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Zema diz que pauta de Bolsonaro não é dos seus 'sonhos' mesmo após apoio

Governador Romeu Zema (Novo) ao lado do presidente Jair Bolsonaro (PL) - Reprodução
Governador Romeu Zema (Novo) ao lado do presidente Jair Bolsonaro (PL) Imagem: Reprodução

Colaboração para o UOL, em Maceió

07/10/2022 19h17

Após declarar apoio ao presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno da disputa presidencial, o governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou que a pauta defendida por Bolsonaro "não é dos seus sonhos", mas, mesmo assim, garantiu que irá se "empenhar" na campanha do ex-capitão.

Em entrevista ao Globo, Zema disse que seria "errado" de sua parte "ficar omisso" neste momento. O governador mineiro apontou que, embora "talvez" concorde com 70% dos projetos defendidos por Bolsonaro, discorda 80% da pauta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Seria muito errado da minha parte ficar omisso agora. Não concordo 100% com a pauta do presidente Bolsonaro, talvez concorde com 70%. Mas discordo de 80% da pauta do candidato do PT e concordo com 20%", declarou, ressaltando que participará de eventos públicos ao lado de Jair no estado.

Romeu Zema admitiu que as gestões de Lula "tão saudosas e elogiadas" obtiveram sucesso por "uma série de coincidências que nunca mais vai acontecer", como o boom das commodities, a descoberta do pré-sal e a realização de eventos esportivos no país. Entretanto, ele diz que o petista "não soube aproveitar" essas "coincidências".

O governador disse não saber se conseguirá reverter os votos dos eleitores que votaram nele para governador e em Lula para presidente. No estado, o petista terminou o primeiro turno à frente de Bolsonaro.

"Eu pretendo mostrar ao mineiro, principalmente para aqueles que votaram no candidato do PT, que o outro candidato tem uma série de vantagens. Não sei se eu vou conseguir converter 5, 10, 15 ou 20% desses eleitores, mas estarei aqui totalmente empenhado, porque acredito muito mais nas propostas de um candidato como o presidente Bolsonaro do que no candidato do PT, que fez metrô na Venezuela, mas não fez aqui em Belo Horizonte", declarou.

Zema negou que o apoio a Bolsonaro seja em troca do "toma-lá-dá-cá", e classificou como "inapropriada" as especulações de que ele teria conversado sobre a possibilidade de suceder Jair na presidência em 2026, caso ele seja reeleito.

"Seria algo totalmente inapropriado. Eu quero é focar aqui no meu governo e nos problemas de Minas Gerais", ponderou, ressaltando que, "se fizer um [segundo] governo muito bom e tiver plena convicção" de que pode "ajudar e colaborar", não descarta concorrer ao Palácio do Planalto no próximo pleito.