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Paes diz que Lula desperdiçou aliança maior no RJ: 'PT perdeu oportunidade'

Eduardo Paes participou de reunião de apoio a Lula no segundo turno das eleições presidenciais - DAVIDSON DRUMOND/PERA PHOTO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Eduardo Paes participou de reunião de apoio a Lula no segundo turno das eleições presidenciais Imagem: DAVIDSON DRUMOND/PERA PHOTO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

07/10/2022 09h09Atualizada em 07/10/2022 12h15

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), afirmou hoje, em entrevista ao jornal O Globo, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) poderia ter formado uma aliança maior no estado do Rio de Janeiro para as eleições. A declaração foi feita por Paes após ele ser questionado se o petista deveria ter feito mais acenos ao centro.

"Não vou ficar apontando erros do primeiro turno. Só faço um comentário: Lula poderia ter tido uma aliança muito mais ampla do que teve no Rio. O PT nacional perdeu a oportunidade de ampliar aqui antes, mas agora vamos em frente", disse o prefeito.

No Rio de Janeiro, o PT declarou apoio ao deputado federal Marcelo Freixo (PSB), que terminou o primeiro turno com 27,38% dos votos válidos (2.300.980 votos). Ele perdeu para o governador Cláudio Castro (PL), reeleito com 58,67% (4.930.288 votos), sem a necessidade de uma segunda etapa na disputa.

Para reverter a vantagem de 984 mil votos de Jair Bolsonaro (PL) registrada no primeiro turno no Rio de Janeiro, a organização da campanha de Lula (PT) no estado quer reunir políticos locais de centro e centro-direita e afastar a imagem do petista dos redutos tradicionalmente de esquerda.

À frente das negociações estão o Paes, o candidato derrotado ao Senado pelo PT, André Ceciliano, e o presidente estadual do PT, João Maurício Freitas. Freixo também participa, mas enfrenta resistência.

O UOL apurou que Freixo e Paes disputam o cargo de coordenador de campanha no RJ e não conseguem chegar a um consenso. Do lado do prefeito, o argumento de penetração em regiões associadas à direita e articulação política. Já Freixo tem a seu favor a capacidade de mobilizar a militância de esquerda.

Oficialmente, interlocutores da campanha de Lula no RJ negam qualquer divergência entre Paes e Freixo e afirmam que o foco é eleger Lula. Fato é que não há consenso —e é baixa a expectativa de que ele virá. A campanha de Lula no estado está dividida em várias frentes de organização.

Para Paes, debate da democracia "não é o principal tema a abordar nesse momento". Questionado a respeito das críticas que tem ao presidente Jair Bolsonaro (PL), o prefeito do Rio de Janeiro afirmou que considera "importante" o debate sobre a defesa da democracia, mas que "não é o principal tema a abordar nesse momento".

"O eleitor com quem a gente precisa conversar está mais preocupado com os hospitais federais do Rio que não funcionam, por exemplo", disse Paes.

Como prefeito da segunda maior cidade do Brasil, fui chamado só uma vez a Brasília nesses dois anos e saí de lá com um lacinho de fita, uma agenda e uma caneta. Eduardo Paes (PSD), prefeito do Rio de Janeiro