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Em discurso, Lula vai de Fidel a novela Pantanal para pedir voto de união

Do UOL, em São Paulo

26/09/2022 21h12Atualizada em 26/09/2022 22h04

Em evento de campanha hoje no Auditório Celso Furtado, em São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu tom de união e paz na reta final de sua campanha para o Planalto. O petista disse hoje que esta é a "eleição mais importante das nossas vidas". O presidenciável realiza hoje, desde as 16h, uma "super live" com artistas, influenciadores e políticos que endossam sua candidatura.

Antes de fazer um discurso duro contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), seu principal oponente nas urnas, e passar mensagem de esperança, Lula aliviou o tom e citou o ex-presidente de Cuba: "Eu certamente iria derrotar o Fidel Castro pela quantidade de horas que ele falava, não com a competência dele, mas com a minha rouquidão".

No palco, o petista tinha em mãos uma garrafa de água e brincou que os aplausos da plateia eram bem-vindos para que ele pudesse se hidratar.

Lula também falou que tem se emocionado com facilidade. "Estou chorando... Na novela Pantanal chorei quando a Juma teve filho", afirmou.

O presidenciável disse que o evento foi "muito emocionante": "Quero compartilhar esse dia de hoje com a minha querida companheira Dilma Rousseff, vítima desse país. Quero compartilhar com meu vice, companheiro [Geraldo] Alckmin, e com o companheiro [Fernando] Haddad, a quem eu devo muito".

O ex-presidente atribuiu a organização do evento a Janja, sua esposa, afirmando que "ela cismou de organizar isso com outras pessoas".

Vira voto. Nesta reta final, o grupo de Lula tem intensificado a campanha pelo primeiro turno, pedindo que militantes virarem votos de parentes e conhecidos. A campanha utiliza como base as pesquisas do Datafolha e do Ipec publicadas nos últimos dias.

Com levantamentos internos semelhantes aos dos dois institutos, o PT tem trabalhado com a possibilidade real de vitória no próximo dia 2.

Sempre quis ganhar no primeiro turno. Vamos ao segundo sem problema, mas peço voto ao eleitor do Ciro, da Simone
Lula, em fala a jornalistas

Acompanhado por gritos de "primeiro turno", este tem sido o tom de grande parte dos últimos discursos. Em São Paulo e no Rio, no final de semana, o comitê lulista fez um intensivão pelo "vira voto".

"Tem que manter acesa a chama até dia 2. É hora de falar com aquele vizinho, aquela vizinha que brigamos por conta de 2018. Voltar para o grupo da família, tentar conversar. É a hora do amor, da união", disse a socióloga Janja da Silva, esposa de Lula.

Atrás dos jovens. Este é o último grande ato da campanha neste primeiro turno. Por causa da legislação eleitoral, comícios só são permitidos até a próxima quinta (29), mesmo dia em que será realizado o debate entre os candidatos à Presidência na TV Globo. Lula faltou no último, promovido por SBT, CNN Brasil, Terra, Grupo Estado, revista Veja e rádio Nova Brasil FM.

O objetivo do evento, com muitos artistas, influenciadores e transmissão ao vivo, é engajar em especial o público jovem. Lula quer evitar alta abstenção entre o eleitorado de 16 e 30 anos, que, apontam as pesquisas, são mais favoráveis ao petista.

Diferente de outros eventos, este foi especialmente organizado por Janja e muito articulado entre artistas e novas mídias. "Devo à Janja esse sucesso aqui. Ela cismou de organizar isso com outras pessoas. estamos aqui colhendo o que foi plantado", disse o petista.