Topo

Haddad recebe apoio do PDT e promete manter convênios com municípios

Haddad encontrou Lupi, presidente nacional do PDT - Juliana Arreguy/UOL
Haddad encontrou Lupi, presidente nacional do PDT Imagem: Juliana Arreguy/UOL

Do UOL, em São Paulo

05/10/2022 19h23

Um dia após o PDT oficializar o apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa pelo Planalto, o partido declarou que apoiará o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT) no segundo turno da corrida pelo governo de São Paulo. Trata-se do primeiro apoio oficial da campanha de Haddad após a votação.

No anúncio, Haddad se comprometeu com a liberdade religiosa e fez um aceno aos prefeitos, de que —se eleito— manterá os convênios feitos na gestão anterior.

Recado aos prefeitos. Adversário de Haddad no segundo turno, Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi eleito em 500 cidades do estado; o petista foi o mais votado em 91 municípios.

"Eu sou o único ministro da Educação que conveniei com os 645 municípios paulistas sem saber de que partido eram. Nunca perguntei o partido de ninguém", afirmou.

"Eu não sou de parar obras de antecessor, de capar convênios porque não fui eu que assinei, não farei isso", acrescentou. "Quem ficou cooptando prefeito não fui eu."

O encontro ocorreu na tarde de hoje no diretório do PDT em São Paulo, no Jardim Paulista, zona oeste da cidade. Foi o primeiro pronunciamento convocado pela campanha de Haddad desde o domingo (2), data da votação.

Migração de votos. Líder nas pesquisas eleitorais, Haddad terminou atrás de Tarcísio na votação. O petista repetiu o que disse ainda no domingo, de que suspeita de uma migração de votos que seriam de Rodrigo Garcia (PSDB) para Tarcísio.

"Os institutos estão tentando explicar porque as sondagens de véspera da eleição não captaram as mudanças de humor. Há a percepção de que houve uma migração de votos para candidatos ligados ao Bolsonaro, saídos do centro-direita. Lula não perdeu voto, praticamente não perdi, mas saíram votos ligados a Rodrigo que migraram para o Tarcísio", disse.

Haddad também afirmou acreditar que os "votos remanescentes podem majoritariamente vir" para sua campanha.

Nosso objetivo maior é derrotar a extrema-direita no Brasil
Fernando Haddad

PSDB. Haddad rebateu a possibilidade de que Rodrigo tenha apoiado Tarcísio após a gestão do petista na Prefeitura de São Paulo ter investigado o irmão do tucano, Marco Aurélio Garcia, na Máfia dos Fiscais.

"Se fosse o meu irmão, eu entregava ao Ministério Público também", disse.

A respeito do apoio de José Serra a Lula a nível federal, mas a Rodrigo a nível estadual, ele disse que Serra "precisa superar" o fato de ter perdido as eleições para a Prefeitura de São Paulo para o petista em 2012

"A pessoa precisa superar. É de dez anos atrás, perdeu uma eleição para prefeito."

Tempo de TV. O petista se esquivou de responder quais ajustes fará em sua campanha em relação ao primeiro turno, mas celebrou o maior tempo de propaganda eleitoral na televisão.

"A extrema-direita estava com mais tempo de TV do que nós, agora teremos o tempo igual, não vai ter desequilíbrio no segundo turno."

Paulista raiz. Haddad aproveitou para alfinetar Tarcísio durante o pronunciamento. Ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL), o candidato do Republicanos nasceu no Rio de Janeiro e foi criticado por outros candidatos por ter se lançado em um estado onde nunca viveu anteriormente.

"As pessoas aqui [PDT] têm vínculo com o estado, não foram importadas", disse Haddad.

Palanque com Elvis Cezar. "Não é um encontro de conveniência, é um encontro de parceiros históricos que decidiram no primeiro turno ter candidatos próprios já sabendo que no segundo turno poderíamos nos apoiar caso apenas um de nós avançasse", declarou Haddad ao lado do presidente pedetista, Carlos Lupi.

Lupi afirmou que a adesão à campanha será nas ruas e disse que Elvis Cezar participará dos palanques ao lado do PT. Haddad elogiou Cezar, que foi seu adversário no primeiro turno: "É um prefeito de êxito extraordinário que trouxe ideias muito interessantes para o debate, uma pessoa que tem cabeça política, que tem contribuições a dar em política pública."