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Senador eleito, Dino diz que Bolsonaro 'vai tremer' contra Lula em debates

Colaboração para o UOL, em São Paulo

03/10/2022 14h12

O senador eleito no Maranhão e ex-governador do estado, Flávio Dino (PSB), participou hoje do UOL News e analisou os resultados das eleições. Ele falou também sobre a estratégia que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve seguir para o 2º turno. Dino, que faz parte da campanha de Lula, afirmou que o petista deve partir para o embate com Jair Bolsonaro (PL) durante os debates porque o atual presidente "vai tremer".

O novo senador apontou que Bolsonaro fugiu dos debates de 2018 e, em 2022, se escondeu atrás do candidato Padre Kelmon (PTB) e, por isso, Lula deve partir para um confronto de legados, levando-se em conta que ambos os candidatos já ocuparam a presidência.

"Agora ele não vai fugir, então confrontar legado é muito bom porque ele vai tremer. A perna dele treme, a voz treme, o olhar treme, vai ser bom demais", afirmou em participação no UOL News.

Além disso, Dino também destacou que Lula deve apresentar e evidenciar suas propostas para os campos econômicos e sociais do Brasil.

"Salário mínimo, qual é a política? Combate à fome, qual é a política? Investimentos públicos para impulsionar oportunidades e movimentar a economia, qual é a política? Quatro ou cinco itens para tangibilizar melhor nessa linha do centro do debate, que é a agenda econômica e social, aí a gente ganha. Dia 30 vamos comemorar", finalizou.

'Amontoado de bobagens' em críticas às pesquisas

Dino também comentou as críticas às pesquisas, que indicavam números diferentes para o resultado da eleição se comparado ao que saiu nas urnas.

"Lamento que essa gente insista nessa agenda extremista, sectária, agressiva. Por isso a gente tem que se livrar deles. Isso é um amontoado de bobagens, inclusive bobagem jurídica. Como você vai criminalizar algo que você não tem dolo e nem culpa? É impossível, é responsabilidade penal objetiva, isso não tem possibilidade nenhuma de viabilidade jurídica", disse Flávio Dino.

Ele comentava a intenção de Eduardo Bolsonaro (PL) de propor uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar os institutos de pesquisa.

Dino ainda destacou que a pesquisa Ipec no Maranhão cravou seu percentual de votos na corrida ao Senado, e pontuou que alguns institutos, inclusive, apontaram que Bolsonaro estaria à frente de Lula. Por fim, afirmou que a maioria dos institutos acertou a previsão de que, pela primeira vez, um atual presidente ficaria atrás na disputa pela reeleição.

"Criminalizar? Impossível. Abrir CPI? Perda de tempo, mas se quer abrir, pode abrir. Eu se estivesse no Congresso assinaria, porque iam aparecer os acertos também. No principal, os institutos de pesquisa acertaram, todos disseram que pela primeira vez na história o presidente da República no cargo ficaria atrás, e ficou".

'Lula deve procurar PDT, mas alinhar com Ciro é difícil'

Ainda durante participação no UOL News, Flávio Dino falou sobre possíveis alianças com Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) no 2º turno. O senador eleito afirmou que Ciro está muito "passionalizado" e, apesar de enxergar possibilidade de acordo com o PDT, colocou interrogações a respeito de Ciro.

"O Lula tentou e sempre foi muito generoso com o Ciro nos debates, sempre foi muito respeitoso. Infelizmente não houve muita reciprocidade. Agora, claro que tem que procurar de novo, porque quem vence tem o dever, desde que haja o espaço mínimo e não sei se há. Em relação ao PDT sim, em relação ao Ciro tenho dúvidas".

Ele ainda destacou que Tebet já expressou posições mais parecidas com Lula do que com Bolsonaro em algumas oportunidades, mas novamente pontuou que talvez exista uma dificuldade de negociação com Ciro.

"O Ciro fica como um ponto de interrogação muito mais por fatores subjetivos pessoais, que não sei hoje mencionar. Mas creio que o PDT estando conosco, a tendência é de que esses votos que estão no mercado majoritariamente fiquem conosco".

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