Ex-aliado de Bolsonaro vai a ato em apoio a Lula: 'Vim pagar penitência'
O empresário Paulo Marinho, suplente do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), participou de um ato em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), rival de Jair Bolsonaro (PL) na disputa do segundo turno presidencial, em São Paulo. Marinho, que é ex-aliado da família Bolsonaro e atuou na campanha do presidente em 2018, disse ter ido ao evento para "pagar penitência".
"Eu tentei ser o mais discreto possível. Mas é difícil, né?", disse ele a jornalistas. "Eu decidi [fazer esse gesto de apoio a Lula] porque, quem conhece o Bolsonaro, como eu conheço, vota no Lula. Eu vim pagar uma penitência de 2018. Acho que este não é mais o momento de ficar em dúvida (se vota em Lula, voto em branco ou voto nulo). Você precisa ter um lado agora. E o meu lado foi apoiar o Lula", justificou, na sequência.
No evento —denominado "Derrubando Muros"—, participaram ativistas, empreendedores, cientistas, comunicadores, acadêmicos, empresários e políticos que chancelam apoio à sua candidatura, no segundo turno das eleições presidenciais.
O movimento acredita ser "essencial evitar a reeleição do atual presidente, por considerá-lo comprometido com a sabotagem da democracia e a desestabilização das instituições do estado de direito".
Marinho foi um dos principais aliados de Bolsonaro durante a campanha presidencial de 2018. Em maio de 2020, ele afirmou, em reportagem da Folha de S.Paulo, que Flávio revelou a ele, em 2018, ter recebido informações privilegiadas da PF (Polícia Federal) sobre Fabrício Queiroz, um dos mais importantes assessores do então deputado estadual no Rio.
O empresário chegou a se lançar como pré-candidato a prefeito do Rio de Janeiro nas eleições de 2020, mas desistiu da disputa para seguir orientação do PSDB de apoiar o então candidato Eduardo Paes, à época no DEM — ele saiu do pleito vencedor e trocou os Democratas pelo PSD em maio de 2021.
Em junho do ano passado, Marinho se afastou da presidência do PSDB no Rio e se mudou para São Paulo com o objetivo de apoiar o governador João Doria (PSDB) nas prévias tucanas —Doria foi escolhido como representante da sigla na disputa pela Presidência, mas desistiu depois.
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