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Ciro chama integrantes do PT de 'nazistas': 'Querem me exterminar'

Ex-ministro Ciro Gomes (PDT), presidenciável pelo PDT - André Ribeiro/Futura Press/Estadão Conteúdo
Ex-ministro Ciro Gomes (PDT), presidenciável pelo PDT Imagem: André Ribeiro/Futura Press/Estadão Conteúdo

Colaboração para o UOL

23/09/2022 13h04Atualizada em 23/09/2022 13h04

O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, chamou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros integrantes do PT de "nazistas" em sabatina realizada pelo jornal Correio Braziliense. O ex-ministro da Fazenda também disse que os petistas querem exterminá-lo.

"Estou muito chocado com a falta de escrúpulo do Lula e do PT, estou muito chocado, é impressionante. Me sinto como um cara objeto de extermínio. Eles não querem me derrotar: querem me exterminar. Quase 40 anos de ajudar de vagabundos, quase 40 anos de ajuda para eles e não houve uma parada. Quando o filho do Lula se enrolou no esquema da GameCorp — nunca contei isso pra ninguém —, fui lá ver o que podia fazer. Não tem respeito, nem pudor. São nazistas mesmo e ficam acusando o Bolsonaro de fascista, que é também", disse Ciro.

Durante a entrevista, o candidato do PDT também chamou de "idiota" a simpatia por políticos sem senso crítico. "Adorar político é coisa de povo idiota; nenhuma nação do mundo adora político. Político tem que ser olhado com desconfiança. Bota o pezinho atrás, faz o cara fazer uma análise, olha de onde ele veio".

Na quarta-feira (21), em entrevista ao podcast "Monark Talks", o candidato do PDT já havia subido o tom em relação a Lula, chamando-o de "fascista".

A declaração em que se referiu ao fascismo foi feita quando Ciro defendia que os "super ricos" pagassem mais impostos, pois, segundo ele, o Brasil foi transformado em paraíso fiscal. Em compensação, os menos favorecidos economicamente pagariam menos tributação.

"Eles (ricos) tão matando a pau para que eu não tenha direito de ser candidato. Se depender do fascismo de esquerda, nem direito de ser candidato para o povo ter uma opção, e eu falar, vai ter", disse Ciro.

"Fascismo puro o que o PT e o Lula estão administrando contra o fascismo do Bolsonaro. É o fascismo na veia que sempre foi. O Lula sempre foi fascistoide", completou.

Essa postura de Ciro mais incisiva tem causado críticas até de apoiadores, que têm incentivado o "voto útil" no candidato do PT. Um deles é o cantor Tico Santa Cruz, que foi às redes sociais rebater as críticas feitas pelo candidato do PDT.

"Para mim, você tem um brilhante futuro. Não lhe pediria jamais pra retirar sua candidatura, ela é fundamental e democrática. Mas não vou passar a mão nos seus erros - e ver que você partiu para uma postura bélica, que transcende as críticas relevantes ao PT e demais adversários, partindo para apelações chulas, não posso permitir como amigo", escreveu o músico.

Datafolha: Ciro oscila negativamente

Pesquisa Datafolha realizada com entrevistas presenciais, contratada pelo jornal Folha de S.Paulo e TV Globo e divulgada ontem, aponta que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue na liderança, com 47%. O presidente Jair Bolsonaro (PL) se manteve com 33%. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Na pesquisa anterior, divulgada no dia 15 de setembro, Lula aparecia com 45% e Bolsonaro, 33%. Portanto, a diferença que antes era de 12 pontos, agora subiu para 14 pontos.

No novo levantamento, em terceiro lugar aparecem empatados dentro da margem de erro Ciro Gomes (PDT), com 7%, e Simone Tebet (MDB), com 5%. Ciro tinha 8% no levantamento anterior e oscilou negativamente, enquanto Tebet manteve a pontuação.