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Eleição 2022: o que explica a diferença de apuração entre estados?

Novas urnas eletrônicas - Abdias Pinheiro/SECOM/TSE/Divulgação
Novas urnas eletrônicas Imagem: Abdias Pinheiro/SECOM/TSE/Divulgação

Do UOL, em Brasília

02/10/2022 19h34

Até as 19h deste domingo (2), o Distrito Federal já tinha cerca de 90% das suas urnas contabilizadas, em pouco mais de duas horas de totalização dos votos. No mesmo período, o Alagoas só tinha 2%.

A disparidade entre a velocidade de apuração dos votos entre estados não é nova, mas se tornou mais visível neste domingo (2) em razão de fatos inéditos nesta eleição, a principal delas sendo a unificação do horário de votação.

Em 2018, o horário da votação era das 8h às 17h no horário local de cada Estado - por isso, o Acre, por exemplo, só encerrava a votação duas horas depois dos eleitores de São Paulo, por exemplo. Hoje, ambos os Estados fecham as urnas às 17h do horário de Brasília.

Essa mudança impacta na divulgação dos resultados. Isso porque o TSE tinha que esperar até o Acre encerrar sua votação para divulgar os primeiros resultados parciais - e quando saíam, já eram duas horas de votos totalizados em outras regiões do país, o que minimiza a diferença de apuração entre Estados.

Agora, com todos os Estados encerrando ao mesmo tempo, a discrepância entre as seções que são totalizadas mais rápido ficam mais evidentes.

Outro fator que determina essa diferença entre os Estados é a distância que os servidores precisam percorrer para os centros de transmissão de dados.

Após as urnas serem fechadas, o boletim de urna - documento com o registro de todos os votos dados em cada urna - e os demais resultados são gravados em mídias e encaminhadas para um centro de transmissão, como o próprio cartório eleitoral, o local de votação ou a sede dos Tribunais Regionais Eleitorais.

Em locais de difícil acesso, a transmissão é feita por satélite. Os dados seguem por um canal exclusivo e protegido pela Justiça Eleitoral, sem acesso externo. Só então os votos são totalizados no TSE.

Filas. Além desse percurso, as eleições deste domingo (2) contaram com longas filas em diversos Estados do país, com atrasos de até uma hora para o voto. Eleitores que chegaram às suas seções eleitorais e estavam na fila até às 17h ainda podiam votar, o que também atrasa o fechamento das urnas dessas seções.

Internamente, porém, a avaliação no TSE é de que as filas representam casos pontuais e não devem impactar a divulgação dos resultados.

Procurado pelo UOL, o TSE afirmou que não houve nenhum problema na transmissão dos dados para a totalização.