Josias: Comitê de Bolsonaro reduz expectativas de recuperação no Nordeste
De acordo com o colunista do UOL Josias de Souza, a campanha de Jair Bolsonaro (PL) ficou preocupada com a repercussão de uma declaração recente do presidente. Ele afirmou que nordestinos votam em Lula (PT) porque são analfabetos. Segundo Josias, o staff entende que foi um "míssil no pé".
"O mais grave é que, quando você fala contra o nordestino, não está falando só para a população que está no Nordeste. Há nordestinos em toda parte. Então o tiro no pé, o míssil, é expressivo. E o próprio comitê do Bolsonaro é apinhado de nordestinos. Tem Fábio Faria e Ciro Nogueira. E a avaliação foi muito negativa", declarou Josias em participação no UOL News.
Segundo Josias, o temor é que Bolsonaro receba ainda menos votos no Nordeste do que no 1º turno, quando Lula (PT) já venceu.
"Há um receio que o presidente tenha menos votos do que teve no Nordeste. Até acionaram a Michelle Bolsonaro e a Damares para fazer incursão na região nordestina para ver se revertem esse cenário adverso, mas a perspectiva não é boa, o próprio comitê do Bolsonaro reconhece isso", contou Josias.
Ainda de acordo com o colunista, Bolsonaro tem fugido daquilo que foi combinado com o comitê de campanha. O entendimento era que o 2º turno seria uma oportunidade para Bolsonaro se apresentar mais moderado.
"Eles combinaram que o Bolsonaro ia moderar o timbre e, na primeira manifestação, ele até reagiu com uma sobriedade inacreditável. Quem viu achou que ele estava fora de si. Depois na live ele já chutou o balde", comentou o colunista.
Sem verba, MEC evolui do deboche para o ultraje
Josias também comentou sobre o bloqueio de verbas para universidades, promovido pelo governo na semana passada. Ele destacou que o MEC (Ministério da Educação e Cultura) está criando eufemismos para suavizar o que foi feito.
"O governo pode gastar a saliva que quiser para tentar explicar, mas saliva não paga conta. Estamos no quinto ministro da educação no governo Bolsonaro, o Victor Godoy. Ele convocou a imprensa para dizer que nenhum centavo foi cortado. Que foi uma limitação da movimentação financeira. Mal comparando, é como se o gerente informasse a você que você tem dinheiro, mas não pode movimentar", iniciou Josias.
Na sequência ele qualificou essa postura como ultrajante. "Esse eufemismo serve para disfarçar a cara de pau do ministro e do presidente. Mas não se paga conta com eufemismo. Em qualquer outro momento esse caso seria um deboche. Mas em uma campanha eleitoral, na qual Bolsonaro insinua que leitores escolhem Lula porque são analfabetos, o deboche se torna ultrajante. A educação é a luz do mundo. E o governo Bolsonaro está economizando energia há 4 anos".
Josias vê contrassenso de Zema sobre corrupção
Romeu Zema, governador reeleito de Minas Gerais, participou do UOL News e afirmou que, no governo dele, faz esforço total para combater corrupção. Também disse que vê isso no governo Bolsonaro. Mas não soube apontar detalhes sobre denúncias de corrupção recentes, como no Ministério da Educação e na Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba).
"Não tenho acompanhado detalhes desses casos, mas se eu estivesse no lugar do presidente o rigor seria total".
Josias de Souza analisou as respostas de Zema sobre corrupção. "É um contrassenso. No governo federal efetivamente não há a mesma preocupação com corrupção. E aí você vê conversões em pleno voo, como também o ex-juiz Sergio Moro, que sai brigado do governo, acusa Bolsonaro de interferir na PF para evitar denúncias contra familiares e agora está apoiando Bolsonaro como se nada tivesse sido descoberto".
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