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Josias: Apoios a Lula não são por amor; é ação gerada por Bolsonaro tóxico

Colaboração para o UOL

28/09/2022 09h45

Na reta final da eleição para presidente, diversas personalidades estão manifestando apoio a Lula (PT). São pessoas de áreas diferentes, desde o campo jurídico, como Celso de Mello e Joaquim Barbosa, ex-ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), e até do mundo do entretenimento, como Angélica. De acordo com o colunista Josias de Souza, essa onda de apoio acontece para evitar a reeleição de Jair Bolsonaro (PL).

"O que está ocorrendo no Brasil é um movimento genuíno de rejeição a um presidente que percorre o país com uma agenda tóxica, em que ele questiona urna eletrônica, ameaça não reconhecer o resultado da eleição e se contrapõe ao presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Ele se abstém de responder a uma dúvida sobre a origem de dinheiro do gabinete dele, que está pagando despesas da mulher dele", comentou Josias de Souza no UOL News.

Na sequência, o colunista falou mais especificamente sobre o apoio de Angélica, que disse não ter cogitado votar em Bolsonaro. "Não é uma adesão por amor. Você vê a declaração da Angélica: 'tive dificuldade, mas para evitar isso, vou com aquilo'. E para fechar o conjunto, você vê a primeira-dama, que deveria atrair eleitorado feminino, brigando nas redes sociais com Bruna Marquezine - uma atriz que apareceu elegantérrima. Ela é linda, vestido é lindo, com transparência. E aí vem a Michelle dizer que é de mau gosto, feio. Então, é contra esse ambiente que está se formando corrente contrária ao Bolsonaro".

Mas Josias também apontou que esse apoio de personalidades não deve influenciar a maior parte do eleitorado. "Em uma eleição que o eleitor mais pobre do Brasil está votando no Lula, a despeito de ter recebido afago do Bolsonaro com Auxílio Brasil, isso mostra um grau de amadurecimento que me leva a crer que posição deste ou daquele importa pouco ao eleitor, que é maduro suficiente para raciocinar com a própria cabeça".

Josias: Carta de Celso de Mello deixa claro que apoio a Lula é pela democracia

Sobre o apoio de Celso de Mello, Josias seguiu o mesmo tom, pois entende que é um voto contra Bolsonaro. "Não tem a mesma proporção, mas é o mesmo sentido do movimento que se formou em torno da defesa das eleições diretas. Lula foi beneficiado pelo Bolsonaro, que é visto como ameaça à democracia. Então basta que Lula diga que vai restaurar democracia e, como nos governos dele não se constituiu uma ameaça à democracia, ele vira polo alternativo ao Bolsonaro. E ele vai reunindo gente que em tese não votaria no PT em nenhuma hipótese. Mas, para evitar, vota. É o caso do Celso de Mello".

O colunista destacou ainda que a carta de apoio de Celso de Mello tem críticas fortes a Bolsonaro. "Na carta, ele desanca o Bolsonaro. Qualifica ele como deletério, diz que atuação dele revelou à nação um personagem indigno de ocupar cargo de presidente. Diz que a nação ficou estarrecida por atos e declarações, que é político menor e sem estatura presidencial, com elevado coeficiente de mediocridade".

CEO da Quaest: Bolsonaro precisaria de virada sem precedentes para vencer em 1º turno

Felipe Nunes, CEO da Quaest, também participou do UOL News nesta quarta-feira (28) e falou sobre os resultados das pesquisas de intenção de voto para presidente. Apesar da maioria indicar vitória de Lula, Bolsonaro tem dito que vai ganhar no 1º turno. Felipe Nunes entende que isso seria "uma virada improvável e sem precedentes".

"Estatisticamente as pesquisas mostram que Bolsonaro não tem condições de vencer no 1º turno neste momento. A distância para Lula é muito grande. Ele teria que fazer uma vitória sem precedentes. Claro que tudo pode acontecer, já vimos facada e aviões caindo que mudaram tudo. Mas é muito difícil que isso vai acontecer", concluiu o diretor da Quaest.

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