Topo

Após Rodrigo, PSDB de SP anuncia apoio à candidatura de Tarcísio

Jair Bolsonaro entre o governador Rodrigo Garcia (PSDB) e o candidato Tarcísio de Freitas (Republicanos). na semana passada - Divulgação
Jair Bolsonaro entre o governador Rodrigo Garcia (PSDB) e o candidato Tarcísio de Freitas (Republicanos). na semana passada Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

11/10/2022 15h54Atualizada em 11/10/2022 19h52

O PSDB em São Paulo vai apoiar formalmente a candidatura do ex-ministro bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao governo de São Paulo.

O UOL apurou que os tucanos se reuniram na manhã de hoje (11) para bater o martelo sobre a questão. O anúncio formal aconteceu nesta tarde no comitê de campanha de Tarcísio.

Segundo Tarcísio, o apoio tucano é programático e não há acordos para eventuais cargos caso ele seja eleito. Para ele, a adesão do partido que governo i estado há 27 anos sinaliza ao eleitor que não haverá mudanças bruscas em pautas importantes caso ele vença.

"Assumimos o compromisso de manutenção das boas políticas públicas, tem um alinhamento programático muito grande, acho que é um apoio de peso, importante para o prosseguimento dessa campanha", disse Tarcísio.

Sem foto. O candidato do Republicanos se reuniu nesta tarde com membros do PSDB, entre eles o presidente estadual do partido, Marco Vinholi, prefeitos, deputados estaduais e federais.

Na hora em que o anúncio oficial foi feito, no entanto, Vinholi e os deputados já haviam deixado o local, sem dar declarações.

Ao lado do prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando (PSDB), e de outros prefeitos paulistas, Tarcísio disse que os parlamentares precisaram ir embora para participar de uma votação em andamento na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo).

Morando afirmou que o apoio do partido é formal e que não há dissidências.

"Muita convicção de que se não a totalidade a expressiva maioria dos prefeitos e de todos os políticos do PSDB estarão apoiando o candidato Tarcísio de Freitas", disse o prefeito, que é integrante da executiva nacional do partido.

A articulação começou na semana passada, quando o governador de São Paulo Rodrigo Garcia (PSDB) anunciou "apoio incondicional" a Bolsonaro e Tarcísio, sob argumento de evitar a eleição do PT.

A Executiva nacional nacional do PSDB declarou neutralidade e liberou os diretórios estaduais e filiados para apoiarem quem preferirem.

No entanto, a aliança do partido ao bolsonarismo é alvo de críticas de quadros históricos do partido. Logo depois de Rodrigo posar ao lado de Tarcísio e Bolsonaro, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) declarou apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno. Os ex-senadores Aloysio Nunes (PSDB) e José Aníbal (PSDB) também reagiram —ambos participaram de um evento ontem com o petista.

Já José Serra (PSDB) afirmou que vai votar em Lula e em Tarcísio.

Prefeitos e Kassab na costura. Nos últimos dias, aliados do ex-ministro da Infraestrutura intensificaram as reuniões com os cerca de 500 prefeitos aliados do governo tucano.

Segundo apurou a reportagem, a decisão do diretório paulista do PSDB de não ficar neutro na disputa foi costurada por esses prefeitos e teve a participação do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, que apoia a candidatura de Tarcísio —e tem Felicio Ramuth (PSD) como vice na chapa.

Nomes para governo. Em agenda na manhã de hoje, no Hospital das Clínicas, na região central de São Paulo, Tarcísio falou sobre possíveis nomes para integrar um eventual governo, como o médico Eleuses Paiva, coordenador de seu programa de saúde, para a respectiva pasta. "Não vai ser (secretário) se não quiser."

O candidato também afirmou que Guilherme Afif Domingos (PSD), coordenador de seu plano de governo, "seguramente fará parte da equipe".

Nise no governo? Tarcísio se reuniu com especialistas da área de saúde —entre eles a médica Nise Yamaguchi. Mas, questionado, o candidato disse não saber se ela integrará seu governo, caso eleito.

Nise foi uma defensora do "tratamento precoce" contra a covid-19, comprovadamente ineficaz. A médica foi uma das indiciadas pela CPI da Covid no Senado e se candidatou à Câmara dos Deputados, mas não foi eleita.