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Leia a íntegra do segundo bloco do debate para governador de SP do UOL

Do UOL, em São Paulo

14/09/2022 00h07

Cinco candidatos ao governo de São Paulo participam do debate promovido por UOL, Folha de S.Paulo e TV Cultura nesta terça-feira (13). No segundo bloco, houve mais ataques a Rodrigo Garcia (PSDB), governador de São Paulo e candidato à reeleição. Ele, por sua vez, tentou se descolar da imagem de João Doria (PSDB).

Além disso, houve uma continuidade da nacionalização do debate —no primeiro bloco, Fernando Haddad (PT) já havia perguntado a Tarcísio de Freitas (PL) sobre a vacinação contra covid-19.

Leia a íntegra do segundo bloco

[Leão Serva]: Estamos de volta com o debate entre os candidatos ao governo de São Paulo, uma promoção do UOL, da rádio e TV Cultura e da Folha de S.Paulo. Esse programa tem transmissão em tempo real também pelas mídias digitais das três instituições. Vamos rever agora como serão as regras desse bloco.

[locutora]: Neste bloco, jornalistas das empresas que compõem o pool fazem perguntas aos candidatos, perguntas de 45 segundos e respostas de três minutos. Todos os candidatos são perguntados. Em seguida, mais um segmento de confronto direto, candidatos indicados em ordem por sorteio escolhem um outro candidato para responder, com réplica e tréplica. Cada candidato pergunta uma vez e responde uma vez.

Os tempos são os mesmos do primeiro confronto, ou seja, pergunta de 45 segundos, resposta de três minutos, que podem ser divididos entre resposta de pelo menos um minuto e a tréplica. O candidato que fez a pergunta tem direito a uma réplica de um minuto. Todos os candidatos perguntarão uma vez, e todos responderão uma vez.

[Leão Serva]: Vamos então às perguntas dos jornalistas que compõem o pool. A primeira pergunta, por ordem de sorteio, é para o candidato Vinícius Poit e será feita pela jornalista Joyce Ribeiro, da TV Cultura.

[Joyce Ribeiro]: Candidato, boa noite. O avanço da luta racial prevê maior representatividade de mulheres e negros nos espaços políticos de poder. A política de cotas nas universidades, que completou dez anos esse ano, mudou o perfil dos estudantes da escola pública.

Tendo uma vice na chapa que é mulher e negra, e foi comandante da Guarda Civil Metropolitana, como o senhor citou, o que podemos esperar sobre o comprometimento do seu governo nas pautas raciais, para além de uma atitude que visa as eleições ou um aceno protocolar às cobranças da população negra? Na prática, qual é a sua estratégia de governo em relação aos conflitos raciais?

[Leão Serva]: Três minutos, candidato.

[Vinícius Poit]: Agradeço a pergunta. Como você bem adiantou, a gente começa dando exemplo na nossa chapa. Dando exemplo do que é diferente para o estado de São Paulo, do que é complementar. Um homem e uma mulher com capacidades complementares.

Eu entendo de emprego e renda, a Doris entende de segurança cidadã, de ocupação de território, sabe, de retomar confiança das pessoas na segurança pública. Um branco e uma negra mostrando que também é hora de união, não é hora de nós e eles, não é hora de separação.

Então, mais do que a gente prometer, é mostrar com atitude e com exemplo já na nossa chapa. A chapa, que é a maior chapa do partido na história. É a chapa com maior número de mulheres. Tenho muito orgulho de ter presente aqui na minha equipe já de campanha, né, o maior número de mulheres está dentro do meu time.

Então aqui é o lugar que por competência, por complementaridade e também com muito orgulho, por representar as mulheres, a gente segue dando exemplo. Em relação às cotas raciais, eu acredito que o Brasil, ele precisa de um momento de transição, ele precisa disso num primeiro momento para a gente chegar lá, só que não é essa a solução final para todos os problemas.

A gente precisa é investir na base, a gente precisa que todos tenham oportunidades iguais. A gente precisa que todos tenham saneamento básico, que todos tenham saúde, que todos tenham segurança, que todos tenham educação de qualidade igual. É dali que a gente parte.

O papel de um governante não é só ajustar qualquer diferença racial, de renda, ou seja lá a diferença que for, via cotas sempre, e não investir na causa. A gente tem que trabalhar lá atrás. E é esse o nosso trabalho no governo do estado de São Paulo.

O papel do governante, não é que todos sejam iguais, mas que todos tenham oportunidades iguais, para que um dia no estado de São Paulo, no meu país, sabe, a gente não precise mais de cotas porque todos vão poder chegar lá. Esse é o meu sonho para o Brasil. Esse é o meu sonho para o estado de São Paulo.

E fico muito feliz, Doris, de você aceitar esse desafio. E quando eu te convidei, quando eu falei: "Doris, você entende sobre segurança, tem experiência na segurança da cidade, vamos juntos?" Vamos.

Você falou: "Poit, eu acho que nós vamos mostrar muito mais do que uma campanha para o governo, nós vamos mostrar para o Brasil um exemplo de complementaridade, de união de forças, de união de capacidade técnica e de que é hora de focar no que nos une nesse país".

Chega de nós e eles, chega de separação. Seja por ideologia política, seja por gênero, seja por cota racial, seja a separação que as pessoas colocam na nossa mente. A gente precisa estar unido para ter um estado de São Paulo melhor e um Brasil melhor.

[Leão Serva]: A segunda pergunta é de Mariana Zylberkan, da Folha de São Paulo. Ela faz a pergunta para Elvis Cezar.

[Mariana Zylberkan]: Boa noite, candidato. Eu queria fazer a pergunta sobre os pedágios. O senhor tem dito na sua propaganda eleitoral que pretende reduzir a tarifa dos pedágios, até citou agora um percentual de reduzir 50% para os caminhoneiros. As tarifas já estão congeladas desde o meio do ano. Em algum momento, esse custeio vai ter que ser subsidiado por dinheiro público do Governo do Estado de São Paulo.

Queria saber do senhor qual parte do orçamento o senhor pretende comprometer para conseguir cumprir essa sua promessa de campanha?

[Elvis Cezar]: Olha, só foram congeladas as tarifas de tanto eu falar a respeito do tema. Eu não tenho nenhuma vinculação com nenhuma empresa de pedágio. Eu tenho vinculação com o povo paulista.

E o pedágio são verdadeiras travas de desenvolvimento econômico de São Paulo. Acompanhe bem, de Catanduva a São José do Rio Preto, região do atual governador, temos 60 quilômetros. E uma única praça custa R$ 17,60. R$ 35,20 para a pessoa se locomover. Mas não é esse só o problema, 60 quilômetros, não é possível a instalação de duas praças. O que a concessionária fez?

Instalou uma com o preço de duas. Isso impede o crescimento econômico, isso impede a geração de empregos, mas tem outros problemas, afeta a família também. Em Catanduva, uma mulher da periferia que é agredida por um homem covarde e tem que ir até São José, na delegacia de defesa da mulher, ela vai de transporte ou ela vai de carro? Como ela vai? E se ela não for? E se ela for, e a delegacia lá não é 24 horas?

O pedágio são travas que impedem o crescimento. Há 30 anos, era muito importante ter os pedágios, porque nossas rodovias estavam precarizadas. Agora não, agora o investimento precisa vir, e redução do valor do preço. O governo assinou, no último dia do governador Doria Garcia, o aditamento da Anhanguera e Bandeirantes por mais 15 anos, sem possibilidade de reduzir o pedágio.

Cajamar é o maior centro logístico de São Paulo, e o pedágio, de 10 km apenas, custa R$ 10,60. R$ 21,20 para um cidadão circular 10 km. Você acha que isso está certo? Isso me deixa indignado! Trava o desenvolvimento econômico e impede. Qual é a fonte de receita para isso?

Superávit do Estado, uma auditoria que eu vou fazer no primeiro dia porque eu quero saber se esses valores estão corretos, e a renegociação da dívida de São Paulo com o Governo Federal. Nós temos condições, sim, de baixar o pedágio, estimular a economia, gerar empregos, acabar com a desindustrialização. Como que uma empresa vai para o oeste paulista com a quantidade de pedágios?

Como que uma empresa vai para São José, para Ribeirão, para Piracicaba, o maior aeroporto nosso, de Campinas, de carga, é cercado. De Campinas a Holambra paga-se R$ 17,00 em um pedágio. É um absurdo! Eu fico indignado. E, como governador, eu vou resolver esse problema, pode confiar.

[Leão Serva]: A terceira jornalista a perguntar é Vitória Azevedo, da Folha de São Paulo. Pergunta para o candidato Rodrigo Garcia.

[Victoria Azevedo]: Boa noite, candidato. O senhor hoje é governador do Estado de São Paulo porque o senhor foi vice na chapa de João Doria, que deixou o cargo para tentar concorrer à Presidência e depois desistiu. Em 2018, João Doria foi eleito com impulso Bolsonarista ao acenar ao então candidato à Presidência, Jair Bolsonaro, naquela dobradinha que ficou famosa com Bolso-Doria.

Hoje, no entanto, o senhor se distancia tanto de Bolsonaro quanto de Doria, mas o eleitor não esqueceu dessa dobradinha. O senhor tem receio que isso possa prejudicar a sua campanha?

[Rodrigo Garcia]: Olha, antes de responder à pergunta da jornalista, eu quero observar o que aconteceu aqui no primeiro bloco. Eu sou governador, é natural que o governo seja vidraça dos adversários, mas eles só falam mal de São Paulo.

Aqui ninguém reconhece absolutamente nada: o valor do Poupatempo, do Bom Prato, das AMEs que nós temos em todo o Estado de São Paulo, dos mais de 103 hospitais, das melhores estradas do Brasil, enfim, tudo isso é uma conquista da população de São Paulo que a gente dá valor.

O Poupatempo mesmo é o melhor serviço público do Brasil em pesquisa aqui da própria Folha de São Paulo, né? Então é fundamental que os candidatos parem de criticar o estado, "aqui nada funciona"; eu penso diferente deles: nós temos o melhor estado do Brasil disparado do segundo.

Agora, como tudo na vida, nada é perfeito, só Deus é perfeito, então nós precisamos trabalhar, mas trabalhar acordando cedo, dormindo tarde e buscando o resultado nas nossas atitudes. Eu não falo de Bolsonaro, não falo de João Doria, não falo de candidatos porque eu não tenho padrinho político. Eu estou há 27 anos trabalhando por São Paulo.

Eu estou aqui desde os meus 24 anos de idade disputando eleições, ganhando eleições, ajudando a construir esse estado que a gente tem. Eu vi nascer muita coisa bonita aqui em São Paulo que hoje é orgulho do nosso estado, como, por exemplo, a Rede Hebe Camargo de Combate ao Câncer, o Lucy Montoro, que foram grandes ações que o ex-governador José Serra, com quem eu tive a oportunidade de conviver e hoje é nosso candidato a deputado federal, realizou por São Paulo.

Comecei muito jovem com o Mário Covas, trabalhei com o Geraldo Alckmin, fui vice do João, ou seja, eu tenho uma história de vida dedicada a São Paulo. Trabalhei com cinco governadores diferentes, sempre procurei tirar o que há de melhor de cada um deles, fui secretário várias vezes em vários lugares. Vocês estavam falando aqui de política de cota racial.

Eu implantei aqui em São Paulo quando era secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior através de reuniões importantes que nós fizemos com as universidades de São Paulo no ano de 2013.

Hoje é uma realidade, nós temos alunos egressos de escola pública e também com cotas dentro das universidades de São Paulo, estudando nas melhores universidades do Brasil, e eu estava lá ajudando, fazendo, vivendo o nosso Estado de São Paulo.

Portanto, diferente deles, eu agradeço muito ao estado que nós temos, sei que nós temos que percorrer um longo caminho pela frente ainda, e é por isso que eu quero ser governador nos próximos quatro anos.

Eu assumi o mandato há cinco meses, já tomei atitudes importantes aqui na área da segurança, na área da saúde, na área do mutirão de saúde nós fizemos muitas ações e eu já dei resultados aqui para todos vocês, ou seja, diferente deles, eu amo o meu estado, falo bem de São Paulo e sei que nós precisamos corrigir muita coisa, e eu estou aqui para continuar o que vai bem e para mudar aquilo que não vai bem.

E quanto a essa questão política, eu me apresento: eu vou disputar minha sétima eleição, fui vitorioso em todas as eleições e me apresento mesmo com 46 milhões de padrinhos nessa eleição, que é a população de São Paulo.

Eu não estou aqui para defender meu partido político, minha coligação, eu estou aqui para defender São Paulo acima de qualquer outro interesse. Antes de tudo vem São Paulo nas minhas decisões.

[Leão Serva]: Agora é a vez de Marcelo Tas, da TV Cultura, que faz sua pergunta para Fernando Haddad.

[Marcelo Tas]: Boa noite, candidato Haddad. O Brasil vive uma onda de ódio tão grande que eu estou curioso para saber de um caso de amor instantâneo que surgiu entre o PT e o ex-governador Geraldo Alckmin. Eu queria que você me dissesse, quando você se aproximou mais agora, mais pertinho do Alckmin, o que você aprendeu sobre ele que você não sabia antes?

Na verdade, eu quero saber que qualidades você vê agora em um adversário que vocês criticavam com tanta ênfase que você não enxergava no picolé de chuchu?

[Fernando Haddad]: Bom, primeiro, eu gostaria de fazer alguns reparos em alguns dados que foram dados aqui, não é? Que eu acho importante para o— Depois vem a checagem de dado que sai no jornal, mas nem todo mundo que está nos assistindo vai conferir os dados que estão saindo, dados aqui, sobretudo pelo candidato Rodrigo Garcia.

O investimento no Estado de São Paulo, de oito anos para cá, caiu 50%. 50%. Ou seja, nós não estamos falando de 10. Isso no momento em que a arrecadação aumentou mais de 15% acima da inflação e várias despesas foram cortadas, sobretudo aquela que atendia o mais pobre.

Foi cortado o leite, foi cortado o passe do idoso, foi cortado o passe livre do estudante, foram aumentados os impostos sobre cesta básica, foi aumentado o imposto sobre medicamento, foi aumentado o IPVA em mais de 30%. Então não? não há explicação para o que está acontecendo em São Paulo. Queda de 50% dos investimentos.

Todas essas obras citadas aqui estão todas atrasadas de quatro a dez anos a entrega, e o caixa cheio de dinheiro, só não chega na mão do povo. Só não chega na mão do povo. Eu queria dizer também que tem, todo mundo tem padrinho, não é bem assim. O Rodrigo se esquece de que o Kassab foi padrinho dele, fez dobrada com ele. Ele serviu ao governo Kassab aqui na Prefeitura.

Foi também do governo Pitta, foi secretário do Pitta. Rompeu com o Covas, brigou com o Covas, foi demitido, fez campanha para o Pitta e foi secretário do Pitta, e foi secretário do Doria. Não é justo ele falar "sou vice, assumi há cinco meses". Ele foi secretário do Doria. Maior parte dessas maldades aconteceu na secretaria dele.

Dito isso, eu não preciso provar amizade com o Geraldo Alckmin, de quem eu sou amigo há quase dez anos. Do secretário de Educação, o Gabriel Chalita, eu sou amigo há quase 20 anos. Eu construí o Fundeb, enquanto secretário-executivo do Ministério da Educação, a quatro mãos com o secretário de Educação de São Paulo, que era o Chalita, durante o governo Alckmin.

Eu fiz convênios quando o Alckmin perdeu a eleição de 2006 e foi ser secretário do Serra, e eu assinei convênios com o Estado de São Paulo, repassei verba do Ministério da Educação para São Paulo. Eu construí a maior rede de escolas técnicas federais na história da República em São Paulo, eu entreguei 34— 33 escolas técnicas; o governador, em quatro anos, entregou duas.

Eu, como Ministro da Educação, entreguei 33. Fiz o maior parque de universidades, e muita coisa com o apoio do Alckmin. Muitas coisas nós fizemos juntos. Eu, como prefeito, e ele, como governador. Tenho a honra de ter levado a proposta dele ser vice do Lula.

[Leão Serva]: Terminando esse bloco, o jornalista Leonardo Sakamoto, do UOL, faz a sua pergunta para o candidato Tarcísio de Freitas.
[Leonardo Sakamoto]: Boa noite, candidato, candidato. Candidato, o senhor é chamado de "Tarcisão do asfalto" por aliados que defendem que o senhor é eficiente em obras de estradas.

Mas, na reta final de sua administração no Ministério da Infraestrutura, os gastos sem licitação no DNIT dispararam 400% segundo reportagem da Folha de S.Paulo. Há contratos com indícios de irregularidade, segundo o TCU, obras emergenciais que não correspondem a casos excepcionais, e situações que não precisariam ter sido emergenciais, com o planejamento que levasse em conta as previsíveis chuvas.

Em outras palavras, foram mais de um bilhão de reais sem licitação só em 2021. Como é que alguém apresentado como "gestor" permite isso?

[Tarcísio de Freitas]: Bom, boa noite, Sakamoto. Vamos lá, há quanto tempo a ferrovia Norte e Sul estava parada? Há muitos anos. Foi sempre um posto de corrupção, em menos de 100 dias nós fizemos o leilão de concessão e a ferrovia norte-sul hoje é uma realidade. Mais de dois bilhões de reais foram investidos ali para que a gente pudesse hoje ter o terminal de São Simão operando, o terminal de Rio Verde operando.

E a BR-163, há quantos anos a gente se acostumou a ver aquelas filas de caminhão parados, aquelas filas de caminhão a cada escoamento tenho de safra, a cada inverno, 70 quilômetros, dez dias de caminhão parado. Isso não existe mais, a gente não vê mais aqueles atoleiros na BR-163.

Na nossa gestão no Ministério da Infraestrutura, nós fizemos a maior quantidade de leilões de terminais portuários da história, 37. Assinamos a maior quantidade de contrato de adesão da história, foram 108. Ou seja, a gente conseguiu trazer o maior volume de investimentos no setor portuário da história.

Quebramos recorde de movimentação em 2020, quebramos recorde de movimentação em 2021, com um bilhão 210 milhões de toneladas movimentadas. Fizemos a maior quantidade de leilões de aeroportos, 49. Inclusive o último aqui, de Congonhas. Retomamos o transporte ferroviário com muita criatividade, a gente, além da Norte-Sul, fez o leilão da ferrovia de integração Oeste-Leste.

Fizemos a obra da ferrovia de integração Centro-Oeste, que nasce com o investimento cruzado com o dinheiro da renovação da estrada de ferro Vitória-Minas. Fizemos obras no Paraná usando balanço de Itaipu, pavimentação da boiadeira, duplicação da 469, a segundo ponte internacional de Foz.

Essas obras emergenciais ocorreram em função do volume de chuvas que nós tivemos no ano passado. Todo mundo se lembra e viu nos jornais como as chuvas castigaram a Bahia, castigaram o Nordeste, castigaram o Norte. Algumas regiões nós tínhamos obras, rodovias não pavimentadas, e não foram pavimentadas por uma série de razões.

Por exemplo, a 158 Mato Grosso, que está dentro de uma reserva indígena e hoje a gente está trabalhando para fazer um contorno, e ali a gente precisava manter o escoamento da safra. O serviço emergencial foi feito e a gente não teve atoleiro na BR-158, a gente conseguiu resolver o problema.

Na verdade, as questões que são levantadas pelo TCU num relatório de auditoria que ainda não foi julgado pelo Plenário diz respeito a um contrato de construção, não é nem de manutenção e nem nenhum daqueles contratos emergenciais. Na verdade, o que nós fizemos no Ministério da Infraestrutura ninguém fez. Nós fizemos 100 leilões de concessão nesse período, com dois anos de pandemia.

Contratamos 100 bilhões de reais. Daqui alguns anos todos vão perceber uma infraestrutura muito mais eficiente, muito mais sustentável e muito mais barata. O que nós fizemos vai reduzir o preço dos fretes em mais de 30% no longo prazo, e a gente vai ver o Brasil sendo muito mais competitivo.

[Leão Serva]: Vamos agora a mais um confronto direto entre os candidatos. Fabíola Cidral.

[Fabíola Cidral]: Vamos lá, Leão. Em ordem de sorteio, o primeiro candidato a perguntar é Rodrigo Garcia. A quem o senhor faz a sua pergunta? O senhor tem 45 segundos.

[Rodrigo Garcia]: Vou perguntar para o Fernando Haddad, candidato do PT. Haddad, aqui em São Paulo nós temos uma rede de hospital de mais de 103 hospitais estaduais, 62 AMEs, várias ações na Rede Lucy Montoro, na Rede Hebe Camargo, um apoio importante para as Santas Casas, com mais Santas Casas, nós aumentamos 50% o repasse para Santas Casas agora nesse ano de 22, senão elas já teriam fechado as portas.

Apoiamos várias iniciativas das prefeituras, hospitais que estão sendo construídos em todas as cidades — Ribeirão Pires, Peruíbe, Bertioga. Várias ações municipais apoiadas com recurso do Estado, porque a saúde a gente sabe como é importante para a nossa população.

Eu falo que São Paulo é o hospital do Brasil, para o rico e para o pobre que vem sempre se tratar aqui. Eu queria saber suas propostas concretas para administrar a rede de São Paulo.

[Fernando Haddad]: Olha, Rodrigo, eu tenho visitado muitas cidades do interior e tenho visitado inclusive com o ex-governador Geraldo Alckmin, que tem uma relação histórica com as Santas Casas. E o que eu ouço em relação às Santas Casas é muito preocupante.

Vocês fundiram dois programas e burocratizaram de uma maneira que dinheiro não chega nas Santas Casas. Nós temos intervenção em Santas Casas no interior inteiro. Tem Santa Casa que só não fechou as portas porque a comunidade está socorrendo. Isso é dito pelas próprias Santas Casas que nós estamos visitando. Obviamente que eles estão pedindo a correção da tabela do SUS, que há anos não é feita.

O Governo Federal simplesmente está cortando mais de 40% do orçamento da saúde para o ano que vem. O que está acontecendo no Governo Federal, eu sei muito bem que não ajuda São Paulo, como não ajuda nenhum estado da Federação. Mas nós não estamos fazendo a lição de casa aqui em São Paulo. Nós não nos preparamos para o pós pandemia.

É por isso que nós temos a maior fila da história do SUS aqui em São Paulo, porque não foram tomadas as medidas necessárias para resolver o problema. E o que eu quero fazer é justamente levar um padrão de qualidade para o interior e para a capital, completar o SUS.

Além das UBS e dos hospitais regionais, nós precisamos de uma rede intermediária de atendimento que dê suporte ao sistema e possa fazer a fila andar. Conforme eu disse, eu dobrei cirurgias de catarata, eu diminuí em 100 dias cirurgia pediátrica com Rede Hora Certa. Aliás, não sei por que vocês removeram as placas da Rede Hora Certa com os 35 hospitais que eu entreguei em São Paulo.

Eu fui gravar uma propaganda eleitoral para fazer publicidade daquilo que nós precisamos fazer para o interior e as placas tinham sido removidas pela atual gestão da prefeitura que conta com o seu apoio.

[Rodrigo Garcia]: Haddad, essa rede intermediária entre o hospital de alta complexidade e UBS já existe em São Paulo, são as AMEs, nós temos 65 AMEs no estado de São Paulo, todas vão se tornar hospital-dia, nós temos 47 hoje que fazem cirurgias, eu vou levar para todas as AMEs fazerem cirurgias.

Estou fazendo AME oncológico. Quanto às filas, quando eu assumi, nós tínhamos 540 mil pessoas esperando cirurgias eletivas por conta da pandemia, dois anos sem poder atender. Impossível você atender todo mundo de uma vez.

Hoje eu dei um balanço, nós conseguimos reduzir para pouco mais de 300 mil pessoas, e, até o final do ano, nós vamos zerar essa fila. Mas o que eu lembro da sua administração como prefeito aqui de São Paulo é o que o meu candidato ao Senado, Edson Aparecido, que foi secretário de saúde aqui de São Paulo tem falado nas suas propagandas e nos debates.

Deu muito trabalho para ele, para o Bruno Covas, para o João, conseguir concluir as obras que você não concluiu. Você prometeu 25 UPAs, entregou apenas três, prometeu hospital, acabou não entregando, deixou um esqueleto de obras na saúde, e a maior fila da saúde, aí sim, de São Paulo. Tiveram até que fazer o corujão da saúde para fazer exame em mais de 700 mil pessoas aqui na cidade.

[Fernando Haddad]: Olha, Rodrigo, eu quero te dizer o seguinte, o João Doria foi uma vergonha como prefeito. Uma vergonha! Ele abandonou a cidade em um ano. Fugiu da cidade de São Paulo. Um ano depois de eleito, não estava mais aqui. E fez a mesma coisa no Estado de São Paulo. O que ele fez na cidade de São Paulo, ele cortou o leite das crianças.

Vocês cortaram o passe do idoso. Vocês não têm nenhum, assim, mas nenhuma simpatia pelo povo que mais precisa. Vocês aumentaram o ICMS do leite. Vocês aumentaram o IPVA de quem é motorista de aplicativo, no momento em que a pessoa não tinha passageiro, Rodrigo. Vocês não têm empatia com a população. Esse Corujão da Saúde foi uma farsa, que nem existe mais.

Ninguém mais nem fala. Mas os meus hospitais-dia estão aí, firmes e fortes, atendendo a população; e vou levar 70 para o interior para fazer o trabalho que você não fez.

[Leão Serva]: Em ordem de sorteio, o segundo candidato a perguntar é Tarcísio de Freitas.

[Tarcísio de Freitas]: Bom, a minha pergunta vai para Rodrigo Garcia. E eu vou começar convidando o espectador a também fazer uma busca no Google, e eu queria que todo mundo digitasse: "Painéis de obras paralisadas de São Paulo", para conhecer um site que é muito legal, que é o site do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.

Lá, a gente vai ver 845 obras paradas, ou andando a passos de tartaruga; 21 bilhões já foram gastos nessas obras. Tem de tudo lá: creche, tem obras de infraestrutura, ponte, hospital. Tem obras icônicas, como a famosa Linha 17, a eterna obra do ano que vem, e o Rodoanel de São Paulo.

Se falou muito em tarifa de pedágio aqui, e aí há de se perguntar como que essas prorrogações foram feitas, a que taxas de retorno? E aí, quanto tempo mais para ver essas obras concluídas?

[Rodrigo Garcia]: Olha, se a gente fizesse um site das obras concluídas em São Paulo em andamento, ia ter muito mais informação do que 197 obras que estão paralisadas hoje no Estado. O Estado desse tamanho, Tarcísio, você sabe que sempre enfrenta dificuldades com obras públicas.

É empreiteira que abandona a obra, é serviço malfeito, e toda vez que a gente tem que fazer uma relicitação, muitas vezes a empreiteira vai para a justiça. Você passa isso, ou passou, no Ministério da Infraestrutura, e leva um, dois, três anos para a gente conseguir relicitar. O importante é que São Paulo hoje é um canteiro de obras.

E é importante esclarecer a você, porque o Tarcísio fica falando esse monte de números, parece que as obras aqui de São Paulo até têm alguma ajuda dele ou do Governo Federal. Não tem, pessoal. São obras com recursos do orçamento de São Paulo. Nós estamos fazendo 11.500 km de estradas.

Essas estradas vicinais que você vê aí, perto da sua casa, no interior, pavimentação de estradas de terra, recuperação de estradas de terra, duplicações. Nós estamos concluindo, já, já, a duplicação de Marília até Assis. Já entregamos Júlio Mesquita à Marília. Ou seja, São Paulo é um canteiro de obras com orçamento do Estado. Quando a gente assumiu, lá atrás, nós tínhamos quase 800 obras paradas.

Conseguimos reduzir em 40% o número de obras paradas, e nós concluímos muitas obras. Eu lembro a Tamoios, que estava parada, já está funcionando, entregue à população. Ou seja, eu tenho muito orgulho de ter retomado muitas obras paradas aqui em São Paulo, e não desisti de nenhuma delas. Corri atrás, renovar contrato.

Eu falo muito que para retomar uma obra parada hoje, infelizmente, você não precisa mais só de engenheiro, você precisa de muito advogado. Os problemas são dos contratos, mas São Paulo é um canteiro de obras hoje pela eficiência, pelo trabalho que nós temos realizado aqui em São Paulo.

[Tarcísio de Freitas]: Bom, eu sempre fico com dúvida, porque uma hora "nós fizemos", aí a entrega é do governo Doria; outra hora, "Eu sou o governador, eu assumi agora, então, não sabia o que estava acontecendo, estava hibernando". Então, eu tenho sempre essa dúvida existencial aí do que, afinal de contas, você estava fazendo ou não estava fazendo.

O fato é que São Paulo precisa andar mais rápido. São Paulo precisa ver a Linha 2 do metrô chegando lá, realmente, em Guarulhos. São Paulo precisa ver a Linha 15 chegando em Cidade Tiradentes. Precisa ver a Linha 4 chegando em Taboão, chegando em Cotia. Precisa ver a Linha 6 chegando lá em Brasilândia. Precisa ver o metrô saindo do papel e chegando no ABC Paulista, chegando em São Bernardo.

Precisa ver a duplicação de Itapetininga, Ourinhos. Precisa ver a Linha 17 concluída; e a ligação, depois, a Jabaquara, para atender também Paraisópolis, porque o sistema de metrô precisa atuar em rede. Precisa ver a ligação seca Santos-Guarujá. Ou seja, precisa ver um novo hospital de Itapetininga.

Tem muita coisa para fazer, e a gente precisa dar velocidade. A gente sabe fazer, e fazer com o que tem.

[Rodrigo Garcia]: Tarcísio, eu vou te convidar, depois que eu ganhar a eleição, se Deus me permitir, para acompanhar comigo, e nós vamos entregar muita obra aqui em São Paulo, você está sempre convidado, porque você vai, naturalmente, quando terminar a eleição, não ganhando a eleição, voltar para Brasília, de onde você nunca saiu, mas você vai ser convidado para, comigo aqui, acompanhar a entrega dessas obras, que são muitas obras, que nós estamos fazendo aqui no Estado de São Paulo.

São Paulo é o que é, pessoal, porque sempre investiu em infraestrutura. As melhores rodovias do Brasil estão aqui. Nós temos feito grandes investimentos. As maiores obras públicas do Brasil estão aqui. E obras reais. Esse sistema metrorrodoviário e ferroviário de São Paulo, ele nunca teve tanto investimento como está tendo nesse momento, e nós vamos continuar com isso nos próximos quatro anos.

Eu aprovei agora esse mês, pela primeira vez tirei do papel e o projeto executivo foi contratado, a extensão da Linha 4 até Taboão, um sonho antigo que foi aprovado esse mês. Aprovei também a extensão da Linha 5 até o Jardim Angela, também um sonho antigo, contratos que já estão assinados, aditados para que a concessionária possa fazer esses projetos.

Contratei o maior projeto— o número de projetos de rodovias da história. Eu vou estender a Castelo Branco, passando pela BR-153, chegando a Echaporã, farei o contorno de Ribeirão Preto, as marginais de São Carlos, as marginais de Rio Preto, nós vamos continuar também fazendo o contorno lá de Prudente, ou seja, para que investimentos hoje possam continuar deixando competitivo o Estado de São Paulo no futuro e gere emprego para todos os paulistas.

[Fabíola Cidral]: O terceiro candidato a perguntar é Vinícius Poit. A quem o senhor pergunta?

[Vinícius Poit]: Candidato Tarcísio de Freitas.

[Fabíola Cidral]: 45 segundos para sua pergunta.

[Vinícius Poit]: Tarcísio, você fala muito em desenrolar São Paulo, mas, no último debate, quando eu lhe perguntei sobre uns baitas de uns condenados que você escolheu para andar em São Paulo, você enrolou e não me respondeu. Tarcísio, você fala muito de obras grandes pelo Brasil, mas a Norte-Sul você parou logo que chegou em São Paulo, prejudicou Dracena, Prudente, tantas cidades.

Algumas rodovias, duplicou para o Rio de Janeiro para lá, e não para cá. A Sabesp fica em um vaivém danado, fala difícil, mas não fala objetivamente se vai privatizar ou não. Essa falta de firmeza, Tarcísio, não passa segurança, parece até que é um produto de marketing.

Você mesmo não queria ser governador de São Paulo, veio a favor do Bolsonaro. Você vai continuar obedecendo e vai fazer tudo que o Bolsonaro mandar?

[Tarcísio de Freitas]: Bom, Vinícius, olha só, quando eu fui Ministro da Infraestrutura, a gente teve vida própria. O Presidente Bolsonaro nos deu liberdade para montar a equipe. Aliás, realmente, pela primeira vez, rompeu com partidos políticos e permitiu que técnicos chegassem aos postos de comando.

Se fosse qualquer outro presidente eleito em 2018, isso não seria possível, só foi possível porque tinha um cara corajoso que resolveu apostar na técnica. Nós montamos um secretariado absolutamente técnico, que deu respostas muito interessantes, muito importantes. Nunca se fez tanto leilão de concessão de infraestrutura como se fez agora.

A gente percebeu a dificuldade do orçamento fiscal e fizemos vários leilões de concessão, leilões que foram extremamente bem sucedidos. Nós conseguimos, com um trabalho técnico, concluir obras que estavam inacabadas, aprovar reformas regulatórias importantes. Há quanto tempo a gente esperava uma reforma da cabotagem?

Há quanto tempo a gente esperava uma mudança no Marco das Ferrovias, que vai permitir, por exemplo, ferrovias privadas no Brasil? Recebemos 80 pedidos de autorização para ferrovias privadas, um deles aqui em São Paulo, que vai ligar Lençóis Paulista a Pederneiras, né? Um projeto para logística da celulose.

Avançamos com o projeto de privatização de Santos, fizemos a primeira privatização portuária da nossa história. Sabesp é um grande desafio. Agora, eu vejo grande potencial, porque quando a gente compara custo regulatório com o custo operacional, a gente vai ver que o custo operacional é maior do que o custo regulatório.

Temos que vencer o desafio da sensorização, o desafio do reuso de água, que é importante, reduzir o prazo para atingir as metas de universalização de saneamento. Tem um upside importante, que são aqueles contratos de concessão que, se forem prorrogados numa privatização, podem, no final das contas, baixar tarifa, mas tem que ser estudado com responsabilidade, como tudo que nós fizemos.

Disseram que não ia ser possível fazer privatização dos portos e nós fizemos a privatização dos portos. E nós conduzimos a política pública do Ministério da Infraestrutura. Ninguém vai mandar no Governo do Estado de São Paulo.

São Paulo não vai ser conduzido, vai conduzir, como é o seu lema, como sempre foi. Pessoas que têm problemas, que estão em partidos aliados conosco, muitas das quais eu nem conheço, não farão parte do governo, porque o secretariado será técnico. Nós vamos fazer a diferença.

[Fabíola Cidral]: Um minuto para sua réplica, candidato.

[Vinícius Poit]: Tarcísio, São Paulo não pode ser palanque eleitoral para nenhuma outra eleição. Como você acabou de responder, você foi conduzido e é conduzido pelo presidente Bolsonaro, foi conduzido para chegar aqui. São Paulo não pode ser conduzido.

São Paulo conduz. São Paulo precisa retomar o espírito no governador, no espírito de Júlio Prestes, no espírito dos heróis da Revolução de 1932 e retomar protagonismo, retomar a autonomia do nosso Estado, Tarcísio. Tarcísio, a gente precisa tirar o governo do cangote do empreendedor, dar ensino profissionalizante para dar mão de obra qualificada para os jovens para alcançar o emprego.

Abaixar imposto e não abaixar a cabeça para presidente nenhum, seja lá quem ele for, Tarcísio. São Paulo precisa ajudar também os microempresários, os pequenos fretadores, os fretadores de aplicativo, não só os grandes empresários de ônibus. E São Paulo não vive só de obra, a gente precisa olhar para quem mais precisa, para os mais vulneráveis, esses sim precisam de mais emprego e de uma luz no fim do túnel.

[Tarcísio de Freitas]: Você fala tanto, Vinícius, em trabalhar com a iniciativa privada, mas votou contra a privatização da Eletrobras, que foi o segundo maior negócio do mundo em 2022. Foi um negócio que vai restabelecer a governança e capacidade de investimento, vai nos deixar mais próximo, por exemplo, da segurança energética que é tão importante.

E que, no final das contas, foi importante para baixar tarifa pelo dinheiro que entrou na conta do desenvolvimento energético. É bom ter o alinhamento com o Governo Federal, mas, no final das contas, quem vai conduzir o estado de São Paulo será o novo governador, e o novo governador serei eu.

[Leão Serva]: A quarta pergunta será feita pelo candidato Elvis Cezar, que precisa perguntar para Vinícius Poit.

[Elvis Cezar]: Candidato, qual sua estratégia e o plano habitacional do seu governo?

[Vinícius Poit]: Elvis, eu começo te dizendo que eu fiz como deputado federal, vai dizer muito o que vou fazer como governador do estado de São Paulo. O maior programa de regularização fundiária que esse governo já viu. Gente, uma regularização fundiária é mais barato que construir um conjunto habitacional necessariamente.

Em áreas onde não tem preservação ambiental, em áreas onde não tem situação de risco para os moradores, a gente dá o papel passado para casa, dá dignidade, a pessoa passa a ter CEP. Você que está assistindo esse debate sabe o que é não ter CEP.

Não dá para receber carta, não dá para abrir um crediário, não dá para ter segurança que aquela casa é sua para fazer uma reforminha, para ir numa casa de material de construção, e muitas pessoas quando eu falo de regularização fundiária, recebem o papel passado, sabe o que eles me falam, Elvis? Puxa vida, posso morrer em paz que a casa vai ficar para os meus filhos.

Regularização fundiária é capital porque abre empresa, toma crédito, empreende. E regularização fundiária, com dois mil reais, você regulariza um lote. Com 200 mil reais, mais de 200 mil reais, a CDHU está construindo casa aqui em São Paulo que poderia ser construída pela iniciativa privada por 170. Aí já tem uma ineficiência na própria CDHU.

Então tudo que der para regularizar, nós vamos regularizar. O que precisar entregar conjunto habitacional, a gente vai entregar, mais barato, sem cabide de emprego e sem corrupção que a gente vê em empresas estatais, Elvis.

Novamente, como deputado federal, eu passei um projeto na Casa Verde e Amarela que permitiu flexibilizar melhor os lotes, no meio da pandemia tem muito mais família vivendo no lote menorzinho, então dá para a gente dividir para cada um ter a sua casinha, e também permitir PPP para municípios que não têm dinheiro, que pode alguém formar uma associação.

Vocês sabem, vocês que formam associação, regularizam os lotes, sabe como funciona — pega capital, resolve, paga parceladinho e tem a sua casa. Essa é a política habitacional que a gente vai fazer para o Governo do Estado de São Paulo.

[Leão Serva]: Candidato Elvis tem um minuto para a sua réplica.

[Elvis Cezar]: Poit, eu fiz a maior regularização fundiária do estado de São Paulo: 40 mil imóveis, 23 mil escrituras entregues. O meu governo foi promissor, foi pioneiro na regularização fundiária. E isso tem, aumenta a receita, local, dá dignidade para as famílias, faz o imóvel valorizar. Tem pessoas que vieram do Nordeste, ficaram dez anos vendendo as férias para construir um imóvel.

Eu tive o prazer de entregar 23 mil escrituras para essas pessoas. Mas o plano habitacional precisa avançar. Nós precisamos construir 200 mil imóveis por ano em São Paulo. E isso precisa acontecer, e eu sei disso porque eu nasci num apartamento da Cohab em Carapicuíba. E faz toda a diferença o imóvel na vida de uma família que começa, começa do nada e precisa ter esperança.

[Leão Serva]: Candidato Vinícius, um minuto e um segundo para a sua tréplica.

[Vinícius Poit]: Elvis, reforçando e trazendo outros efeitos de uma política habitacional bem feita, de uma ocupação do território bem feita, que é um tema que eu converso muito com a Doris, com transparência, com praças de cidadania, isso significa também dignidade e significa também mais Segurança Pública.

Política habitacional bem feita vai levar prosperidade onde as pessoas moram, para não ter que ficar essa problemática de mobilidade urbana na cidade de São Paulo. Mora na Zona Leste, três milhões de pessoas vêm para o centro, voltam, quase um Uruguai que vai e volta do trabalho para casa com essas cidades dormitórios. Nós vamos levar prosperidade lá.

Política habitacional bem feita é um governo que assume a responsabilidade, não transfere tudo para o município. Vamos conversar com os municípios, vamos fazer um planejamento junto. Vamos ajudar o município a rever o plano diretor e dar uma opinião, sabe, para revitalizar, recuperar o centro de São Paulo, que tem muito morador e tem muita prosperidade, não é só problema.

E com uma política habitacional bem feita, nós vamos dar abrigo para aquelas pessoas que não têm o que comer, não têm onde morar, e isso vai significar a vontade de sonhar novamente.

[Fabíola Cidral]: E a última pergunta desse confronto direto é do candidato Fernando Haddad. O senhor tem que perguntar para Elvis Cezar; 45 segundos para a sua pergunta.

[Fernando Haddad]: Elvis, você já avançou na discussão sobre mobilidade no nosso Estado, mas tem muita coisa que precisa ser dita ainda sobre mobilidade, que é um tema dos mais dramáticos no Estado de São Paulo. Você falou dos pedágios, da renovação dos contratos sem nenhuma vantagem para o usuário, que é o que se faz no mundo inteiro.

Quando se renova um contrato, você baixa o preço do pedágio. Aqui em São Paulo isso não acontece. O atraso enorme das obras, sobretudo do metrô, aqui na capital. O metrô, que não saiu ainda para a Região Metropolitana. Todas as estações citadas: Jardim ngela, Taboão? Cancelaram a obra do metrô do ABC. Eu queria saber: qual é o seu plano de mobilidade para o Estado de São Paulo?

[Elvis Cezar]: Infraestrutura é o que transforma, gera empregos, valoriza, potencializa o desenvolvimento econômico. A minha estratégia é começar fazendo não somente a extensão das linhas do metrô, mas nós precisamos fazer as linhas radiais, que nunca foram feitas.

Porque o metrô induz o desenvolvimento econômico, o metrô gera passageiros; e com as concessões bem feitas e com eficiência, a gente consegue tirar do papel, deixando para o Estado apenas as desapropriações, e isso a gente consegue fazer com eficiência e boa capacidade, boa gestão. E é assim que eu quero tirar do papel e fazer metrô com a velocidade de metrô, não de tartaruga.

São Paulo está muito atrasado. São Paulo não tem eficiência nas suas obras. E isso quem está pagando é o povo, com desemprego e a falta de desenvolvimento econômico.

[Fabíola Cidral]: Um minuto, candidato, para a sua réplica, Fernando Haddad.

[Fernando Haddad]: Eu queria me comprometer com você que me ouve. Eu jamais vou renovar um contrato de concessão de pedágio sem a redução correspondente ao fato de o investimento ter sido amortizado. O metrô de São Paulo, da capital, vai sair para a Região Metropolitana, vai chegar no ABC.

Não vou cancelar contrato assinado, de metrô indo para o ABC, para fazer uma obra que não vai atender a quantidade de passageiros que se deslocam de lá para cá, em busca de uma oportunidade de trabalho. Eu vou tirar do papel uma proposta que há dez anos é aventada: o trem intercidades.

O trem vai chegar em Campinas. E os estudos para São José, Sorocaba e Santos estarão prontos até o final do governo. E vou fazer, na esteira do que o PT vem fazendo na capital, o Bilhete Único Metropolitano. Fizemos o Bilhete Único, o mensal, o semanal, e agora chegou a hora das metrópoles do Estado terem sua vez.

[Elvis Cezar]: O metrô é cada quilômetro é um bilhão de reais, e nós temos a possibilidade. Muitos da iniciativa privada querem fazer a obra, mas o governo não consegue tirar do papel. As linhas radiais são importantíssimas. O ABC sofre com a desindustrialização. O valor do pedágio da Imigrantes, R$ 31,00, ele abafa o crescimento econômico. A juventude do ABC já não tem mais onde trabalhar.

É fundamental a estratégia de um diagnóstico local para cada situação. Precisa ter boa gestão, candidato, e eu fui prefeito, e você foi prefeito. Nós fomos prefeitos juntos. E eu quero fazer uma comparação. Eu entreguei 250 obras no meu governo. Você deixou centenas de obras paralisadas. Eu fiz o melhor sistema de saúde de atenção básica do Estado de São Paulo. Conceito A.

Você teve extrema dificuldade na atenção básica. Eu proporcionei o maior crescimento de desenvolvimento econômico de uma região, a Região Oeste de São Paulo, e tornei a minha cidade a segunda maior empregadora do Estado de São Paulo, pelo CAGED. São Paulo patinou na geração de empregos. Eu consegui zerar a fila de creches.

No seu governo, você patinou para acabar com a fila das creches, que, segundo a imprensa, só aumentou. Eu fui presidente do Conselho Metropolitano, como você, candidato, só que eu consegui entregar o plano de desenvolvimento urbano integrado para o governo levar à Assembleia Legislativa e tirar da frente e proporcionar desenvolvimento econômico para São Paulo, empregos, geração de qualidade de vida

[Leão Serva]: Nós vamos agora a um rápido intervalo. O debate dos candidatos ao Governo de São Paulo, em parceria entre o UOL, a TV Cultura e a Folha, volta já, já. Não vai embora.

Participaram desta cobertura: Ana Paula Bimbati, Caê Vasconcelos, Isabela Aleixo, Felipe Pereira, Gabriela Vinhal, Gilvan Marques, Herculano Barreto Filho, Juliana Arreguy, Leonardo Martins, Lucas Borges Teixeira, Mariana Durães, Rafael Neves, Stella Borges, Wanderley Preite Sobrinho