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MPT investiga empresa em que patrão tenta influenciar voto de empregados

Caso teria acontecido na Imetame Metalmecânica, de Aracruz (ES) - iStock
Caso teria acontecido na Imetame Metalmecânica, de Aracruz (ES) Imagem: iStock

Do UOL, em São Paulo

27/09/2022 16h15

O Ministério Público do Trabalho no Espírito Santo abriu um inquérito para investigar se houve assédio eleitoral em um vídeo que circula nas redes sociais, em que um empregador parece tentar influenciar o voto de seus funcionários.

"Quando você vê a pessoa falando coisas negativas de quem faz realmente esse país ir para frente, e tem coragem de votar nessas pessoas... No futuro, você não vai poder reclamar, o dia que você não tiver emprego, você não vai poder reclamar, porque você escolheu", diz o homem na gravação. No trecho que aparece nas redes sociais, ele não cita nenhum candidato nominalmente.

O MPT notificou a Imetame Metalmecânica, de Aracruz (ES), onde o caso teria acontecido, e recomendou que a empresa "se abstenha imediatamente de ameaçar, constranger ou orientar seus trabalhadores a votarem ou não votarem em determinado candidato", além de organizar uma reunião para pedir desculpas para os trabalhadores e esclarecer que assédio eleitoral é crime.

A Imetame deve comprovar que cumpriu as recomendações em até 72 horas após receber a notificação.

Em nota, o MPT disse não descartar mais medidas. "O MP do Trabalho dará andamento ao inquérito civil e decidirá sobre o ajuizamento de eventual Ação Civil Pública com vistas à reparação do dano imensurável causado pelo empregador e sua conduta", diz o texto.

Ao ser questionada pelo UOL, a Imetame não confirmou que o caso aconteceu na empresa, e disse apenas que "não houve autorização para a captura de quaisquer imagens", e que o "único pedido foi para que as pessoas tenham serenidade no momento de realizar a escolha de seu candidato". "Respeitamos sempre as posições e opiniões individuais de cada um", disse a companhia em comunicado.

Coação eleitoral é crime previsto pelo Código Eleitoral, e pode ser punida com até quatro anos de reclusão.