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Romário diz que não fará campanha para Bolsonaro após apoio a Silveira

Ex-jogador de futebol e senador Romário - Divulgação
Ex-jogador de futebol e senador Romário Imagem: Divulgação

Colaboração para o UOL, em Maceió

10/10/2022 21h58

O senador Romário (PL) garantiu que não vai fazer campanha em favor do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) no Rio de Janeiro. A justificativa dada pelo ex-jogador de futebol é que Bolsonaro declarou apoio ao ex-deputado federal Daniel Silveira (PRT) na corrida pela vaga ao Senado pelo estado, no pleito do último dia 2.

Em entrevista ao Globo, Romário destacou que, embora pertença ao mesmo partido de Bolsonaro, ele preferiu declarar apoio a Silveira, mesmo com o ex-deputado na condição de inelegível por determinação do TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio).

"O presidente, mesmo sendo do meu partido, resolveu apoiar um outro candidato, de outro partido, que estava inelegível. Inclusive declarou seu voto a ele no dia da eleição", disse o senador.

Apesar da mágoa, Romário ressaltou que, por uma questão de fidelidade partidária, ele votará em Bolsonaro no segundo turno, e que, em uma eventual reeleição, ele se posicionará de forma alinhada a Jair no Congresso.

"Como já disse, eu jogo pelo time. Sou PL, sou 22 e meu apoio é para o Bolsonaro. Estou com o PL nessa eleição, e esse é o meu posicionamento. Foi assim durante toda a eleição e continuará assim em respeito à minha índole. Eu tenho palavra", declarou.

Bolsonaro declara voto em Silveira

No último dia 2, quando ocorreu o primeiro turno das eleições, Jair Bolsonaro declarou voto em Daniel Silveira para senador. O apoio foi celebrado pelo ex-deputado, que aproveitou para alfinetar Romário, até então apontado como o candidato do presidente no Rio.

"Independente do resultado, isto aqui, este breve momento, me entregou a sensação de dever cumprido. Tenho a confiança do homem que mais confio e, que por acaso, é o homem que salvou o Brasil. Que honra!", disse Silveira.

Silveira foi considerado inelegível pelo TRE-RJ em setembro, mas recorreu da decisão junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Entretanto, mesmo que obtenha uma vitória na Corte, ele já foi derrotado nas urnas, ao terminar o pleito no terceiro lugar, atrás do vencedor, Romário, e do segundo colocado, Alessandro Molon (PSB).

Daniel Silveira foi preso em fevereiro de 2021, quando ainda era deputado federal pelo PSL-RJ, após publicar um vídeo em que fez críticas aos ministros do STF e defendeu o (AI-5) Ato Institucional nº5, decreto da ditadura militar realizado em 1968 que fechou, por exemplo, o Congresso e as assembleias legislativas nos estados.

Silveira foi condenado em abril pelos crimes de coação no curso do processo e atentado ao ato Democrático de Direito, ao proferir discursos de incentivo à violência com ataques à Justiça e a ministros da corte.

Ele foi condenado a 8 anos e nove meses de prisão, mas teve sua pena anulada após receber a graça presidencial de Jair Bolsonaro.