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Lula esgota tempo, e Bolsonaro fala quase 6 minutos seguidos em debate

Do UOL, em São Paulo*

16/10/2022 22h07

O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, se desconcentrou no último bloco do debate do UOL, Folha de S.Paulo, TV Bandeirantes e TV Cultura e precisou ouvir Jair Bolsonaro (PL) falar por quase seis minutos seguidos.

Em dois momentos do debate, cada candidato tinha um banco de 15 minutos para falar à vontade. A ideia era que eles administrassem o próprio tempo como quisessem.

Lula, no entanto, se desconcentrou no terceiro e último bloco quando, durante sua fala, Bolsonaro se aproximou, tocou no braço do petista e sorriu. Lula continuou falando, mas acabou usando todo o tempo lhe restava. Enquanto isso, o presidente aguardava em silêncio.

Ao se desconcentrar, no entanto, Lula teve de escutar Bolsonaro terminar o debate falando por seis minutos seguidos.

Tentaram avisar. Atrás das câmeras, a equipe do Lula ficou desesperada, tentando sinalizar ao petista que o tempo dele estava acabando, mas o ex-presidente não viu.

Sob a justificativa de que Bolsonaro mentiu durante sua longa fala, Lula conseguiu um minuto de direito de resposta. Bolsonaro pediu também, mas não foi atendido.

Em seguida os candidatos fizeram suas considerações finais e o debate acabou.

O broche do Lula. O candidato do PT foi ao debate usando um broche na lapela em homenagem à Campanha Nacional de Mobilização de Combate à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes.

O símbolo da campanha é uma flor amarela, a mesma usada por Lula na noite de hoje. O slogan da campanha é "Faça bonito, proteja nossas crianças e adolescentes".

16.out.2022 - Lula usa broche em proteção às crianças durante debate no UOL - Reprodução - Reprodução
16.out.2022 - Lula usa broche em proteção às crianças durante debate no UOL
Imagem: Reprodução
Lula decidiu usar o adereço um dia depois de viralizar um vídeo com uma entrevista de Bolsonaro a um podcast na sexta-feira (14). Na ocasião, Bolsonaro se referiu a um encontro com venezuelanas dizendo que havia adolescentes "arrumadas para ganhar a vida", insinuando prostituição infantil.

Ao UOL, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse que a ideia do ex-presidente usar broche da rosa amarela foi dela.

"Foi lançado em 2003 quando implantou-se o disque 100", afirmou. "Disque denúncia contra a exploração sexual infantil. Foi Lula quem implantou."

Também disse que "pintou um clima" e decidiu parar no local. Em outro momento, Bolsonaro afirmou que as jovens venezuelanas estavam ali "pra fazer programa".

"Tentaram me atingir". Já Bolsonaro declarou ao chegar ao debate que passou por uma "acusação sórdida e infame", apontando que o ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), barrou a campanha petista de utilizar a fala em propagandas eleitorais.

"Tentaram me atingir naquilo que é mais sagrado para mim. A defesa da família e das crianças", disse Bolsonaro.

Quem está na frente das pesquisas?

As últimas pesquisas divulgadas nesta semana pelos institutos especializados apontam o ex-presidente Lula (PT) na liderança. No levantamento da Quaest/Genial, o petista tem 49% das intenções de voto contra 41% de Bolsonaro.

Na sondagem do Paraná Pesquisas, Lula tem 51,9% dos votos válidos e Bolsonaro, 48,1%. As pesquisas do PoderData indicam 52% das intenções de voto para Lula e 48% para Bolsonaro.

A Pesquisa Abrapel/Ipespe aponta Lula com 54% dos votos válidos e Bolsonaro com 46%.

*Participaram desta cobertura: Em São Paulo: Ana Paula Bimbati, Beatriz Gomes, Caê Vasconcelos, Felipe Pereira, Herculano Barreto Filho, Isabela Aleixo, Juliana Arreguy, Letícia Mutchnik, Lucas Borges Teixeira, Stella Borges, Saulo Pereira Guimarães e Wanderley Preite Sobrinho. No Rio de Janeiro: Lola Ferreira. Em Brasília: Camila Turtelli, Leonardo Martins e Paulo Roberto Netto. Colaboração para o UOL: Amanda Araújo e Pedro Villas Boas.