Topo

Destaque na CPI da Covid, Otto Alencar (PSD) é reeleito senador da Bahia

Senador Otto Alencar (PSD-BA) é eleito - Divulgação
Senador Otto Alencar (PSD-BA) é eleito Imagem: Divulgação

Ana Carla Bermúdez

Colaboração para o UOL

02/10/2022 20h38

O senador Otto Alencar (PSD) foi reeleito nas eleições de 2022 e continuará a ocupar uma cadeira no Senado pelo estado da Bahia por mais oito anos. Às 00h30 e 99,75% das urnas apuradas, ele tinha recebido 58,29% dos votos.

Nascido na cidade de Ruy Barbosa (BA), Alencar tem 75 anos e é médico especializado em saúde do trabalho. Na política, já foi deputado estadual e vice-governador da Bahia, chegando a ocupar o posto de governador por um período de oito meses.

Em 2014, foi eleito senador pelo estado baiano. No ano passado, ganhou destaque por sua atuação na CPI da Covid, na qual foi um dos críticos mais contundentes à gestão de Jair Bolsonaro (PL) no combate à pandemia da covid-19.

Na comissão, fez reiterados questionamentos ao chamado "tratamento precoce", composto por medicamentos como a cloroquina e a ivermectina — que, apesar de ineficazes contra a covid, tiveram o seu uso defendido por Bolsonaro e aliados.

Protagonizou ainda um momento de embate com a médica Nise Yamaguchi, apontada como integrante do chamado "gabinete paralelo" do Ministério da Saúde —o que ela nega— e uma das principais defensoras do tratamento precoce.

Após pedir a Yamaguchi que apresentasse exames de pacientes tratados por ela com cloroquina, Alencar perguntou se a médica sabia explicar a diferença entre vírus e protozoário.

"A senhora deve saber a diferença entre um protozoário e um vírus. A senhora sabe? Qual é a diferença, doutora? Doutora Nise, estou perguntando para a senhora", questionou o senador. Yamaguchi, que participou de audiência da CPI como convidada, disse ter sofrido "desrespeito" e "humilhação" em seu depoimento.

Xadrez político na Bahia

Aliado do PT na Bahia, Alencar liderou as pesquisas de intenção de votos com folga durante toda a campanha eleitoral. Mas, apesar de o senador ter percorrido a corrida praticamente sem sustos, as definições para a oficialização das candidaturas no estado não foram tão simples.

Parte do PT baiano defendia uma candidatura do senador Jaques Wagner (PT-BA) para o governo do estado, em um cenário em que o atual governador Rui Costa (PT-BA), por sua vez, se lançaria candidato ao Senado. Neste ano, no entanto, havia apenas uma vaga em disputa, a que atualmente é ocupada pelo próprio Alencar —uma candidatura do PT, portanto, poderia colocar em risco a aliança com o PSD no estado.

Apesar da pressão dos aliados, Wagner decidiu não disputar as eleições deste ano. Alencar chegou a receber aval do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para concorrer ao comando do Palácio de Ondina, mas a possibilidade não se concretizou, o que levou o governador Rui Costa a desistir da candidatura ao Senado.

Com a impossibilidade de uma nova candidatura de Costa ao governo do estado —o petista já se encontra em seu segundo mandato—, o PT acabou lançando o nome de Jerônimo Rodrigues para enfrentar ACM Neto (União Brasil) na disputa pelo comando da Bahia.

Como fica a bancada da Bahia no Senado

Otto Alencar permanecerá ao lado de Angelo Coronel (PSD) e Jaques Wagner (PT) na bancada da Bahia no Senado.

No Senado, diferentemente da Câmara, os mandatos duram oito anos. Por isso, os mandatos dos senadores Angelo Coronel e Jaques Wagner, que se iniciaram em 2019, vão até 2027. Já o novo mandato de Alencar, que terá início em 2023, se encerrará em 2031.

Alencar tem Terence Lessa (PT) como primeiro suplente e Hildinha Menezes (PSD) como segunda suplente. Eles podem assumir a cadeira em casos como renúncia e licença do senador eleito.