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Caiado, Eunício e Zema: quem são os super-ricos eleitos no domingo

Grupo é formado por candidatos com mais de R$ 20 milhões em bens, como Eunício Oliveira (foto), Zema e Mendes - José Cruz/ABR
Grupo é formado por candidatos com mais de R$ 20 milhões em bens, como Eunício Oliveira (foto), Zema e Mendes Imagem: José Cruz/ABR

Do UOL, em Brasília

04/10/2022 12h25Atualizada em 04/10/2022 20h14

Trinta candidatos que foram eleitos no domingo (2) têm patrimônio superior a R$ 20 milhões cada um. Juntos, eles acumularam mais de R$ 1,8 bilhão em bens. A maior parte é homem, da região Centro-Oeste, e está em partidos de direita, com destaques para União Brasil, MDB, PL e PP, de acordo com dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) analisados pelo UOL.

O grupo possui políticos conhecidos e bem abastados no topo, com mais de R$ 100 milhões em bens acumulados, e figuras de notoriedade nos corredores de Brasília, como o governador Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e o deputado Hercílio Diniz (MDB-MG).

Fazendeiro e ex-dono de transportadora de valores. A lista dos super-ricos começa com Antídio Lunelli, que foi eleito deputado estadual em Santa Catarina e tem mais de R$ 390 milhões em patrimônio.

Em seguida, vem o ex-presidente do Senado e futuro deputado federal Eunício Oliveira (MDB-CE). Empresário de 70 anos, ele foi dono da empresa de transporte de valores Confederal até 2018. Seu patrimônio declarado é de R$ 158 milhões.

Ele tem uma série de imóveis rurais, como a fazenda goiana Santa Mônica, uma empresa de veículos, uma caminhonete, um Mercedes C-300, terreno e um imóvel comercial na sua terra natal, Lavras da Mangabeira (CE).

O patrimônio de Eunício subiu em relação a 2018, quando ele declarou ter R$ 89 milhões, valores que não consideram a inflação no período.

Naquele ano, ele não conseguiu se reeleger senador. Agora, obteve um novo mandato no Congresso após receber 188 mil votos para a Câmara.

Seguradora e empresa de veículos. Em terceiro lugar, está o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que foi reeleito. Empresário, ele obteve pouco mais de 6 milhões de votos.

Seu patrimônio é de R$ 129 milhões. Os bens incluem uma imobiliária, uma seguradora, empresas de veículos e de financiamento e crédito, uma casa e aplicações financeiras. Em 2018, seu patrimônio era menor: eram R$ 69 milhões, sem contar a inflação.

Romeu Zema - Reprodução/YouTube - Reprodução/YouTube
Romeu Zema, candidato a reeleição para o governo de Minas Gerais
Imagem: Reprodução/YouTube

Empresa de investimentos e galpão. Em quarto lugar no ranking, o governador reeleito de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), possui R$ 108 milhões em bens.

O patrimônio é formado por uma empresa de investimentos, uma propriedade rural em Goiás, um galpão em São Paulo, aplicações financeiras e uma casa em Cuiabá (MT). Os bens de Mendes diminuíram de valor. Em 2018, ele declarou R$ 113 milhões, sem considerar a inflação no período. Ele foi reeleito agora com 1,1 milhão de votos.

Três super-ricas. Entre os super-ricos, só duas são mulheres. A que tem mais bens é a futura deputada estadual Ieda Chaves (União Brasil-RO), que obteve 24 mil votos. Ele declarou ter R$ 39 milhões.

A empresária de hotelaria de Caldas Novas (GO) Magda Moffato (PL-GO) conseguiu mais um mandato na Câmara. Possui R$ 32 milhões em bens.

Agro. A região Centro-Oeste, que se destaca pelo agronegócio, possui mais políticos super-ricos. São dez autoridades, incluindo Mauro Mendes, o governador reeleito de Mato Grosso. Depois, vem o Nordeste, a região de Eunício Oliveira.

Taxação dos super-ricos. No Congresso, existem propostas para cobrar impostos sobre as grandes fortunas. Na campanha eleitoral, por exemplo, o candidato Ciro Gomes (PDT) propôs cobrar 0,5% de quem ganhasse mais de R$ 20 milhões.

A medida atingiria 60 mil brasileiros apenas, mas levantaria R$ 60 bilhões, segundo a campanha —recursos que poderiam ser usados para bancar um programa de renda mínima para os mais pobres. Se existisse, essa taxação levantaria R$ 7,5 milhões apenas desta seleção de políticos eleitos no domingo.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente da primeira versão desta reportagem, os senadores eleitos Sergio Moro (União Brasil) e Professora Dorinha (União Brasil) não estão entre os mais ricos. Moro declarou patrimônio de R$ 1,6 milhão, e Dorinha, de R$ 720 mil.