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Josias: Moraes exagera ao minimizar eventual contestação de resultado

Colaboração para o UOL, em São Paulo

02/10/2022 16h59Atualizada em 02/10/2022 17h16

O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Alexandre de Moraes, erra ao minimizar uma eventual contestação do resultado das eleições por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), avalia o colunista do UOL Josias de Souza.

Durante coletiva de imprensa, Moraes usou uma metáfora sobre futebol para exemplificar como o tribunal lidará com possíveis alegações contra a apuração. "Até hoje eu contesto a vitória do Internacional contra o Corinthians em 1976, aquela bola que bateu na trave e bateu fora e foi dado gol. Eu contesto até hoje, só que fico com a minha contestação para mim mesmo. É assim que o Tribunal Superior Eleitoral vai tratar quem contestar as eleições", afirmou.

"O ministro exagera ao minimizar a contestação", diz Josias, no programa UOL Eleições. " O que se avizinha é uma encrenca de grandes proporções", completa.

"Imagine se o presidente da República de um país contesta o resultado oficial a ser divulgado pelo TSE. Não é uma confusão negligenciável, mas, aparentemente, as instituições no Brasil estão preparadas para isso", analisa.

"Em um prenúncio do que está por vir, o ministro Alexandre de Moraes teve que gastar 90% da conversa com jornalistas com declarações construídas para desarmar encrencas que se insinuam", acrescenta Josias.

Jamil Chade: Redes bolsonaristas divulgam resultados falsos do exterior após derrotas na Europa

No UOL Eleições, o colunista Jamil Chade mostrou que grupos bolsonaristas passaram a divulgar resultados falsos de urnas e seções na Europa, apontando para uma suposta vitória ampla do presidente Jair Bolsonaro. Os dados contradizem as divulgações feitas pelos principais consulados e seções eleitorais nas capitais europeias.

Em alguns dos casos, como na Suíça, as urnas nem sequer tinham sido contabilizadas quando, nos grupos de WhatAapp e redes sociais, circulavam informações de uma falsa vitória do candidato de direita.

"Temos que tomar cuidado com a quantidade de fake news que está circulando", alertou Chade. "Só para se ter ideia: estou na seção eleitoral em Genebra. Em breve, vão divulgar o boletim de urna. Nas redes sociais, já estão dando o resultado daqui — quando ele sequer existe."

"Isso tem acontecido em todos os países, com resultados absolutamente falsos", acrescentou.

Madeleine: Brasileiro mostra que ainda coloca o país acima de qualquer fanatismo

Moradora do interior paulista, a colunista do UOL Madeleine Lacsko relatou a mudança na dinâmica dos eleitores bolsonaristas e petistas neste domingo.

"O que vi foi o eleitorado petista acanhado porque o interior de São Paulo é Bolsonaro — tem competição de quem vai com a maior bandeira do Brasil em cima da caminhonete, vi muita gente de camisa verde e amarela", disse.

"O eleitorado do PT sempre foi o que gostava mais de votar com o broche, com bandeira, boné. Deu a impressão de que as pessoas estavam com medo de mostrar [que eram eleitores de Lula]", prosseguiu.

"As pessoas não quiseram mostrar, mas não ficaram com medo de ir votar. Fiquei feliz de ver que o brasileiro ainda coloca o nosso país e a democracia acima de qualquer fanatismo político", concluiu a jornalista.

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