Topo

Após reclamar, Cláudio Castro é seguido por Bolsonaro no Instagram

O presidente Jair Bolsonaro (PL) brinca com o governador Cláudio Castro (PL) durante o ato de 7 de setembro, em Copacana - Saulo Angelo/ Futura Press/ Folhapress
O presidente Jair Bolsonaro (PL) brinca com o governador Cláudio Castro (PL) durante o ato de 7 de setembro, em Copacana Imagem: Saulo Angelo/ Futura Press/ Folhapress

Do UOL, em São Paulo

07/10/2022 18h23Atualizada em 07/10/2022 19h13

O governador reeleito do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), foi seguido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) no Instagram. A ação ocorreu após Castro reclamar, em entrevista ao jornal O Globo, que se sentiu "subestimado" por forças políticas, e exemplificou: "Até hoje o Bolsonaro não me segue no Instagram".

Além de citar o presidente na entrevista, Castro disse não ser seguido nas redes sociais pelos filhos de Bolsonaro, pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), nem pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD). "São sinais. Quase nenhum ministro me segue. Acho que vão passar a seguir agora. Algo me diz que vão", declarou o governador na ocasião.

Na tarde desta sexta-feira, a reportagem entrou no perfil do governador reeleito no Instagram e constatou que Bolsonaro começou a segui-lo. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também começou a seguir Castro. Porém, os outros filhos do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o vereador licenciado Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e Jair Renan Bolsonaro não seguem o governador do Rio de Janeiro.

Castro também é seguido por Rogéria Bolsonaro, primeira mulher do chefe do Executivo e mãe de Flávio, Eduardo e Carlos. O candidato a vice de Bolsonaro, general Braga Netto (PL) e o ex-ministro da Saúde e deputado federal eleito general Eduardo Pazuello (PL-RJ) também acompanham o candidato na plataforma.

Cláudio Castro foi seguido pelo presidente Jair Bolsonaro no Instagram - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Cláudio Castro foi seguido pelo presidente Jair Bolsonaro no Instagram
Imagem: Reprodução/Instagram

Prefeito do Rio ironiza Castro. O prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes (PSD), ironizou a entrevista de Cláudio Castro ao jornal. Em seu Twitter, Paes postou prints provando que segue o governador.

"'sequor ergo sum': sigo, logo existo Descartes, René. filósofo, físico e matemático francês. Entendedores entenderão! Fui! Bom dia a todos", tuitou Paes ironizando a fala do governador.

Paes também disse que dará um "abraço carinhoso" no governador após a reclamação.

Eu sempre o tratei com muito carinho, não o menosprezo, e da próxima vez que encontrá-lo vou dar um abraço apertado e carinhoso.
Prefeito Eduardo Paes em entrevista ao jornal O Globo

"Quando eu precisei, Bolsonaro socorreu". Ao justificar sua presença ativa na campanha pela reeleição de Bolsonaro, Cláudio Castro disse ter "alinhamento total" com o presidente e afirmou que o Rio de Janeiro, berço político da família Bolsonaro, foi "socorrido" pelo governo federal quando precisou.

"Quando assumi, corremos o risco de atrasar salário, e ele me ajudou. Depois, quando a população estava passando fome, Bolsonaro deu o Auxílio Emergencial. No regime de recuperação fiscal e na concessão da Cedae [Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro], ele também estava lá", declarou.

Castro diz que ele foi única opção da direita no Rio de Janeiro. O governador também avaliou a própria vitória como resultado de se viabilizar como único nome de seu campo político no estado. "Isso foi fundamental, já que fiquei sozinho como opção", disse, e alfinetou Marcelo Freixo (PSB), que ficou em segundo lugar na disputa.

"A esquerda vive em uma bolha. Quantos votos o Roger Waters tem no Rio? Pois, então: ele gravou um vídeo em inglês me batendo", declarou. "Existem problemas, é claro. Mas a vida como ela é não é a que a esquerda enxerga."

A respeito das denúncias de corrupção em seu governo — incluindo as folhas de pagamento secretas na Ceperj, caso revelado pelo UOL — serem usadas na campanha de Freixo, Cláudio Castro disse que a estratégia de ataques não funcionou. "O governador, hoje, virou um 'prefeitaço'. As pessoas querem alguém que cuide dela, que coloque obras de pé, e não ataques", disse.

Ele também não garantiu que não sejam descobertos outros casos de corrupção em seu governo. "Qualquer um que garanta isso está mentindo. Eu garanto que vou trabalhar muito para punir severamente quem fizer um malfeito."