Lula diz não querer relação com agricultor igual a Tenório, de 'Pantanal'
O ex-presidente e candidato ao Planalto nas eleições deste ano, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), fez uma publicação no Twitter hoje para falar sobre o agronegócio.
"Eu sei que serão 4 anos difíceis com muita briga. Eu não quero a minha relação rural com um agricultor que nem o Tenório da novela Pantanal que é grileiro, eu quero o Zé Leôncio que é mais moderno e que pensa numa agricultura mais correta de baixo carbono", escreveu o petista.
Lula já havia usado a mesma metáfora em entrevista recente ao Canal Rural, emissora voltada a produtores rurais. O ex-presidente tem defendido uma agricultura sustentável com a utilização e recuperação de terras degradadas, hoje improdutivas, por exemplo.
Lula tenta se aproximar do agro. Assim como essa declaração de hoje, a entrevista de Lula ao Canal Rural foram formas que o ex-presidente encontrou para se aproximar do agronegócio. Em paralelo, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, candidato a vice na chapa, viajou na semana passada para Goiás, Mato Grosso e Rondônia, onde teve agendas com produtores rurais e outros empresários do setor.
O ramo do agronegócio, que tem sido o maior financiador da campanha de Bolsonaro, é peça central da política em Mato Grosso, onde o PT não vence uma eleição presidencial desde 2002. O petista começou a acenar ao agro após ter afirmado, em sabatina, que parte do setor é "fascista e direitista".
Na entrevista ao Canal Rural, ele não voltou atrás na afirmação, dizendo que "agro não é uma coisa só, como o PT não é uma coisa só, como o centrão não é uma coisa só". Para ele, ultimamente, tem-se visto mais "o comportamento de pessoas falando com ódio, falando nervosas", disse. "Tem gente que tem discurso fascista e tem gente que tem discurso altamente democrático [no agronegócio]."
Lula também disse que o PT tratou bem o agronegócio desde o governo dele até o de Dilma Rousseff (PT), sua sucessora no cargo.
Como o agro tem recebido a candidatura de Lula? As maiores pesquisas eleitorais não têm um recorte específico sobre as intenções de voto do agronegócio. Mas regiões em que a atividade é mais expressiva têm rejeitado o PT nos últimos anos e parte do setor abraçou o bolsonarismo.
Em Mato Grosso, o PT não vence uma eleição presidencial desde o segundo turno de 2002. Já em Goiás e Rondônia, a última vitória de Lula foi no segundo turno de 2006. Embora esteja à frente de Bolsonaro nas pesquisas, o petista tem perdido para o atual presidente, numericamente ou acima da margem de erro, nas intenções de voto nestes estados.
Que parcela do agro está com Lula? Na gravação da entrevista ao Canal Rural, Lula esteve acompanhado por dois políticos de Mato Grosso que dialogam com o agro: o senador licenciado Carlos Fávaro (PSD-MT) e do deputado Neri Geller (PP-MT), candidato ao Senado.
Lula é o segundo presidenciável ouvido pelo Canal Rural, que já sabatinou Ciro Gomes em 6 de setembro. Segundo a emissora, também foram feitos convites a Bolsonaro e Tebet, que buscariam espaço nas agendas para conceder as entrevistas.
*Com informações da Agência Estado
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