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Josias: Lula rebaixa campanha ao padrão Bolsonaro com vídeo de canibalismo

Colaboração para o UOL

10/10/2022 10h03Atualizada em 10/10/2022 10h08

Para o colunista do UOL Josias de Souza, os candidatos à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) protagonizam uma disputa desqualificada. Durante o UOL News, o jornalista disse que a campanha do petista tem rebaixado o discurso ao "padrão Bolsonaro".

"Nessa campanha de 2022, ambos demonstram que a diferença entre a genialidade e a estupidez tem limite. Ao usar uma entrevista antiga do adversário para associá-lo à prática do canibalismo, Lula rebaixa sua campanha ao padrão de Bolsonaro, que o chama de ex-presidiário, nove dedos", observou.

No sábado (8), o ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Paulo de Tarso Sanseverino acatou pedido do candidato à reeleição para que a campanha do candidato do PT pare de veicular propagandas que associam sua imagem à prática de canibalismo. Dias antes, o ministro Alexandre de Moraes multou em R$ 15 mil o site Antagonista e apoiadores de Bolsonaro por publicações fazendo referência a Marcola, apontado como líder da facção criminosa PCC, e Lula.

O vídeo divulgado pelo PT na TV e em outras mídias, nesse começo de campanha de segundo turno, resgatou uma entrevista concedida por Bolsonaro ao jornal norte-americano The New York Times, em 2016, em que ele disse que "comeria um índio sem problema nenhum", e que só não se alimentou de carne indígena porque seus colegas de viagem não quiseram acompanhá-lo.

Na ocasião, o atual chefe do Executivo brasileiro afirmou que "queria ver o índio sendo cozinhado" e que aceitaria a condição de ter que provar da carne humana. "Eu comeria um índio sem problema nenhum", declarou à época Bolsonaro, ressaltando se tratar de uma questão cultura do povo Yanomami.

Lula x Bolsonaro: Chance de debate qualificado é pequena; há pouca ideia e muito ataque, diz Josias

O colunista do UOL Josias de Souza diz que os eleitores não devem acompanhar um debate qualificado entre Lula e Bolsonaro na disputa presidencial. O primeiro debate do segundo turno, realizado pelo UOL, Band, Folha de S.Paulo e TV Cultura, está marcado para o dia 16 de outubro, domingo da próxima semana. As campanhas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) confirmaram nesta sexta-feira a participação.

"A importância do debate é enorme. Estamos no segundo turno, são apenas os dois, não tem mais o Padre Kelmon que serviu de escada para que Bolsonaro escalasse em relação aos adversários, sobretudo Lula. Agora, a chance de termos um debate qualificado é pequena, porque a desqualificação da campanha é enorme", analisa o jornalista.

Maierovitch: Com contexto, PT poderia veicular 'canibalismo' de Bolsonaro

Na avaliação do colunista do UOL Wálter Maierovitch, a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) poderia veicular a entrevista em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) diz que comeria carne humana de um indígena, caso o contexto em que a fala foi dita esteja presente na peça eleitoral.

"Basta colocar dentro do contexto, existe a proibição ao que está fora de contexto, que evidentemente pode ser noticiado, difundido, porque é uma verdade. Cada um fará sua conclusão, e a conclusão é simples: Bolsonaro, no interesse próprio, faz qualquer coisa", disse o jurista, em comentário durante o UOL News hoje.

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