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Sob aplausos e panelaço, Haddad nacionaliza discurso ao votar em SP

Do UOL, em São Paulo

02/10/2022 10h36Atualizada em 02/10/2022 15h23

O candidato ao governo de São Paulo Fernando Haddad (PT) disse estar confiante na vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Presidência da República.

A declaração foi dada na manhã deste domingo (2) após Haddad votar em um colégio na zona sul da capital paulista. O ex-prefeito de São Paulo chegou às 10h no local da votação.

Assim como em outros momentos de sua campanha, Haddad falou mais sobre a eleição para a Presidência do que, de fato, para o governo paulista. Ele criticou o presidente Jair Bolsonaro (PL), cuja campanha tentou limitar o passe livre em transportes públicos para a votação.

"O candidato adversário tentou barrar transporte público para pessoas de baixa renda. Imagina você sonegar transporte público para o eleitor no dia da democracia. É de uma maldade sem precedentes", disse Haddad.

O petista foi recebido por apoiadores que seguravam botões de rosas. Deputado federal e candidato à reeleição, Alexandre Padilha (PT) era um dos que aguardava a Haddad no local, assim como o coordenador do plano de governo, o deputado estadual Emídio de Souza (PT).

02.out.22 - Fernando Haddad (PT), candidato ao governo de SP, chega ao seu local de votação, na zona sul - Juliana Arreguy/UOL - Juliana Arreguy/UOL
02.out.22 - Fernando Haddad (PT), candidato ao governo de SP, deve acompanhar Lula durante a tarde.
Imagem: Juliana Arreguy/UOL

Panelaço. Assim que Haddad chegou ao local de votação, alguns moradores do prédio em frente começaram a bater panelas em sinal de protesto. Um apoiador bolsonarista que estava dentro da escola começou a gritar "mito" assim que o petista entrou no local.

O mesmo apoiador passou no meio do cercado reservado à imprensa, onde Haddad conversou brevemente com jornalistas, dando empurrões e cotoveladas. Naquele momento, o candidato ainda estava votando.

Líder nas pesquisas. Haddad já projeta a possibilidade de disputar o segundo turno no estado contra Tarcísio de Freitas (Republicanos) ou Rodrigo Garcia (PSDB). À frente de Rodrigo nas pesquisas, Tarcísio é visto pela campanha petista como um adversário melhor de ser enfrentado; por ser apadrinhado pelo presidente Jair Bolsonaro, pode sofrer com a rejeição ao chefe do Executivo no estado.

"Pesquisas de véspera são muito parecidas com o resultado final. Raramente um instituto de pesquisa vai colocar em risco a sua reputação dando algo distoante do que vai acontecer. Mas quem dá a última palavra não é a pesquisa, é o eleitor", disse Haddad.

Prioridade é Lula. A campanha de Haddad tem nacionalizado os discursos para tentar eleger Lula ainda no primeiro turno. Ontem, durante entrevista coletiva, o ex-prefeito de São Paulo fez duas agendas ao lado do ex-presidente: uma caminhada na rua Augusta, região central paulistana, e uma entrevista coletiva no hotel onde Lula se pronunciará após a votação.

"Eu fui votar com ele em São Bernardo. Agora durante a tarde vamos nos encontrar novamente."

Acompanhado da esposa Ana Estela, Haddad afirmou que ela deve votar junto da mulher de Lula, a socióloga Rosângela da Silva, a Janja.

Repeteco. Assim como ontem, Haddad passará boa tarde do dia acompanhando Lula. Ele aguardará a apuração eleitoral em um hotel no centro de São Paulo que fica na mesma rua do hotel onde Lula se pronunciará. O objetivo do candidato ao governo é seguir a pé até o hotel do ex-presidente para também discursar ao lado dele.

Avenida Paulista. Lula já afirmou à militância que, vencendo no primeiro turno ou avançando ao segundo, deve seguir para a Avenida Paulista para comemorar. Haddad também deve acompanhar o ex-presidente no ato.

A campanha ao governo deve se reunir amanhã (3) para acertar os novos passos a serem tomados no segundo turno da votação. É esperado que Haddad volte a viajar ao lado do ex-governador Márcio França (PSB) pelo interior do estado — a mulher deste, Lúcia França (PSB), é a vice de Haddad na chapa.

Líder nas pesquisas para o Senado em São Paulo, França é visto como bom articulador político e um nome bem aceito por eleitores que nunca simpatizaram com o PT.

Cabo eleitoral. O ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), vice de Lula, é outro que também deve circular com Haddad no estado. O pessebista tem sido uma das maiores apostas da campanha do PT para conquistar votos no interior.