'Eu sou contra o voto útil, mas quero voto necessário', diz Lula à rádio
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse hoje, em entrevista à rádio Itatiaia, que é contra o voto útil, mas a favor do "voto necessário".
A campanha petista está investindo no que é conhecido como "voto útil", quando um eleitor vota em um candidato que não é necessariamente a sua primeira opção, a fim de vencer a eleição ainda no primeiro turno. O presidenciável Ciro Gomes (PDT) e a senadora Mara Gabrilli (PSDB), candidata a vice-presidente na chapa de Simone Tebet (MDB), criticaram a campanha pelo voto útil pró-Lula.
"Eu quero dizer uma coisa: Eu sou contra o votou útil. Eu já fui vítima do votou útil. Eu quero o voto necessário. Se a gente puder, sabe, fazer as coisas agora, vamos fazer. Não vamos deixar para depois o que a gente pode fazer hoje. É por isso que eu quero ganhar as eleições no primeiro turno", disse o petista.
Questionado sobre ganhar em primeiro turno, o petista declarou que concorreu sempre para ganhar na primeira rodada de votação. A pesquisa Ipec (ex-Ibope), divulgada ontem e contratada pela TV Globo, mostrou que o petista obteve 48% das intenções de voto e tem possibilidade de vitória em 1º turno, com 52% dos votos válidos (excluindo-se brancos e nulos). Já Bolsonaro (PL) aparece com 31% das intenções e 34% dos votos válidos. Com isso, a diferença entre os dois é de 17 pontos percentuais.
Toda eleição que eu disputei, eu disputei para ganhar em primeiro turno. Toda. Em 2002 eu queria ganhar no primeiro turno, 2006, 2010 e 2014 com a Dilma, 2018 com o Haddad, não foi possível, mas eu trabalho com a ideia de ganhar no primeiro turno. Trabalho, faço as coisas bem-feitas, reuniões bem-feitas, agora se não der, vai ter segundo turno. Já ganhei do Serra, do Alckmin. A Dilma já ganhou do Serra, do Alckmin, ou seja, para nós não tem problema em ter o segundo turno. Lula, ex-presidente
Sobre a expectativa para o debate de presidenciáveis na TV Globo, que ocorrerá na próxima quinta-feira (29), Lula comentou que não existe debate "que vire o jogo".
"Não tem debate que vire o jogo. Não é possível. Essa campanha, embora ela não tenha começado oficialmente há muito tempo, a campanha e a polarização entre eu e o Bolsonaro é a mesma entre eu e o Fernando Henrique Cardoso. É a mesma entre eu e o [José] Serra, eu e o Alckmin, Dilma e Aécio [Neves]. (...) É uma pena que a gente não tenha o PSDB disputando com a gente, a gente tenha um fascista. A extrema direita violenta disputando conosco. Mas nós vamos ganhar."
'Acho que o Ciro se perdeu no caminho', diz Lula
Ao falar sobre Ciro Gomes, que vem sendo um dos críticos ferrenhos ao candidato petista e segue aparecendo em terceiro lugar nas pesquisas eleitorais, Lula disse achar que o pedetista "se perdeu no caminho".
"Eu acho que o Ciro se perdeu no caminho. Ele não sabe o que quer. Não sabe se ataca o Bolsonaro, o Lula. De vez em quando ataca os dois, de vez em quando está no debate cochichando no ouvido do Bolsonaro. Ou seja, o Ciro ficou um pouco, uma figura estranha nessa campanha."
O petista também acrescentou, no entanto, que Ciro tem direito de continuar disputando as eleições. Na segunda-feira (26), o pedetista fez um pronunciamento no qual anunciou que não irá desistir de sua candidatura à Presidência da República, como resposta ao que chamou de "gigantesca e virulenta campanha" para deixar a disputa.
De qualquer forma é um direito dele [Ciro] continuar, de ser presidente da República, se ganhar as eleições. Ele só tem que aprender uma coisa, para ser presidente tem que convencer o povo, coisa que ele não está conseguindo. (...) Não sei se o Ciro vai tomar uma decisão favorável [de apoio] a nós no segundo turno. Com Haddad, ele foi embora Paris, agora eu não sei. Lula, ex-presidente
Lula diz não temer atentado
O ex-presidente também comentou que não teme ser vítima de um atentado nos últimos dias da campanha eleitoral. Desde o fim do mês passado, Lula passou a contar com seis pastas balísticas para protegê-lo de eventuais ataques por disparos de armas de fogo.
O equipamento pôde ser visto neste domingo (25) durante um comício feito por Lula no Rio. O presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro, cuja segurança física é responsabilidade do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), já usa o equipamento rotineiramente.
"Não, não temo. Eu já faço campanha há tanto tempo, ou seja, eu te digo uma coisa: eu acho que tenho a proteção de Deus. Deus foi muito generoso comigo. Nasceu onde eu nasci, em Pernambuco. Não morrer de fome até completar cinco anos de idade. Sabe, só ter um diploma primário e um diploma de torneiro mecânico e chegar a presidente da República disputando com tanta gente, só pode ter a mão de Deus."
*Com Júlia Marques, do UOL, em São Paulo
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