher espiritual. Então, eu acho que se completa né? Tem que ser assim, minhas amadas. A mulher tem que ser ajudadora do esposo, não é isso? É a gente que aguenta né? Mas graças a Deus, Deus tem falado muito ao coração do meu marido. Michelle Bolsonaro, primeira-dama
Em um discurso cheio de referências bíblicas, a primeira-dama disse que o governo sempre declarou "que essa nação pertence ao Senhor Jesus" e disse que pede forças a Deus para continuar porque o atual governo está na presidência por um "projeto de prosperidade e libertação da nação".
"Então, minhas irmãs, meus irmãos, continuem orando, intercedendo por nós porque nós precisamos muito. O mal está se levantando, mas ele vai cair porque aqui é um povo, um povo separado e um povo que proclama Ele todo o dia."
Essa declaração de Michelle acontece ao mesmo tempo em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto. Inclusive, a pesquisa Ipec, divulgada em setembro, mostra que Lula tem 59% das intenções de voto contra 25%, de Bolsonaro, no Rio Grande do Norte.
Michelle também exaltou que o marido aprovou 70 medidas em prol das mulheres — a fala ocorre enquanto o presidente tenta aumentar a popularidade entre o eleitorado feminino. A esposa de Bolsonaro já havia dito o mesmo número durante a convenção do PL que confirmou a candidatura de Bolsonaro à reeleição, no entanto, uma reportagem do jornal O Estado de São Paulo mostrou que o número foi inflado e que o governo sancionou 46 projetos até julho e nenhum deles têm autoria da atual gestão.
Por fim, a primeira-dama citou "ataques", mas pediu para os apoiadores não se igualarem, pois são "superiores". Ela não explicou quais seriam esses ataques.
"Amados, pedi amor para Deus. Que ele coloque a mão no nosso coração para a gente enfrentar esse momento tão difícil de ataques, a gente não precisa se igualar, nós somos superiores. Superiores porque carregamos a verdade e a justiça", concluiu.
Bolsonaro divulga número de urna
Em discurso após a fala de Michelle, o presidente Bolsonaro lembrou o seu número de urna ao pedir votos para ele e o ex-ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho (PL), candidato ao Senado pelo Rio Grande do Norte.
Pesquisa Datafolha, divulgada no dia 10, apontou que apenas 67% declaram saber o número de Jair Bolsonaro, enquanto 30% não sabem e 4% erraram. Já o ex-presidente Lula tem vantagem. Os petistas que acertam o número de Lula são 81%, 17% não sabem e 1% erra.
A continuação dessa política depende de vocês no próximo dia 2 de outubro e eu quero sim pedir a vocês o voto de Jair Bolsonaro, 22, para a reeleição à presidência da República. Eu quero pedir o seu voto para Rogério Marinho para o Senado Federal e o Fábio para governador do nosso estado do Rio Grande do Norte. Jair Bolsonaro, candidato à reeleição
O político também fez uma "correção" para elogiar Michelle: "Eu quero apenas corrigir uma coisa que foi falada aqui por alguém. Não é atrás de um grande homem que tem uma grande mulher. É ao lado de um homem que existe uma grande mulher".
Bolsonaro concluiu o discurso falando sobre ser reeleito em primeiro turno.
"E se essa for a vontade dele [de Deus], serei reeleito, agora, em primeiro turno para que possamos continuar, cada vez mais fazer o Brasil melhor para todos nós."
Antes de o presidente chegar ao evento, o telão do palco exibia imagens de Bolsonaro e, por diversas vezes, a cena da facada em Juiz de Fora, em 2018, foi reprisada para o público presente.
Agenda no estado
O chefe do Executivo desembarcou hoje em Natal (RN) para cumprir agenda de campanha. No início da noite, o presidente participou de um comício, onde uma bandeira da monarquia brasileira foi exposta no palco em que ele discursava.
Bolsonaro tem a missão de tentar ampliar a rejeição do ex-presidente Lula no Nordeste, região em que o petista libera em todos os estados as pesquisas de intenção de votos.
Além do Rio Grande do Norte, Bolsonaro planeja uma viagem a Pernambuco no próximo sábado, onde deve visitar a cidade natal de Lula: Garanhuns.
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