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Hamilton Mourão (Republicanos) é eleito senador do Rio Grande do Sul

Vice-presidente Hamilton Mourão em campanha ao Senado - Divulgação
Vice-presidente Hamilton Mourão em campanha ao Senado Imagem: Divulgação

Hygino Vasconcellos

Colaboração para UOL

02/10/2022 20h23Atualizada em 02/10/2022 22h33

O candidato Hamilton Mourão (Republicanos), 69, venceu as eleições de 2022 para o cargo de senador do Rio Grande do Sul, cujo mandato vai até 2031. Ele obteve 44,11% dos votos.

General da reserva e vice-presidente do governo de Jair Bolsonaro (PL), Mourão vai ocupar a cadeira de Lasier Martins (Podemos). Eleitos em 2018, os outros dois senadores pelo Rio Grande do Sul são Luis Carlos Heinze (PP) e Paulo Paim (PT).

Gaúcho de Porto Alegre, Antonio Hamilton Martins Mourão ingressou no Exército em 1972, onde atuou por 46 anos. O pai dele também fez carreira militar e chegou a ser coronel.

O atual vice-presidente foi instrutor da Academia Militar das Agulhas Negras, localizada em Resende (RJ), que é a única escola de formação de oficiais combatentes do país. Mourão foi ainda assessor de estado-maior de Grandes Unidades e Grandes Comandos nas Regiões Sul, Centro-Oeste e Amazônica, e trabalhou no Gabinete do Comandante do Exército, em Brasília.

Também foi comandante do 27º Grupo de Artilharia de Campanha, em Ijuí (RS). Como militar, Mourão participou de missões no exterior como observador militar, em Angola (1996 - 1997) e na Venezuela (2002 - 2004).

Deixou o serviço militar em 2018, assumindo a presidência do Clube Militar no Rio de Janeiro. Permaneceu no cargo até ser confirmado como candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro, que venceu as eleições daquele ano.

Durante seu período como vice-presidente, se destacou por ser uma voz mais moderada dentro do governo Bolsonaro. Diferente do presidente, divulgou que se vacinou para a covid-19, em março de 2021, quando afirmou: "fiz minha parte".

No entanto, durante a sua campanha ao Senado, Mourão se mostrou alinhado às ideias do presidente, lançando críticas ao STF, especialmente sobre a restrição aos decretos que flexibilizaram a posse e a compra de armas de fogo e munições.

Uma das suas propostas como candidato é acabar com as "decisões monocráticas" dos ministros da Suprema Corte.

Em abril de 2019, foi apresentado um pedido de impeachment contra Mourão pelo deputado federal pastor Marco Feliciano. Na época, o pastor acusava o general da reserva de "conduta indecorosa, desonrosa e indigna" e de "conspirar" para conseguir o cargo de Jair Bolsonaro.

Um dos argumentos sustentados no pedido é uma "curtida" (like) da conta de Mourão no Twitter em uma publicação da jornalista Rachel Sheherazade, do SBT. Por fim, o pedido de impeachment acabou sendo arquivo pela Câmara dos Deputados.

Em março de 2021, Mourão elogiou a ditadura militar, o que se repetiu no ano seguinte. "Neste dia, há 57 anos, a população brasileira, com apoio das Forças Armadas, impediu que o Movimento Comunista Internacional fincasse suas tenazes no Brasil. Força e honra!", escreveu o vice-presidente nas redes sociais.

O general afirmou que o ato que desarticulou a democracia no país deveria ser "celebrado" como um "movimento" que permitiu "pacificar o país", seguindo a mesma linha de Bolsonaro.

Mourão teve dois filhos com a primeira esposa, que faleceu em 2016. Em 2018, casou-se novamente.