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Bolsonaro diz que reforma da ONU é 'essencial' e cita conselho de segurança

Do UOL, em São Paulo

20/09/2022 11h48Atualizada em 20/09/2022 13h24

O presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu hoje uma reforma da ONU (Organização das Nações Unidas) e do conselho de segurança do órgão, durante seu discurso de abertura da Assembleia-Geral, em Nova York (EUA).

Segundo o presidente, a guerra na Ucrânia "serve de alerta" para que uma reestruturação seja feita.

Erguemos as Nações Unidas em meio aos escombros da Segunda Guerra Mundial, o que nos motivava naquele momento era a determinação de evitar que se repetisse o ciclo de destruição que marcou a primeira metade do século 20. Até certo ponto podemos dizer que fomos bem sucedidos, mas hoje, o conflito na Ucrânia serve de alerta, uma reforma da ONU é essencial para encontrarmos a paz mundial
Jair Bolsonaro

O que é a ONU e o Conselho de Segurança? A ONU foi criada em 1945, após o término da Segunda Guerra Mundial, com objetivo de impedir que outros conflitos como aquele ocorressem.

O Conselho de Segurança é o órgão mais importante da ONU e tem sob sua responsabilidade a manutenção da segurança mundial,

Citando especificamente o conselho em seu discurso, Bolsonaro disse que, após 25 anos de debates, "está claro que precisamos buscar soluções inovadoras", ressaltando o fato de o Brasil já ter ocupado um assento no conselho 11 vezes.

No caso específico do Conselho de Segurança, após 25 anos de debates, está claro que precisamos buscar soluções inovadoras. O Brasil fala desse assunto com base em uma experiência que remonta aos primórdios da ONU. É pela décima primeira vez que ocupamos assento não permanente no conselho. Temos buscando dar o melhor de nós para a solução pacífica e negociada dos conflitos internacionais, sempre guiados pela carta da ONU e pelo direito internacional
Jair Bolsonaro

O conselho é formado por 15 membros e apenas 5 são permanentes. A composição dos membros permanentes, que formam o seu núcleo, reúne as potências vencedoras da Segunda Guerra Mundial e têm poder de veto sobre qualquer resolução tomada pela instituição. Quem são:

  • EUA, França, Grã-Bretanha, Rússia (até 1991 URSS) e China (desde 1971, já que até este ano era Taiwan o representante oficial do povo chinês).

Lula já falou sobre o assunto. Principal adversário de Bolsonaro nas eleições deste ano, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) propôs uma repactuação na composição da ONU a deputados europeus em encontro em São Paulo no mês passado.

Para o petista, é preciso incluir novos países no Conselho de Segurança da organização para se adequar à geopolítica do século 21.

Primeiro a discursar. Conforme é tradição na Assembleia-Geral da ONU, o presidente brasileiro foi o primeiro chefe de Estado a falar no evento.

Ele estava acompanhado da primeira-dama, Michelle, e dos ministros da Casa Civil, Ciro Nogueira, e das Relações Exteriores, Carlos França.

Desde que assumiu o poder, Bolsonaro tem usado a tribuna da ONU para reforçar posições do governo, rebater críticas e atacar instituições relacionadas à esquerda.