FHC declara apoio a Lula no 2º turno: 'Luta pela democracia'
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) declarou hoje o seu apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições.
"Neste segundo turno voto por uma história de luta pela democracia e inclusão social", escreveu, no Twitter, compartilhando uma foto deles em dois momentos distintos. "Voto em Luiz Inácio Lula da Silva."
Lula agradeceu o "voto e confiança" do tucano. "O Brasil precisa de diálogo e de paz", publicou.
O posicionamento acontece após FHC não votar no primeiro turno por indisposição. Após os 70 anos, o voto passa a ser facultativo, e FHC tem 91.
No dia 22 de setembro, o tucano havia soltado uma nota, sem citar qualquer candidato, mas defendendo um voto com "compromisso com o combate à pobreza e à desigualdade", além de elencar outros pontos que julga essenciais para a escolha.
A carta enigmática fez com que alguns interpretassem orientação de voto ao Lula, a ponto do próprio PSDB divulgar uma nota reafirmando que o posicionamento do partido era o de apoiar Simone Tebet (MDB) na corrida ao Planalto.
Já na carta, o ex-presidente tucano antecipa a fragilidade de saúde. "Já não tenho mais energia para participar ativamente do debate político pré-eleitoral".
FHC também publicou outra foto antiga com Lula, em que os dois aparecem panfletando. "A luta contra a ditadura contou com a coragem de muitos brasileiros", escreveu.
Disputa por apoios no 2º turno
A Executiva Nacional do MDB anunciou hoje que adotará posição de neutralidade no segundo turno das eleições presidenciais, mas a candidata derrotada do partido ao Planalto, Simone Tebet, deve anunciar "apoio crítico" a Lula contra o presidente Jair Bolsonaro (PL).
A neutralidade do MDB é uma tentativa de evitar um racha no partido, já que não há consenso sobre o apoio a um candidato. Simone terminou a disputa em terceiro lugar, com quase 5 milhões de votos.
Quem mais declarou neutralidade? Além do MDB, o PSDB também declarou neutralidade ontem na disputa entre Lula e Bolsonaro e liberou os diretórios estaduais e filiados para apoiarem quem preferirem.
Alguns políticos da legenda, no entanto, já haviam se antecipado ao partido e manifestado apoio a Bolsonaro, caso do prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira, e do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, que participou de um compromisso público ontem ao lado do presidente.
Há, no entanto, divergências entre os tucanos em relação ao assunto — quadros históricos do partido, como os senadores Tasso Jereissati (CE) e José Serra (SP), além do ex-senador Aloysio Nunes (SP), declararam apoio a Lula.
Soraya, Gabrilli e Doria neutros. A senadora Soraya Thronicke (União), que disputou a Presidência e acabou em 5º lugar com pouco mais de 600 mil votos, declarou que "nenhum desses bandidos" merece o apoio dela, em referência a Lula e Bolsonaro.
A senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), que foi candidata a vice na chapa de Tebet, afirmou que votará em branco no segundo turno e afirmou que será "oposição sensata" ao governo que for eleito.
O ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB), que desistiu de concorrer à Presidência por causa de seu isolamento no partido, também se pronunciou pela neutralidade em entrevista ao UOL News.
Quem apoia Lula? Lula recebeu ontem apoio do PDT, legenda do ex-ministro Ciro Gomes, que disputou a Presidência e terminou em quarto lugar.
Ciro, que durante a campanha atacou igualmente Lula e Bolsonaro como "forças do atraso", publicou ontem um vídeo afirmando que acompanha a decisão do PDT de prestar apoio ao ex-presidente, mas não citou o nome de Lula e disse achar "insatisfatória" a opção de voto no petista.
O Cidadania, um dos partidos que apoiou a candidatura de Tebet, também anunciou que estará com Lula no segundo turno.
Quem está com Bolsonaro? O atual presidente já firmou alianças com nomes vitoriosos nas urnas, de quem esteve próximo durante seu mandato. Entre os principais, estão os governadores reeleitos de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL).
Outro apoio a Bolsonaro partiu do ex-juiz federal Sergio Moro (União-PR), que foi ministro da Justiça até romper com o presidente em abril de 2020. Recém-eleito senador pelo Paraná, Moro fez acenos a Bolsonaro durante a campanha, afirmando que ambos tinham em Lula um "inimigo em comum".
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