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Câmara de Petrolina nega ter homenageado Bolsonaro com entrega de título

Bolsonaro montou em boi após participar de motociata nas cidades de Juazeiro (BA) e Petrolina, nesta terça-feira (27) - MAX HAACK/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Bolsonaro montou em boi após participar de motociata nas cidades de Juazeiro (BA) e Petrolina, nesta terça-feira (27) Imagem: MAX HAACK/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em Brasília

27/09/2022 14h41Atualizada em 27/09/2022 17h59

Em nota oficial, a Câmara Municipal de Petrolina (PE) negou ter feito hoje qualquer "entrega de honrarias" ao presidente e postulante à reeleição, Jair Bolsonaro (PL).

Segundo agenda divulgada ontem pelo candidato, ele receberia nesta manhã um "título cidadão" em Petrolina —onde realizou atividades de campanha, tais como motociata seguida de comício no Bodódromo, um dos pontos tradicionais do sertão pernambucano.

Durante discurso na cidade, Bolsonaro afirmou que agora se sentia, "de fato, um cabra da peste". Segundo ele, o "título" havia sido concedido pelo "povo".

"Com esse título do povo, eu agora sou, de fato, um cabra da peste."

De acordo com a Câmara Municipal, a suposta homenagem, no entanto, nada tem a ver com os protocolos oficiais da cidade. A Casa informou que há um decreto em vigor que "suspende as solenidades de entrega de títulos honoríficos, outras honrarias e demais eventos solenes durante o período eleitoral".

A entrega do tal "título cidadão" não teve caráter oficial e, segundo apurou o UOL com um membro da campanha, teria sido tão somente um gesto de iniciativa do ex-ministro do Turismo Gilson Machado, candidato ao Senado pelo PL em Pernambuco.

'Zelar pela lisura do processo eleitoral'. A Câmara explicou que o decreto que proíbe concessão de títulos tem como objetivo "zelar pela lisura do processo eleitoral, assegurar a igualdade de oportunidades entre os candidatos, bem como respeitar os ditames da legislação".

"Reforçamos que a Mesa Diretora da Casa Plínio Amorim recebeu solicitações de realização de homenagens para diversas autoridades dos vereadores Ronaldo Silva, Ruy Wanderley, Maria Elena e Alex de Jesus, que foram igualmente negadas em cumprimento à Portaria mencionada com a observação de que tais entregas poderiam ser realizadas após o período eleitoral."

A Câmara buscou esclarecer ainda que, caso a entrega de qualquer honraria anteriormente aprovada seja realizada antes do término do período eleitoral, o ato não tem amparo do Poder Legislativo Municipal e fere a orientação normativa estabelecida pela Casa.