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Homem cego diz que foi agredido por se recusar a retirar adesivo de Lula

Leonardo Bruno de Lucena, de 43 anos, foi agredido dentro do metrô do Recife - Gabriela Bento/UOL
Leonardo Bruno de Lucena, de 43 anos, foi agredido dentro do metrô do Recife Imagem: Gabriela Bento/UOL

Gabriela Bento

Colaboração para o UOL, em Recife

29/09/2022 17h51

Leonardo Bruno de Lucena, de 43 anos, diz que foi agredido com um tapa no peito dentro do metrô do Recife por se recusar a retirar de sua roupa um adesivo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à Presidência. A vítima, que é cega, acredita que a agressão tenha motivação política, já que o grupo que o abordou se dizia bolsonarista.

O caso aconteceu dentro de um vagão do metrô na estação do Barro, Zona Oeste, na semana passada, mas ganhou repercussão nos últimos dias. Após o ocorrido, Lucena passou a ter problemas psicológicos, precisou ser internado e só conseguiu ir até uma delegacia para prestar queixa nesta semana.

Em nota, Polícia Civil de Pernambuco informou que registrou, por meio da Delegacia do Ibura, no dia 26 de setembro, ocorrência de Injúria. As investigações foram iniciadas e seguem até esclarecimento do caso.

Lucena não sabe dizer quantas pessoas o cercaram. Traumatizado, ele contou ao UOL que quase não levanta mais da cama e não sai de casa.

"Estou assustado, tomando remédio para dormir. Eu me deparei com um grupo de jovens que começou a dizer que quem vota em Lula é cego, LGBT e pediram para eu retirar o adesivo [da roupa]. Eu disse que não e me deram uma tapa no meu peito. Eu caí ao chão, mas outros passageiros me ajudaram", relatou.

Depois da agressão, Lucena passou mal. Segundo a esposa da vítima, Janaína Ferreira, ele chegou nervoso em casa. Um dia depois, ainda passou por uma crise convulsiva. A suspeita é de que o trauma tenha provocado um AVC (Acidente Vascular Cerebral).

"Ele chegou tremendo. No outro dia, ele passou mal de novo, teve tontura. Fomos para o Hospital Pelópidas Silveira e ele já ficou internado. Leonardo está com suspeita de AVC, vai ser acompanhado por um neurologista", explica.