Em comício em Campinas, Bolsonaro chama Lula de ladrão nove vezes
Em campanha na cidade de Campinas (SP) neste sábado de manhã, o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) fez um discurso recheado de críticas a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principal adversário na corrida presidencial. Em pronunciamento que durou 18 minutos, o rival foi chamado de ladrão nove vezes.
Lula também foi citado como chefe de quadrilha, bandido e saqueador. Durante vários momentos do discurso, Bolsonaro foi bastante agressivo. "Lula é o maior ladrão que passou pela história da humanidade", declarou.
Agressivo e direto. O presidente escolheu o Largo do Rosário para o evento de Campinas. No começo do pronunciamento ele fez as afirmações habituais em defesa de valores conservadores, defendeu sua gestão da pandemia e falou que a inflação está diminuindo. Mas perto da metade do comício, passou a xingar Lula.
"Do lado de cá tem um presidente que defende a vida desde a concepção. Do lado de lá tem um ladrão que defende o aborto."
Pedido para virar votos. As críticas de Bolsonaro usando termos fortes como ladrão e bandido fazem parte da estratégia de aumentar a rejeição a Lula. De acordo com as pesquisas, o petista tem chances de vencer no primeiro. A pesquisa Datafolha de quinta-feira (22) apontou Lula na liderança da corrida presidencial com 47%. Bolsonaro aparece na sequência e marcou 33%.
A campanha do presidente mantém o argumento de que os institutos de pesquisa estão errados e levantamentos internos indicam diferença de cerca de 5%. Mas em Campinas, Bolsonaro pediu para o público conversar com conhecidos, principalmente os indecisos, e virar votos para ele. O presidente sugeriu usar o escândalo da Petrobras e a situação econômica de países como Argentina e Venezuela, governados por líderes de esquerda, como argumentos.
Mas a mensagem principal eram as críticas a Lula. Quase no final do comício, Bolsonaro voltou a tocar no assunto com uma frase forte para ficar na cabeça de seus apoiadores. "Sou uma caipira, um capiau do interior de São Paulo, mas não sou ignorante como é este ladrão Luiz Inácio Lula da Silva."
Defesa das armas. Outro ponto em que Bolsonaro tratou com insistência no comício foi a defesa da liberação de armas. O bordão "povo armado jamais será escravizado", foi repetido três vezes. Em um dos momentos, ele aproveitou para dizer que deseja permitir meios de defesa para o homem de bem. Na ocasião, voltou a chamar Lula de ladrão.
Críticas às pesquisas e coro de imbrochável. A concentração no Largo Rosário reuniu elementos típicos do bolsonarismo, O público ouviu o mestre de cerimônia duvidar da credibilidade das pesquisas e dos veículos de imprensa. Nesta hora, foi dito aos apoiadores que Bolsonaro vai ganhar no primeiro turno.
O presidente foi apresentado como imbrochável. A expressão sempre é usada nos comícios do presidente, mas tem um efeito negativo junto ao eleitorado feminino. O termo é apontado como um dos motivos para Lula liderar no voto feminino - 49% contra 29% do presidente.
Investida nas grandes cidades do Sudeste. A presença de Bolsonaro em Campinas faz parte da estratégia desta reta final de campanha de apostar nas grandes cidades da região Sudeste. As pesquisas internas também indicam que o candidato tem boa votação nos municípios do interior de São Paulo ligados ao agronegócio, mas deixa a desejar nos grandes centros urbanos.
Tanto que na próxima semana ele deve visitar a Baixada Santista e a capital do estado. Nesta reta final, também estão previstas agendas de campanha no Rio de Janeiro e Minas Gerais - ontem o presidente esteve em Divinópolis e Contagem. O foco é buscar regiões mais populosas e, consequentemente, com mais votos.
A programação para o restante do sábado do presidente inclui a participação no debate presidencial no SBT. O candidato não terá a companhia do principal rival. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alegou que já tinha agendas de campanha marcadas para hoje e declinou do convite - os atos ocorrem em São Paulo e o debate é na vizinha Osasco.
Ajuda para Tarcísio ir ao segundo turno. A presença em Campinas hoje e a volta a São Paulo na próxima semana também são uma forma de ajudar o aliado Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato a governador do estado. Ele disputa com o atual governador, Rodrigo Garcia (PSDB), uma vaga ao segundo turno.
O Datafolha de quinta-feira (22) mostrou Tarcísio com 23% das intenções de voto e Rodrigo 19%. O instituto de pesquisas informou que eles então empatados no limite da margem de erro e dificilmente o governador está à frente. A liderança é de Fernando Haddad (PT), que tem 34%.
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