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Bolsonaro diz não acreditar em pesquisas, mas comemora resultados delas

Do UOL, em Brasília

14/10/2022 17h49

Presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL) disse hoje não acreditar em pesquisas eleitorais, mas, na mesma frase, comemorou o empate técnico entre ele e seu adversário na disputado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com base em dado divulgado recentemente pelo instituto Paraná Pesquisas.

"Apesar de não acreditar em pesquisas, as pesquisas já dão empate técnico. Na verdade, nós já viramos e vamos para a vitória final", disse o presidente durante discurso a prefeitos de cidades de Minas Gerais.

Quais são os números da pesquisa? O levantamento do Paraná Pesquisas, divulgado ontem, aponta Lula com 51,9% das intenções de votos válidos (quando são excluídos brancos, nulos e indecisos), e Bolsonaro com 48,1%. A sondagem foi contratada pelo Progressistas, partido que faz parte da coligação de Jair Bolsonaro.

A pesquisa tem margem de erro de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos. Por isso, há o registro do empate técnico entre os candidatos.

E qual é o resultado de outros levantamentos? Outras pesquisas, no entanto, não apontam que Bolsonaro já virou o resultado. O candidato do PT, o ex-presidente Lula, segue favorito nas pesquisas.

Pesquisa Ipec do último dia 5 de outubro aponta Lula com 55% dos votos válidos e Bolsonaro com 45%. A pesquisa Datafolha divulgada em 7 de outubro aponta Lula com 53% das intenções de votos válidos e Bolsonaro com 47%.

Números diferentes

O discurso de manipulação e questionamento contra os institutos de pesquisa ganhou força após o primeiro turno das eleições, capitaneado por Bolsonaro e seus aliados.

O presidente apareceu com um número de votos além da margem de erro registrada pelas pesquisas. Pesquisas divulgadas do Ipec, Datafolha e Ipespe, na véspera do primeiro turno, mostravam Lula com 49% a 51% das intenções de votos válidos, enquanto Bolsonaro ficava entre 35% e 37%. A margem de erro era de dois a três pontos percentuais para mais ou para menos.

O resultado das urnas em 2 de outubro foi de 48,43% dos votos válidos para Lula, enquanto Bolsonaro teve 43,2%. As pesquisas também erraram em algumas projeções de eleições estaduais para o governo e para o senado em alguns estados.

Pedido de investigação sobre pesquisas

O ministro da Justiça, Anderson Torres, pediu à Polícia Federal a abertura de um inquérito formal sobre os institutos de pesquisa eleitoral.

Já o presidente do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), Alexandre Cordeiro Macedo, indicado por Bolsonaro no ano passado, pediu a abertura de um inquérito administrativo para apurar se os institutos de pesquisa manipularam os resultados das sondagens sobre intenção de voto no primeiro turno da eleição presidencial.

Ontem, no entanto, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), por meio do presidente da Corte, o ministro Alexandre de Moraes, suspendeu as duas investigações alegando falta de "justa causa" e citando que os dois órgãos não tem competência para apurar o assunto.

O que Bolsonaro faz em MG?

Bolsonaro participou de um evento com prefeitos de cidades de Minas Gerais. Estiveram ao lado de Bolsonaro o governador reeleito de Minas, Romeu Zema (Novo), seu candidato a vice na chapa, Walter Braga Netto (PL), e o deputado federal eleito Nikolas Ferreira (PL). À noite, ele segue em viagem de campanha para Teresina, no Piauí.

Com microfone em mãos antes de passar a Bolsonaro, Zema pediu votos de Minas Gerais para o presidente. Ele criticou durante todo seu discurso a gestão do PT no estado. "Vocês prefeitos aqui são testemunhas da tragédia que o PT causou em Minas Gerais", acusou o governador.

Depois do evento, Jair Bolsonaro participou de outro evento, liderado pela influenciadora Bella Falconi. Em modelo de entrevista de podcast, a conversa foi intitulada "Mulheres de Minas com Bolsonaro" e durou pouco mais de uma hora. O presidente comentou diferentes assuntos e a conversa foi encerrada com uma oração por sua eleição.