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Após declaração de voto, Lula e FHC se encontrarão hoje em São Paulo

Em foto de 2021, FHC e Lula almoçam juntos - Ricardo Stuckert
Em foto de 2021, FHC e Lula almoçam juntos Imagem: Ricardo Stuckert

Do UOL, em Guarulhos (SP)

07/10/2022 11h13Atualizada em 07/10/2022 13h57

O ex-presidente e candidato à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), vai se encontrar com o também ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) na tarde de hoje. Adversários históricos, o tucano declarou voto no petista neste segundo turno.

Segundo fontes ligadas à campanha petista, o encontro está marcado para o fim do dia na casa de FHC, em São Paulo, mas a agenda ainda pode ser alterada. Pouco antes, o petista se encontrará com a ex-candidata Simone Tebet (MDB) em um hotel para oficializar o apoio.

Adversários e amigos. FHC declarou voto em Lula na última quarta-feira (5). Nas redes sociais, o tucano publicou fotos antigas dos dois juntos. Adversários nas eleições de 1994 e 1998, quando FHC foi eleito e reeleito, ambos estiveram juntos na campanha das Diretas Já, e Lula já panfletou pelo então sociólogo na campanha ao Senado no fim dos anos 1970.

O apoio de FHC já era dado como certo — no primeiro turno, soltou uma nota que falava sobre defesa da democracia — mas, aos 91 anos, o ex-presidente passa por uma situação delicada de saúde e não tem saído de casa.

Tucano virou família. Neste segundo turno, Lula tem conseguido apoio de praticamente todos os tucanos históricos. Na tarde de ontem, o petista recebeu o senador e ex-presidente do partido Tasso Jereissati (PSDB-CE) em São Paulo.

Além dele e do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice, também declararam voto no petista o senador José Serra (PSDB-SP), o ex-governador alagoano Teotonio Vilela (PSDB), o ex-senador José Aníbal (PSDB-SP) e o ex-prefeito de BH Pimenta da Veiga (PSDB).

Os pais do Real. Além de FHC, ministro da Fazenda no lançamento do Plano Real, Lula ganhou o apoio dos outros economistas que ajudaram a formular a estratégia de reestruturação econômica em 1994, no governo Itamar Franco (PMDB).

Nas duas últimas semanas, os economistas Persio Arida, André Lara Resende, Pedro Malan e Edmar Bacha, que nunca foram ligados ao PT, declararam apoio a Lula.

Frente ampla. Esta semana tem sido uma luta de reunião de apoios para o segundo turno. Lula conseguiu dois ex-candidatos: Ciro Gomes (PDT) e Tebet.

Em apoio mais resistente, Ciro gravou um vídeo na última segunda (3) dizendo que segue o apoio do partido, porém sem citar Lula. O petista se reuniu com Carlos Lupi, presidente da sigla, para fechar o apoio na quarta.

Já Tebet também fez um pronunciamento de apoio a Lula também na quarta e deverá se encontrar com o ex-presidente hoje. Também é esperado que ela participe do programa eleitoral e viaje com o petista no Centro-Oeste.

Cuidado com fake news. Durante a passeata, feita no centro comercial de Guarulhos, Lula falou com os apoiadores e dividiu o microfone com Fernando Haddad (PT) e Geraldo Alckmin, além de outros nomes petistas do município e do estado. Nas caminhadas anteriores, Lula não havia feito discursos no meio do trajeto; desta vez, também começou o ato pontualmente.

Ao fim do trajeto, Lula, Alckmin e Haddad discursaram brevemente. O candidato ao governo de São Paulo fez promessas a respeito da extensão da linha de metrô que chega a Guarulhos.

Lula criticou Jair Bolsonaro por sua gestão na pandemia e disse para os eleitores tomarem cuidado com notícias falsas. "É preciso ficar atento as mentiras publicadas. Não acreditarem nas mentiras, não repassarem mentiras, e a gente tem que conversar com outras pessoas. Quem tiver parente em outro estado, ligue para a pessoa", disse Lula.