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Luciana Genro defende voto útil em Lula: 'Não significa apoio irrestrito'

Colaboração para o UOL

19/09/2022 18h35

Em entrevista ao UOL News na noite de hoje (19), a deputada estadual Luciana Genro (PSOL) defendeu o voto útil no ex-presidente e candidato do PT ao Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva, no primeiro turno das eleições deste ano.

"O voto não significa compromisso com o governo. [?] Aqueles que vierem a apoiar o Lula na perspectiva do voto útil podem ter essa orientação política, de que o voto útil é o voto naquele candidato que representa o mal menor. Por isso, não significa um apoio irrestrito à sua política e às suas pautas."

Integrante do PT entre 1987 e 2003, a psolista, candidata à Presidência em 2014, tornou-se uma das mais ferrenhas opositoras ao PT dentro do partido. Ela afirmou que fará voto útil no petista em outubro.

"Eu não acho que Lula é a solução para os problemas do Brasil. O PSOL foi oposição ao Lula durante toda a sua existência, nós nascemos, inclusive, das divergências políticas com o governo Lula", explicou.

E acrescentou: "Então, estamos fazendo no primeiro turno um voto útil ao não lançar candidato próprio do PSOL pela importância do momento e pela necessidade de unir essas forças políticas contra o autoritarismo bolsonaristas."

Genro ainda pediu para que os eleitores de outros candidatos reflitam se o segundo turno será útil para o país.

"Normalmente, o segundo turno é bom, porque é uma oportunidade de aprofundar o debate. Mas nessa circunstância histórica não vai acrescentar nada do ponto de vista do fortalecimento da luta do povo e da luta por liberdades democráticas. Vai apenas trazer oportunidade para o bolsonarismo se fortalecer."

Na manhã de hoje, Genro participou de um encontro com Lula, em São Paulo. Além dela, outros sete ex-presidenciáveis participaram do evento. São eles: Guilherme Boulos (PSOL), Cristovam Buarque (Cidadania), Marina (Rede), Geraldo Alckmin (PSB), Fernando Haddad (PT), Henrique Meirelles (União Brasil) e João Goulart Filho (PCdoB).

Sakamoto: 'Apoio público de Meirelles a Lula foi o que mais repercutiu nas elites'

Sobre a participação do economista Henrique Meirelles no encontro de hoje com Lula e ex-presidenciáveis, o colunista Leonardo Sakamoto acredita que foi o que mais repercutiu nas elites do país.

Ex-presidente do Banco Central no governo petista, Meirelles afirmou que baseou sua decisão de apoiar Lula baseado em fatos. "Eu olho e vejo os resultados. Isso me fez participar hoje do evento de apoio ao Lula com tranquilidade e confiança, porque sei o que funciona, e o que pode funcionar no Brasil", falou.

"A sinalização do Meirelles não só é positiva, mas também a sua participação em um terceiro governo Lula fica mais provável.

'Bolsonaro deve discursar na ONU para ser ouvido pelos seus apoiadores', diz Sakamoto

Durante participação no UOL News, Leonardo Sakamoto falou também sobre a ida do presidente para Nova York para abrir Assembleia-Geral da ONU amanhã (20). O mandatário vai discursar pela quarta vez na ONU.

Segundo Sakamoto, o discurso de um chefe de Estado na ONU só é absorvido e ouvido com detalhas quando o país é relevante internacionalmente. Neste momento, porém, afirmou ele, o Brasil é considerado um pária global.

"O presidente é visto como um vilão do clima e sanitário, que ajudou através de suas práticas negativas não só as pessoas morrerem, mas ajudar o vírus a gerar novas variantes", disse.

"Bolsonaro vai para esse discurso não para ser ouvido pela ONU, mas ele faz o seu discurso, como fez outras três vezes, para ser ouvido pelo seu público dentro do Brasil."

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